O caminho dos Beatles por Liverpool em um guia inédito
Liverpool é o destino dos sonhos de todo Beatlemaníaco e até quem não é fã do grupo acaba sendo contagiado pela energia que emana da cidade. Ali, todos os cantos remetem ao quarteto e os comerciantes sabem tirar proveito disso. É indiscutível que se não fosse pelo Fab Four, Liverpool continuaria sendo apenas uma pacata e conservadora cidade industrial-portuária na Inglaterra.
Eu que nem sou uma fã ardorosa (apenas uma grande admiradora) dos caras, fiquei ensandecida com a ideia de conhecer muitos dos lugares que foram importantes para os Beatles e, consequentemente, para a história mundial da música.
Antes de começarmos, aqui vai uma dica: há tours privados que fazem roteiros similares, alguns deles em veículos. É uma opção caso você não queira fazer fazer tudo por conta própria. Clique aqui para conhecer o Tour Beatles de 3 Horas de Táxi.
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Como chegar em Liverpool
É muito fácil chegar a Liverpool a partir de Londres, seja por ônibus ou por trem.
Os ônibus saem da Victoria Coach Station, em Londres e o percurso pode demorar entre 5 e 6 horas. O trecho é operado tanto pela Megabus quanto pela Eurolines. Consulte os preços e compre com antecedência, pois já vi passagem por menos de £5 numa mega promoção.
Já os trens com destino a Liverpool saem de Londres na Euston Station. O deslocamento leva cerca de 2h30, mas é bem mais caro. Você pode comprar suas passagens com a OMIO que custam entre £16 e £43 até a data de publicação deste artigo.
Onde ficar em Liverpool
Por mais que a gente queira, não é todo mundo que tem grana para se hospedar no Yellow Sub, mas felizmente existem muitos hotéis e hostels baratos em Liverpool. Entre eles, indico o Euro Hostel que é muito bem avaliado pelos hóspedes e está muito bem localizado.
A Day in the Life
A história dos Beatles atrai um enorme contingente de turistas durante todo o ano a Liverpool. Você põe os pés para fora da estação e já vê uma foto, uma plaquinha, ou alguém contando alguma história do tipo: “Foi aqui que Paul fez tal coisa”, “Aqui Ringo Starr aprontou sei-lá-o-quê”. Fica até difícil distinguir o que é verdade e o que é história que o pessoal inventou.
A cidade é bem bonitinha. Dá pra conhecer muita coisa a pé deixando perder-se por lá. Foi assim, inclusive, que depois de uma boa caminhada eu cheguei ao Albert Dock, um lindo complexo de prédios construído na zona portuária. É lá que ficam a loja dos Beatles e uma das entradas do museu audiovisual Beatles Story, com o maior acervo de materiais sobre a (e da) maior banda de todos os tempos. São vários ambientes com a história dos Beatles narrada em vários idiomas, incluindo o português. Tem fotografias inéditas, áudios raríssimos, a primeira guitarra do George Harrison, manuscritos, espaço voltado para as crianças com desenhos animados, telas interativas e até Ringo Starr dando aulas de bateria! Dá pra passar umas 2h30 se esbaldando. O museu funciona das 10h às 18h (mas só entra até às 17h) e os bilhetes podem ser comprados online ou na hora, com o Day Tripper ticket. Eu comprei lá e não tinha fila, já que ainda era cedo.
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Logo em frente ao Beatles Story, ainda no Albert Dock, encontra-se o Yellow Sub, um hotel aos moldes do submarino da música. Ele não é aberto à visitação e para se hospedar por lá, é necessário desembolsar cerca de R$1100 por diária.
Atualização: em 15 de outubro de 2018 identificamos que o Yellow Sub não estava mais disponível no Booking. Você pode ver outras sugestões de hospedagem em Liverpool aqui.
Após ter aprendido um monte de coisas fantásticas sobre a trajetória dos Beatles, vi que era hora de ir para o ponto alto do dia: a Magical Mystery Tour.
