13 obras e galerias imperdíveis no Inhotim

Inhotim foi o primeiro destino que escolhemos para viajar juntos, antes mesmo de começarmos a namorar e muito antes de idealizarmos o Viajei Bonito. A escolha não poderia ter sido mais assertiva: obras de arte interativas, vasta área verde e perto de Juiz de Fora, cidade onde moramos. Esse é o maior acervo de arte contemporânea a céu aberto do mundo inteiro! Inocência de quem pensa que vai conseguir conhecer tudo em um único dia ou em um fim de semana. Foram necessários três dias para conhecer todo o espaço, que é dividido por rotas de diferentes cores. Se você não tiver todo esse tempo, tudo bem. Apresentamos 13 obras e galerias imperdíveis no Inhotim para você otimizar o seu roteiro.

Obras e galerias imperdíveis no Inhotim

Esqueça aquele velho conceito de que museu é lugar de observação da arte. No Inhotim você pode (e deve) interagir com as obras, tateá-las, ouvi-las e por vezes até mergulhar nelas, literalmente. A graça está em caminhar pelos jardins e sentar-se em um dos muitos bancos de madeira feitos por Hugo França que foram estrategicamente posicionados para que os visitantes dediquem-se à vivência e contemplação do espaço.

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Se o seu tempo for escasso, escolha previamente as instalações que te despertem interesse e marque-as no mapa que receberá na portaria do museu. A gente te ajuda, mostrando algumas obras e galerias que você não pode deixar de ver no Inhotim.

Invenção da cor, Penetrável Magic Square – Hélio Oiticica

Esse é o cartão postal do Inhotim, por assim dizer. São 9 paredes coloridas dispostas de frente uma para outra em forma de um quase labirinto. Todas as paredes são maciças, exceto duas: uma possui tijolos vazados e outra é de tela de arame. É interessante notar como as pessoas interagem com esse espaço. Inevitável parar ali e tirar uma foto com o fundo colorido.

Três esculturas de bronze (sem título) – Edgard de Souza

Fazendo graça junto às três estátuas de bronze do artista Edgard de Souza no Inhotim

Fazendo graça junto às três estátuas de bronze do artista Edgard de Souza no Inhotim. Créditos: Viajei Bonito

Outra obra icônica que não pode passar batida durante a sua visita ao Inhotim é essa, com três estátuas de bronze fundido que retratam um corpo masculino – mais precisamente o corpo do artista – em poses impossíveis de serem reproduzidas. De qualquer forma, vale a tentativa. Rende retratos divertidos.

Desvio para o vermelho – Cildo Meireles

Esta foi a galeria mais chocante na nossa opinião. Ela é constituída de três ambientes: Impregnação, Entorno e Desvio.

No primeiro espaço temos uma sala com inúmeros objetos vermelhos. A cor está por todas as partes, no tapete, na lamparina, nos aparelhos eletrônicos, nos móveis e até na moldura do espelho. No segundo ambiente, denominado Entorno, vemos uma garrafa caída no chão, de onde entorna uma tinta vermelha. Seguindo o rastro desse líquido vermelho chegamos ao terceiro ambiente, o Desvio. Ficamos atônitos diante de uma pia branca que parecia jorrar sangue, deixando a cerâmica toda manchada.

Além do impacto causado pela obra, cabe recordar que a cor vermelha simboliza muitas coisas: o sangue, a paixão, até inclinações políticas e ideológicas. Vale a pena pedir um monitor para apresentar a obra. Foi isso que fizemos.

Cosmococa – Hélio Oiticica & Neville D’Almeida

Galeria Cosmococa, a mais psicodélica do Inhotim

Galeria Cosmococa, a mais psicodélica do Inhotim. Créditos: Viajei Bonito

Redes de descanso, colchões, bolas de soprar espalhadas pelo chão, imagens de Marilyn Monroe na tela e músicas de Jimi Hendrix tocando intercaladas com ritmos brasileiros, essas foram algumas das coisas que vimos na Galeria Cosmococa, um lugar para relaxar e curtir a vibe.

Em um dos slides projetados nas paredes, podemos perceber fotos de personalidades da cultura pop maquiadas com um pó branco. A música, as imagens desconexas que tomam conta do espaço, as redes, o chão almofadado, os colchões que convidam o ócio… tudo isso foi pensado para provocar a expansão da consciência do indivíduo, deixando os sentidos à flor da pele, potencializando suas capacidades sensoriais habituais para que, enfim, a ele encontre seu centro criativo interior. Um efeito semelhante aquele causado com o uso de substâncias alucinógenas.

