O que fazer em Cunha, SP: 15 pontos turísticos imperdíveis
Há muito o que fazer em Cunha, uma encantadora cidade no interior de São Paulo, quase na divisa com o estado do Rio de Janeiro. De certo, o destino perfeito para quem deseja se isolar na natureza, mas sem abrir mão de pousadas confortáveis e de boa gastronomia.
Talvez você não saiba, mas a cidade faz parte do Caminho Velho da Estrada Real e pode fazer parte de uma deliciosa viagem de carro pelas cidades históricas de Minas Gerais, passando por Paraty até chegar aqui.
No mais, esta é uma ótima opção para os amantes de calmaria e tranquilidade. E para que você possa planejar o seu itinerário, criamos uma lista de pontos turísticos em Cunha para explorar e se apaixonar.
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Onde ficar em Cunha
Antes de apresentarmos os pontos turísticos da cidade, achamos conveniente deixar um alerta sobre a melhor localização para se hospedar.
Como não há ônibus urbano na cidade e tampouco aplicativos para deslocamento, o ideal é que você vá de carro ou alugue um e procure uma pousada ao longo da rodovia SP-171, que é a via de acesso para os principais pontos turísticos.
Durante a nossa viagem, nós nos hospedamos na Reino Solar, mas você pode consultar uma lista de pousadas baratas em Cunha e escolher aquela que mais lhe agrada.
Alugar um carro é essencial!
Conforme dissemos anteriormente, não existem ônibus urbano em Cunha e também não há aplicativos de transporte operando na cidade. Sendo assim, o ideal é viajar motorizado ou alugar um carro.
Nós utilizamos e recomendamos fortemente a Rentcars, uma ferramenta que compara preços nas principais locadoras do país, garantindo o melhor preço. Além disso, o valor final pode ser parcelado em até 12 vezes sem juros no cartão.
Mapa turístico de Cunha
Neste mapa estão sinalizados todos os pontos turísticos de Cunha, incluindo igrejas, cervejarias, campos de lavandas, trilhas e cachoeiras. Para facilitar, também marcamos a pousada onde nos hospedamos e os restaurantes de que mais gostamos.
O que fazer em Cunha: Lavandários
A lavanda é uma planta conhecida pela beleza e perfume de suas flores. O clima e o relevo de Cunha favorecem o cultivo da espécie, que colorem as montanhas em determinadas épocas do ano.
Mas antes da sua visita, é necessário alinhar as expectativas. Os campos de lavanda da estância climática não são nem de longe parecidos com as fotos que você vê na internet, com corredores lilases de canteiros abundantes. Os daqui são mais modestos, mas também têm sua beleza. Sabendo disso, visite pela experiência e pelo conhecimento que vai adquirir, não pelas fotos que pretende postar.
Voltando ao assunto, existem dois lavandários em Cunha abertos à visitação do público. Se a sua viagem for de curta duração, não há motivos para conhecer ambos, então escolha o que lhe parecer mais bonito.
O Lavandário
De todos os pontos turísticos de Cunha, este certamente é o mais conhecido. Há quem faça apenas um bate e volta a partir das cidades vizinhas para conhecê-lo, o que consideramos um pecado, já que há outros lugares maravilhosos para conhecer nos arredores.
Por aqui já são mais de 40 mil pés plantados, mas o objetivo é chegar a 100 mil. E há espaços floridos durante todo o ano, uma vez que são feitas podas rotativas.
Além da lavanda, aqui são plantadas outras ervas aromáticas, tais como o alecrim, gerânio, manjericão e verbena. E você pode consumi-las em forma de óleos essenciais e cosméticos, que são vendidos na lojinha, ou degustando os sorvetes na lanchonete. O de lavanda tem um sabor bastante peculiar!
Horário de funcionamento: sexta, sábado, domingo e feriados. Os portões ficam abertos das 10h às 16h30, porém o funcionamento vai até o pôr do sol.
Preço: R$ 20, sendo que crianças até 12 anos não pagam e idosos acima dos 60 anos têm direito a meia-entrada.
Contemplário
Para quem procura o que fazer em Cunha de graça, eis a melhor opção! O Contemplário, como o próprio nome sugere, é um espaço para admiração da paisagem natural.
São 5 hectares de área verde, mesclando resquícios de Mata Atlântica e plantações de ervas aromáticas, especialmente lavandas. São tantas que os olhos não alcançam onde elas acabam.
Aqui também existe uma lojinha onde são vendidos cosméticos, velas e óleos essenciais produzidos localmente. E no mesmo espaço funciona um café com paredes de vidro, de onde é possível contemplar a paisagem e descansar os olhos.