Roll up for the Mystery Tour
Comprei os ingressos na hora mesmo, no ponto de informações turísticas que fica ali no Albert Dock (aberto das 9h30 às 16h30). Também é possível comprá-los pela internet sem custos adicionais. Os passeios acontecem todos os dias da semana, até nos feriados, menos no Natal e no dia 1º de janeiro. O tour sai duas vezes por dia durante a semana e quatro vezes aos sábados e domingos, os horários podem ser conferidos aqui.
A Magical Mystery Tour dura em torno de 2 horas e sai do Albert Dock com itinerário fechado, passando pelas casas de cada integrante, a famosa Penny Lane, Strawberry Field, Liverpool Institute e Art College – onde os caras estudaram – até, por fim, chegar ao lendário Cavern Club. Outros lugares são apontados durante o percurso, mas se você quiser conhecê-los de perto, terá de voltar por sua própria conta. Irei mostrar todos os pontos que foram importantes na vida particular e na carreira estratosférica dos Beatles. No fim da página tem um mapa marcando todos esses lugares. Guarde com carinho!
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Itinerário
O passeio é feito a bordo de uma réplica do ônibus usado no filme Magical Mystery Tour, idêntico ao original! Ele vai seguindo seu caminho até o subúrbio e a trilha sonora vai mudando de acordo com os lugares pelos quais vamos passando. Enquanto isso, o guia vai contando algumas curiosidades sobre cada um dos Beatles.
9 Madryn Street
A primeira moradia de Ringo está localizada no número 9 da Madryn Street e esteve a perigo de ser demolida pelo Governo Municipal junto a outros 400 imóveis. Havia um plano de revitalização da área por parte da Prefeitura, e embora centenas de casas tenham vindo a baixo, graças à pressão popular algumas delas permanecem intactas, entre elas a casa onde Ringo Starr nasceu e passou os primeiros meses de vida.
Ringo frequentava muito a casa dos avós, no número 59 da mesma rua. As visitas são apenas do lado de fora das casas, que são propriedades privadas e não há ingressos disponíveis para entrar.
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10 Admiral Grove
Ringo morou no número 10 da Admiral Grove por 20 anos, até ficar famoso como baterista dos Beatles. A escola em que ele estudava (St Silas Primary School) está a poucos metros de lá, na Pengwern Street. Apesar da polêmica declaração sobre sua cidade natal, ele fez uma homenagem às duas casas na música “Liverpool 8”.
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Empress Pub
Esse pub que ocupa o número 93 da High Park Street vai parecer muito familiar para quem acompanhou a carreira solo dos caras. O Empress Pub estampa a capa do Sentimental Journey, primeiro álbum do Ringo após o quarteto se separar.
A mãe do próprio Ringo trabalhou ali como garçonete durante um tempo e a casa em que o baterista foi criado fica a poucos passos de lá.
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W. Gorry
Mais uma vez reconhecendo os empregadores de sua mãe, Ringo usou no verso do Sentimental Journey a foto de uma antiga loja de conveniência que ficava no número 126 da mesma High Park Street.
Penny Lane
Não posso evitar o clichê: “Penny Lane está nos meus ouvidos e nos meus olhos“. Todos ficamos eufóricos quando o ônibus estacionou ali, naquele bairro que foi tão importante para os Beatles e fonte de inspiração para duas canções super conhecidas da banda (“In my life” também foi inspirada nessa área). A emoção é tanta que tem fã que não fica satisfeito em tirar só fotos, tira também as placas com o nome da rua. Os objetos já foram roubados um monte vezes e a prefeitura precisou criar uma estrutura especial para o pessoal não levá-los como souvenir.
A sensação de passar pelos lugares citados na letra da música é indescritível. São apenas lugares comuns que existem em qualquer bairro do mundo, mas que ganharam um significado especial por serem mencionados de uma forma tão bonita. Talvez para mim tenha sido tão tocante porque fui lembrando do meu próprio bairro, onde todo mundo se conhecia e dos cenários da minha infância, que mudaram drasticamente ao longo dos anos.