Em uma das salas existe uma piscina coberta, iluminada com luzes neon. O frio que fazia nas duas vezes que visitamos o Inhotim acabou nos desencorajando, mas se você quiser entrar, fique à vontade. Tem toalha e lugar para se trocar, só não se esqueça da roupa de banho.

A Origem da Obra de Arte – Marilá Dardot

Essa é uma das instalações imperdíveis do Inhotim e uma das favoritas de quem visita o museu. É aquela dos vasos de cerâmica em forma de letras. Você escreve o que quiser, passa a sua mensagem e a deixa ali na grama. Não permanecerá intacta por muito tempo, já que outros visitantes chegarão e usarão as suas letras para escrever a mensagem deles.

A nossa primeira foto oficial do Viajei Bonito foi tirada ali em 2015. Será que mudamos muito desde então?

A primeira foto oficial do Viajei Bonito foi feita em Inhotim

A primeira foto oficial do Viajei Bonito foi feita em Inhotim. Créditos: Viajei Bonito

Nem todo mundo sabe, mas além dos vasos, estão disponíveis para os visitantes algumas sementes, terra e ferramentas de jardinagem. Assim, além de escrever a sua mensagem, poderá semear uma plantinha para a posteridade e deixá-la na estufa. Os vasos foram produzidos por mulheres de comunidades vizinhas. Bacana, né?

Troca-troca – Jarbas Lopes

Mais uma obra de arte do Inhotim que todo mundo conhece, mesmo que ainda não tenha ido lá. Os três fuscas com peças trocadas são bastante simbólicos, trazem vida ao jardim. No vidro frontal foram colados adesivos com palíndromos, isto é, frases que podem ser lidas da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda.

Linda do Rosário – Adriana Varejão

Linda do Rosário, obra de Adriana Varejão no Inhotim

Linda do Rosário, obra de Adriana Varejão no Inhotim. Créditos: Carina Castro / Fonte: Flickr

A Galeria Adriana Varejão no Inhotim é composta por seis obras de arte, uma mais fascinante que a outra. Para não encher esta lista com trabalhos dela, escolhemos apenas um: Linda do Rosário.

A obra relembra o desabamento do hotel Linda do Rosário, que aconteceu em 2002 no Centro do Rio de Janeiro, ocasião em que paredes azulejadas caíram em cima de um casal. A artista recriou uma parede quebrada e nas extremidades colocou uma reprodução muito realista de órgãos, carne e sangue.

A história desse hotel inspirou também o compositor Marcelo Camelo, que escreveu a música “Conversa de botas batidas”, cantada pelo grupo Los Hermanos.

Forty Part Motet – Janet Cardiff

Uma das galerias imperdíveis no Inhotim é a Forty Part Motet, onde é possível ouvir as vozes do coral de Salisbury isoladamente

Uma das galerias imperdíveis no Inhotim é a Forty Part Motet, onde é possível ouvir as vozes do coral de Salisbury isoladamente. Créditos: Gisele Rocha

Ainda que você não se interesse por música clássica e corais, essa instalação vai te surpreender. Nela estão dispostas 40 caixinhas de som de forma circular, de onde se pode ouvir o coral de Salisbury cantando uma canção medieval. Usando microfones individuais, Janet Cardiff gravou a voz de cada integrante. Caminhando bem perto das caixas de som, você consegue ouvir diferentes vozes isoladamente. A sensação é inexplicável. Instigante!

Narcissus Garden – Yayoi Kusama

Narcissus Garden é uma obra que não poderia ficar de fora da nossa lista de imperdíveis no Inhotim. São várias bolas de aço sendo empurradas de acordo com o vento e o movimento da água, proporcionando um efeito bem interessante, já que as esferas espelhadas refletem as plantas, o céu e os visitantes que param para admirar essa obra de arte.

A descrição da obra remete a Narciso, personagem da mitologia grega que se encantou pela própria imagem.

“Evocando o mito de Narciso, que se encanta pela própria imagem projetada na superfície da água, a obra constrói um enorme espelho, composto por centenas de pequenos espelhos convexos, que distorcem, fragmentam e, sobretudo, multiplicam a imagem daquele que a contempla – contemplando, assim, necessariamente a si próprio”.

Imóvel/Instável – Marcius Galan

Ficamos embasbacados com essa obra que consiste em ripas de madeira interligadas por cabos de aço equilibrando uma mísera moeda de 10 centavos. Você pode pensar que ela está presa ao chão, mas não está. A estrutura foi criada para mostrar as reações em cadeia que afetam o sistema econômico. Muito bem bolada!