Particularmente, gostamos mais do Contemplário do que do Lavandário, porque aqui não há grandes multidões.
Horário de funcionamento: de quinta a segunda, das 10h às 18h.
Preço: entrada gratuita.
O que fazer em Cunha: cachoeiras e trilhas
Localizada entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, o relevo montanhoso de Cunha favorece a formação de inúmeras cachoeiras, que compõem cenários fantásticos e proporcionam aos turistas banhos refrescantes (ou congelantes, dependendo da época da visita).
A cidade também abriga parte do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), com remanescentes de Mata Atlântica de rica biodiversidade. Percorrer as trilhas exige certo preparo físico e boa dose de atenção, pois animais silvestres podem surpreendê-lo no caminho.
Pedra da Macela
Localizada na estrada que leva a Paraty, a Pedra da Macela não é para os fracos, já que está a 1840 m de altitude, no topo da Serra do Mar.
São 5km de subida em uma pista pavimentada, o que não significa que ela seja fácil de fazer. Exige um pouco de preparo, mas você não precisa ser atleta. Nós não somos.
Quem se propõe a cumprir o desafio é recompensado com a vista da Baía de Paraty e Angra dos Reis. Mas o grande espetáculo mesmo fica para o nascer do sol. Considerando um ritmo lento, a subida leva 1 hora e meia, então comece bem cedo.
Cachoeira do Pimenta
Da precária estrada de terra se avista a enorme cascata de 70 metros, que se desmembra em várias quedas formando dois andares poços para banho. No alto dela ainda restam lembranças materiais da antiga hidrelétrica, onde hoje existem o Mirante Ambiental e Museu da Energia.
Aos que visitam a Cachoeira do Pimenta na alta temporada, avisamos que a concorrência é grande. Se chove, o acesso fica difícil para carros baixos, mas com habilidade se chega lá. O caminho que leva à área de banho é fácil de fazer, porém é sempre recomendável ir com calçado fechado.
Para mais, o lugar ainda conta com um pequeno restaurante que serve pratos, porções e bebidas. Também há sanitários masculino e feminino.
Horário de funcionamento: irrestrito
Preço: entrada gratuita
Cachoeira do Desterro
Basicamente, a Cachoeira do Desterro fica na mesma estrada da anterior, em um percurso que leva cerca de 10 minutos para ser percorrido de carro.
Para quem deseja fugir das multidões, ela é a mais indicada. Apesar de não ser tão exuberante quanto a outra, seus 12 metros de queda também proporcionam uma massagem relaxante. No entanto, esta não possui qualquer estrutura para visitantes. Ciente disso, é melhor se alimentar antes de vir para cá ou trazer o que deseja consumir. Apenas lembre-se de levar o lixo de volta.
Horário de funcionamento: irrestrito
Preço: entrada gratuita
Cachoeira do Mato Limpo
É melhor visitar a Cachoeira do Mato Limpo quando você estiver chegando ou indo embora, pois ela fica às margens da estrada Cunha-Paraty. Há um pequeno recuo para estacionar os carros, mas definitivamente não dá para passar horas ali, principalmente em dias de fluxo alto.
Suas águas são límpidas, mas não há poço para banho. É possível se refrescar na cachoeira, mas é necessário ter coragem para suportar o frio. Neste caso, escolhemos apenas apreciar a sua beleza de longe.
Horário de funcionamento: irrestrito
Preço: entrada gratuita
O que fazer em Cunha: cervejarias
Depois de descobir o que fazer em Cunha ao ar livre, que tal parar um pouco e conhecer as cervejarias?
Se estiver dirigindo, nem se atreva a beber, pois além de ser ilegal, você estará colocando a sua vida e a de outras pessoas em risco nas estradas sinuosas que cruzam a cidade.
Wolkenburg Brewery
Na mesma estradinha de chão que leva à Pedra da Macela se encontra a Wolkenburg Brewery, a cervejaria artesanal mais antiga de Cunha em funcionamento.
Os quatro tipos de cervejas produzidas aqui seguem a Lei de Pureza Alemã de 1516. Sendo assim, só podem ser utilizados cevada maltada, lúpulo e água na elaboração.
E já que não há adição de conservantes, é necessário transportá-las com cuidado e consumi-las em um curto espaço de tempo, respeitando a data de validade do rótulo.
Apesar de estar longe do Centro, o ambiente da cervejaria é bastante agradável, cercado por densa área verde. Se você tiver tempo, vale a pena conhecer.
Horário de funcionamento: sábados e feriados, das 11h às 17h; domingos, das 11h às 16h.