De dentro do ônibus, vimos a barbearia onde os “barbeiro mostra fotos de cada cabeça que ele teve o prazer de conhecer”, o abrigo que “no meio do carrossel”, que hoje virou o bistrô Sgt. Pepper’s, além do banco e um posto dos Bombeiros, de onde saíram dois personagens da canção (o banqueiro cliente da barbearia e o bombeiro patriota que carregava a foto da rainha no bolso). Se você quiser ver esses lugares com calma, terá de fazer o roteiro por sua conta, seguindo o nosso mapa.
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12 Arnold Grove
A parada seguinte a Penny Lane foi na rua onde George Harrisson passou parte da infância. Hoje a singela casinha geminada é habitada por outras pessoas, que já estão acostumadas à movimentação dos fãs. É uma ruela sem saída, George deve ter brincado muito por ali.
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9 Newcastle Road
Os tijolinhos vermelhos do número 9 da Newcastle Road abrigaram John Lennon do dia em que ele nasceu até os cinco anos de idade. Ali ele vivia com os pais e avós.
A casa fica perto da Penny Lane, mas o ônibus da Magic Mystery Tour não para lá. Dá para ir sozinho se guiando pelo mapa do fim da página.
Mendips
John Lennon se mudou para Mendips, que pertenciam a sua tia Mimi e seu tio George, depois que seu pai abandonou a família. A casa continua do jeitinho que estava quando a família vivia lá, até com os móveis originais, sendo preservada pela National Trust. Dizem que se a tia Mimi estivesse ali, ela pediria aos visitantes que entrassem pela porta dos fundos para não estragar o carpete.
Foi ali naquela casa, no aconchego e privacidade do seu quarto, que Lennon compôs “Please Please Me”. Se você quiser entrar no imóvel, terá fazer sua reserva com meses antecedência, pois os ingressos são limitados e concorridos. Fotos são proibidas lá dentro.
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1 Blomfield Road
Embora não tenha morado neste endereço, Lennon o visitava frequentemente, pois ali moravam sua mãe e suas irmãs Julia e Jackie. Julia chegou a contar em seu livro que a tia Mimi chamava a casa da mãe de John de “Casa do Pecado”, enquanto a casa dela era a “Casa de Correção”.
Foi ali que, aos 17 anos, John Lennon recebeu a triste notícia de que sua mãe havia morrido atropelada por um policial embriagado que estava de folga. Ela estava voltando da casa de Mimi, onde John morava.
Após esse episódio tão doloroso, John compôs “Julia” e “Mother“.
20 Forthlin Road
Paul morou com os pais e irmão no número 20 da Forthlin Road e por lá permaneceu mesmo depois da morte da mãe. A casa era bem simples, longe do que era a casa de John Lennon. Tudo foi conservado como na época em que os McCartney viviam lá, com os papéis de paredes misturados, móveis velhos e sofás surrados.
Apesar da simplicidade, o ambiente inspirou as primeiras de muitas canções. Aos 14 anos, Paul compôs no piano o que viria a ser a música “When I’m 64“. Ali também foram compostas várias canções da dupla imbatível Lennon/McCartney, desde a época da primeira banda deles: The Quarrymen. Para se ter uma ideia, “She Loves You” e “I Saw Her Standing There” foram escritas ali.
Para entrar nesse lugar tão especial, é preciso ter o mesmo ingresso especial da casa de infância de John Lennon. Compre aqui.
72 Western Avenue
Paul morou com seus pais no número 72 da Western Avenue dos 4 aos 10 anos. O tour passa longe desse sobrado de três quartos, que fica perto do aeroporto e não está aberta para visitação interna. A propriedade foi leiloada em fevereiro de 2015 e arrematada por um comprador anônimo.
A mãe de Paul era bem conhecida naquela área pelo seu ofício de parteira e o próprio McCartney disse que essa é a primeira casa da qual ele se lembra de ter vivido, já que a família se mudou outras vezes quando ele ainda era bem novinho.