Sonic Pavilion – Doug Aitken

É difícil imaginar que a Terra emite um som, mas isso acontece de fato. E esse barulho atordoa. No Inhotim a arte se mistura à natureza e à ciência, criando sensações difíceis de descrever.

Imagine um pavilhão circular de vidro no alto de um morro. Você entra, procura um lugar para se sentar e de repente começa a ouvir sons que chegam a tremer o ambiente. A princípio é difícil identificar o que são. Terremotos, explosões, de onde vêm esses sons? São sons da terra, e ao vivo! A 200 metros de profundidade se encontram microfones que captam o som da terra e transmitem para um sistema de equalização e amplificação. É pra deitar, fechar os olhos, meditar, relaxar e aproveitar.

Rodoviária de Brumadinho – John Ahearn & Rigoberto Torres

Este mural já entraria na nossa lista de obras imperdíveis no Inhotim somente pelas representações realistas, pelas formas e pelas cores, mas o que nos causou mais impacto foi a descoberta de que algumas dessas esculturas foram esculpidas usando moradores de Brumadinho como modelos, incluindo funcionários do próprio museu.

Piscina – Jorge Macchi

Obra de arte tridimensional no Inhotim, uma piscina que simula uma agenda telefônica

Obra de arte tridimensional no Inhotim, uma piscina que simula uma agenda telefônica. Créditos: Gisele Rocha

“Alguém gosta de piscina?”. Essa frase daquele menino que participou do Encontro foi a primeira coisa que veio à nossa cabeça quando vimos essa obra de arte tridimensional no Inhotim. Trata-se pura e simplesmente de uma piscina com bordas que aludem a uma agenda com índice alfabético. Você pode mergulhar se quiser e passar quanto tempo lhe der na telha. Tem um um vestiário com armário ali perto onde as pessoas podem se trocar, mas não nos lembramos de ter visto toalhas de banho, como na Galeria Cosmococa. Por via das dúvidas, leve a sua.

Informações úteis sobre Inhotim

Horário de funcionamento: de quarta a sexta-feira, das 09h30 às 16h30; aos sábados, domingos e feriados, das 09h30 às 17h30.

Preços: R$ 44,00 a entrada única, R$ 76,00 o passaporte para dois dias e R$ 106 o passaporte para três dias. Entrada gratuita na última sexta-feira de casa mês, exceto durante feriados. É necessário retirar o ingresso antecipadamente via Sympla, pois as vagas são limitadas.

Valores praticados em fevereiro de 2022. Consulte pré-requisitos para meia-entrada aqui.

E aí? Quais obras de arte e galerias do Inhotim lhe parecem mais interessantes? Queremos saber a sua opinião aqui na caixa de comentários.

13 obras e galerias imperdíveis no Inhotim

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26 pensou em “13 obras e galerias imperdíveis no Inhotim

  1. Ahhh, como eu amo Inhotim, não me canso de ir lá! A sala vermelha é realmente a mais impressionante. Sem dúvida, a que mais nos causa impacto. Inhotim é um museu a céu aberto de nível mundial. Minas está de parabéns!

  2. Vou te falar, minha viagem pra BH ano passado só não foi perfeita porque nos dois dias que eu iria pra Inhotim o mundo desabou em água! hahahaha

    Mas tá valendo… Não vejo a hora de fazer outra trip pra terra de vocês e poder conhecer!!! :)

    Adorei as dicas e as fotos!

    Abraço

  3. Um lugar bem criativo, tal como as fotos :) E bem interessante que a vossa primeira foto tenha sido aqui :) Confesso que não conhecia, mas ficou verdadeira vontade.

    1. Rui, quando estiver no Brasil, não deixe de colocar Inhotim no seu itinerário. É um lugar único, com atrativos para pessoas de todas as idades, dá para trazer os pais, os filhos, irmãos… todo mundo!

  4. Que bacana a seleção! Não conheço Inhotim e fiquei muito interessada ao ver detalhes das pecas. Achei tudo tao interessante, e com certeza ia entrar na brincadeira de interagir com as obras -e reproduzir aquelas poses do corpo do artista!

  5. Sou arquiteto e é quase uma vergonha não ter ido para Inhotim. Adorei o jeito que você relatou e como mostrou tudo! Preciso programar uma visita urgente!

  6. O que mais me chama a atenção é o tamanho da criatividade dos artistas expostos aí. Cada um deles nos leva a um mundo inteiro e variado de sentimentos e sensações. Do choque à um sentimento de ser criança novamente e brincar com as obras e as possibilidades! Excelente! :)

  7. Está aí um lugar que estou morrendo de vontade de conhecer ultimamente… Adorei as dicas para os lugares que temos que passar… Parabéns!!!

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