Ateliê da Cerveja Caminho do Ouro
Seguindo pela rodovia SP-171 no sentido, um casarão em estilo colonial se destaca na paisagem.
Não se trata de um edifício histórico, mas de uma cervejaria inaugurada em 2019. Hoje ela é uma parada obrigatória para quem procura o que fazer em Cunha.
Além de poder assistir a produção, quem passa por aqui pode conhecer os sete tipos de cerveja fabricadas no local, tomar drinques à base de cerveja e saborear petiscos e refeições que também levam a estrela da casa como ingrediente.
No Ateliê da Cerveja Caminho do Ouro até a decoração remete à bebida. Desde a luminária até os desenhos das escadas. E no alto delas existe um mirante com vista para a Igreja de São José da Boa Vista e a Serra da Bocaína ao fundo.
Ah! A vista do pôr do sol em frente à cervejaria é fantástico. Anote essa dica!
Horário de funcionamento: todos os dias, das 11h às 18h.
Antes de continuar a leitura, que tal ver as nossas fotos no Instagram?
O que fazer em Cunha: ateliês de cerâmica
Cunha carrega o título de Capital Nacional da Arte Cerâmica. O mais emblemático é que o grupo dos primeiros artesãos que chegaram a Cunha na década de 1970 se instalaram no antigo Matadouro Municipal. Ou seja, um lugar de dor, sofrimento e morte se transformou em um espaço onde as coisas ganham vida.
Ao todo, atualmente existem mais de 20 ateliês na cidade, mas alguns são especiais. Entenda o porquê.
Atelier Suenaga & Jardineiro
Este é um dos ateliês mais importantes de Cunha, tendo em vista que foi o primeiro a ser aberto à visitação.
Desde 1985, as peças são produzidas em fornos noborigama, uma técnica japonesa que consiste em câmaras interligadas dispostas em degraus, assim uma aproveita o calor da outra. O processo de queima das cerâmicas nesse sistema dura mais de 30 horas e pode chegar a 1.400 °C.
Depois de três dias, quando os fornos esfriam, as peças são retiradas. E no Atelier Suenega & Jardineiro esse é um grande evento, tanto que para participar é necessário fazer reserva. Consulte as datas e faça a sua reserva através do Instagram.
Mesmo que você não seja profundo conhecedor ou entusiasta da arte da cerâmica, certamente será um dos passeios mais enriquecedores que você poderá fazer em Cunha!
Horário de funcionamento: todos os dias, das 10h às 17h.
Atelier Mieko & Mario
Curiosamente, o ateliê da Mieko foi o primeiro da cidade a utilizar a técnica japonesa dos fornos noborigama, mas aqui a abertura e retirada das peças não são abertas ao público.
Há 20 anos Mieko e Mário decidiram compartilhar o mesmo ateliê, mas é fácil perceber que cada um tem o seu estilo.
O espaço é modesto, mas as peças são de extremo bom gosto. Por não ter o mesmo apelo turístico do Suenaga & Jardineiro, é um ótimo lugar para olhar os produtos com calma antes de escolher o que comprar.
Se o Sr. Mário ou a Mieko estiverem disponíveis, aproveite para fazer perguntas e absorver um pouco do conhecimento que eles acumularam ao longo de quatro décadas no mercado. Eles são alguns dos responsáveis por Cunha ser nacionalmente conhecida pela arte da cerâmica.
Horário de funcionamento: sábado e domingo, das 10h às 17h.
Gaia Arte Cerâmica
Diferente dos demais, no ateliê Gaia Arte Cerâmica utiliza-se a técnica de Raku, que também é originária do Japão.
Neste caso, as peças são modeladas e passam por um processo de cozimento. Depois disso são queimadas em forno à gás com temperatura até 1200°C, porém as peças são tiradas ainda incandescentes, para em seguida serem postas em um recipiente com pouco oxigênio contendo serragem, folhas ou quaisquer outros materiais orgânicos.
O mais interessante é que o ceramista não tem total controle sobre o resultado, já que o fogo, a fumaça e o material orgânico irão influenciar nas cores e nos desenhos que se formam sobre as peças, criando uma identidade única e impossível de ser reproduzida.
Horário de funcionamento: todos os dias, exceto quarta-feira, das 10h às 18h.
O que fazer em Cunha: igrejas
Por que não incluir as igrejas na lista de coisas para fazer em Cunha? São visitas rápidas, mas muito pertinentes para conhecer um pouco sobre a história e as tradições locais.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição é o cartão postal da cidade de Cunha, onde também há um intenso fluxo de pessoas, principalmente quando há algum evento especial na praça
Construída em estilo barroco no ano de 1731, a matriz passou por um processo de ampliação entre 1862 e 1873, atingindo a forma e as proporções que vemos hoje, com duas torres e uma nave de 50 metros de comprimento.