25 Upton Green
Assim como Paul, George também morou em Speke, a caminho do aeroporto, mais precisamente no número 25 da Upton Green. A Magical Mystery Tour não passa por lá, mas é possível chegar ali através do transporte público.
A família mudou-se para esta modesta casa em 1949, quando George tinha seis anos de idade e permaneceu ali até o início dos anos 1960. Nesse meio tempo ele conheceu Paul e John, os três até chegaram a ensaiar ali antes da fama.
Em 2014 um fã dos Beatles arrematou o imóvel pela bagatela de 156 mil libras, mas não abriu o imóvel para visitação.
Strawberry Fields
Confesso que essa era a música que eu sempre pulava, até conhecer pessoalmente o lugar. Agora, sempre que a escuto sou transportada de volta àquele dia feliz em Liverpool.
Strawberry Field foi um orfanato do Exército da Salvação que ficava na Beaconsfield Road, perto da casa onde John morava com os tios. Da bela construção inicial, só sobrou o portão vermelho, que está sempre fechado.
John costumava frequentar o local quando era criança, levado por sua tia Mimi e brincou muito nos jardins que podem ser vistos por trás do portão, hoje tomados pelo mato. Naquele abrigo também aconteciam festivais, que Lennon assistia com a tia.
Certa vez um fã conseguiu a proeza de roubar o portão, mas não foi capaz de esconder um troço daquele tamanho, que foi recuperado e colocado no devido lugar dias depois. Deve ser por isso que colocaram uma placa dentro do jardim com o contato de uma pessoa que faz réplicas das grades sob encomenda.
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Saint Peter’s Church
Lugar abençoado, onde John e Paul se conheceram. McCartney foi apresentado a Lennon em 1957, quando este estava se preparando para uma apresentação com sua primeira banda, The Quarrymen.
No cemitério dos fundos da Saint Peter’s Church se encontram as lápides de um certo McKenzie e da misteriosa Eleanor Rigby, que dá nome a outro clássico da banda. Ao contrário do que parece, a música não foi inspirada na moça da sepultura e eles sequer a conheciam. Dizem que primeiramente a personagem se chamaria Miss Daisy Hawkins, mas o nome não fluía com a melodia. Paul foi tentando até chegar a este nome, que apareceu do subconsciente.
A Eleanor Rigby da música está sentadinha num banco da Stanley Street, esperando por companhia. Se quiser saber mais sobre a moça, clique e leia aqui.
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Liverpool Institute for Performing Arts
Paul e George estudaram no Liverpool Institute durante a adolescência e muitas vezes pegavam o mesmo ônibus a caminho do colégio. Foi assim que eles se conheceram e começaram a tocar juntos, mesmo depois de Paul ter se mudado de Speke, bairro em que ambos moravam.
Há alguns anos, a instituição que serviu para unir os dois passou por um processo de reestruturação graças ao apoio financeiro de Paul, que fez o discurso de reabertura. Convite este mais que merecido!
Liverpool College of Art
Está localizado na Hope Street, ao lado da instituição onde Paul e George estudaram. Foi onde John Lennon conheceu Stu Sutcliffe, um dos fundadores dos Beatles, que saiu antes da banda estourar mundialmente. Foi também em uma daquelas salas de aula que Lennon conheceu sua primeira esposa, Cynthia Powell.
O prédio, datado de 1880, estava fadado a ser transformado em apartamentos de luxo, num projeto da prefeitura de revitalizar essa parte histórica da cidade. Foi a contribuição financeira de Paul que livrou a faculdade desse fim trágico.
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Ye Cracke
Esse velho pub é um ponto conhecido por pouquíssimos turistas, até mesmo pelos fãs dos Beatles. Fica no número 13 da Rice Street.
Dizem que John Lennon e sua então namorada Cynthia gostavam de tomar uns Black Velvets no local na época em que frequentavam a Escola de Artes. Outro frequentador assíduo foi Stu Sutcliffe, o primeiro baixista dos Beatles, que faleceu em 1962, aos 21 anos, quando a carreira do quarteto estava apenas começando. Ele já tinha saído do grupo quando isso aconteceu.