Já no altar-mor e nos altares laterais predominou o estilo rococó, com todos os retábulos de madeira com detalhes dourados. Permita-se tirar alguns minutos para observar a beleza de suas pinturas e imagens.
Horários de missas: quinta e sexta-feira às 7h; domingo às 7h, 10h e 19h
Igreja do Rosário e São Benedito
Nossa Senhora do Rosário e São Benedito são os padroeiros dos escravos, por isso esta igreja foi feita pelos e para os pretos.
Sua fachada evidencia os sinais dos tempos e carece de reparos, mas pelo que nos foi dito não há verba para os cuidados necessários.
Não pudemos visitá-la por dentro porque estava fechada. Ao que parece, só abre em dias de festas religiosas.
Igreja de São José da Boa Vista
Sem dúvidas, esta é a igreja mais graciosa da cidade. Ela não é tão rica quanto as outras, mas tem uma bela fachada e a melhor vista para as montanhas da Serra na Bocaina.
Este era um ponto de passagem dos tropeiros, por isso em 1724 foi construída uma singela capela. Já em 1965 ela passou por uma série de modificações e ganhou as características que vemos hoje.
Mesmo quem não se interessa por edifícios religiosos vai adorar a paz e o silêncio deste lugar.
O que fazer em Cunha durante 2 dias: o roteiro
Você já sabe o que fazer em Cunha, mas ainda está perdido na organização do roteiro?
Então fique com esta sugestão para um fim de semana, com dois dias inteiros, sem contar os deslocamentos.
1º dia
8h – Pedra da Macela
11h – Wolkenburg Brewery
13h – Cachoeira do Mato Limpo
14h – O Olival (passeio e almoço)
16h – Atelier Suenaga & Jardineiro
17h – Contemplário
20h – Quebra Cangalha (jantar)
2º dia
8h – Cachoeira do Pimenta
9h – Cachoeira do Desterro
12h – Igreja Matriz, Igreja do Rosário e Mercado Municipal
13h – Atelier da Cerveja Caminho do Ouro (almoço)
15h30 – Igreja de São José da Boa Vista
16h – O Lavandário
20h – Verissimo Bistrô (jantar)
Leia mais sobre Cunha
Gisele Rocha
Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.
Nunca tinha ouvido falar em Cunha mas fiquei cheia de vontade de conhecer. Os locais que indicou parecem ser incríveis. Gostei particularmente do Lavandario e do Contemplario.
São ótimos lugares para relaxar, Patrícia.
Visite-os, você vai amar!
Sempre bom ler sobre o que fazer em Cunha, uma cidadezinha que surpreende. A estrada Paraty-Cunha é muito linda e vale a parada em cada um dos lugares a beira dela. Visitamos num bate e volta Paraty mas gostamos tanto que voltamos no dia seguinte a caminho de Campos do Jordão.
O pessoal costuma fazer bate e volta pra conhecer o Lavandário, mas acaba ficando com gostinho de quero mais quando descobre tudo o que tem pra fazer em Cunha. Que bom que vcs conseguiram voltar!
Que demais! Eu não sabia que Cunha tinha outros pontos turísticos além do lavandario. Adorei o post. Obrigada por compartilhar todas essas dicas.
Obrigada você pelo comentário, Suriàn!
Nunca estive em Cunha, mas já li vários artigos sobre os lavandários da região. Não sabia de todos esses outros programas alternativos para fazer por lá. Adorei o Contemplário (só o conceito já merece um aplauso).
Abraço
Além dos pontos turísticos, há muitos restaurantes e cafés lindos.
Um dia tentarei escrever um post dedicado a esses espaços.
Obrigada pelo seu comentário!
Inacreditável, juro que sempre quis conhecer Cunha para ver o lavandário, mas não imaginava que Cunha tinha tantas atrações, uma cervejaria e belas cachoeiras! Esse post aumentou minha vontade ainda mais.
Pois é, Sy! Há muito o que fazer em Cunha.
Você vai adorar!
Só estive uma vez em Cunha, fazendo um bate-volta a partir de Paraty. Há muitos programas para fazer por lá!! Dois dias são suficientes para poder curtir tudo? Depois de ler as suas dicas de o que fazer em Cunha tenho certeza que preciso voltar.
Oi, Lulu! Eu recomendo três dias para ver com calma, mas em dois dias é sim possível ver o principal.