Hard Day’s Night Hotel
Esse hotel de nome bem pertinente é mais um ponto turístico do que uma forma de hospedagem, já que os preços não são muito permissivos. O edifício é do século XI e na fachada foram instaladas estátuas dos quatro integrantes. Os cômodos, por sua vez, são decorados com fotos e outros elementos que fazem referência ao grupo, é claro.
Igualmente luxuoso, o Bar Four fica anexo ao hotel e oferece pratos e drinks inspirados nos Beatles, com nomes que fazem referência às suas músicas. Fica bem perto do Cavern Club, então não há desculpas para não visitá-lo.
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Cavern Club
E por falar em Cavern Club, este é o último ponto de parada da Magical Mystery Tour, fica na Mathew Street. O bilhete do passeio dá direito à entrada no lendário pub onde os Beatles fizeram centenas de apresentações, antes e depois da fama mundial. Foi ali que Brian Epstein, agente conhecido como o “Quinto Beatle”, viu a banda tocar pela primeira vez, em 9 de novembro de 1961.
Do lado de fora tem um uma estátua de John Lennon e uma espécie de Wall of Fame, com os nomes de várias bandas e artistas que já se apresentaram na casa, como: Chuck Berry, Rolling Stones, The Kinks, Elton John, Eric Clapton, The Who, Oasis, Rod Stewart, Queen e mais um monte de gente boa!
Um fato curioso é que o Cavern Club foi demolido em 1973, por causa de uma obra do metrô que nem chegou a ser concluída. Provavelmente quando se atinaram para a grana que deixariam de ganhar com fãs dos Beatles e apresentações de outros músicos, ele foi reerguido praticamente no mesmo lugar, com os mesmos tijolos, em 1984.
Saindo de lá, todo mundo ganha um cartão postal da Magical Mystery Tour de recordação.
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The Grapes
The Grapes está fora do roteiro, mas é um lugar importante, já que foi bastante frequentado pelos rapazes de Liverpool antes da fama. Embora não seja tão badalado quanto o vizinho Cavern, o The Grape (que também fica na Mathew Street) marcou o início da carreia dos Beatles, pois era ali que o grupo se reunia para fazer reuniões importantes e era pra onde iam após as apresentações no Cavern, já que este não vendia bebidas alcoólicas.
Outro fato interessante é que o The Grapes foi o lugar onde Pete Best foi para afogar as mágoas depois de ser enxotado da banda.
Ainda hoje é possível dar de cara com o primeiro empresário dos Beatles nesse bar. Allan Williams já tem 85 anos, mas sabe aproveitar a vida, mesmo depois de ter vendido o “passe” dos Beatles por 9 libras.
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Casbah Coffee Club
Bem antes de serem os Beatles, quando ainda eram conhecidos como a banda adolescente The Quarrymen, John, Paul e George costumavam ensaiar e fazer shows no Casbah Coffee Club. O bar ficava no porão da casa da mãe de Pete Best, primeiro baterista da banda (posteriormente substituído por Ringo).
Os meninos foram a esse bar pra agendar o primeiro ensaio e Mona Best, dona do bar, disse que ainda precisava finalizar a pintura. Eles concordaram em ajudar em troca de uns trocados e pintaram as paredes com estrelas, dragões, teias de aranhas e mais uma infinidade de desenhos. Tudo isso pode ser visto até hoje!
Além da oportunidade de fazer o show inaugural da casa, em agosto de 1959, eles ganhavam uma mixaria por cada apresentação. Hoje o Casbah Coffee Club é avaliado em 1 milhão de libras, isto é, 6 milhões de reais!
Embora seja muito fora de mão (o bar fica no número 8 de Haymans Green, em West Derby), conhecer esse lugar vai ser um grande diferencial no seu tour pela cidade e vale a pena se você realmente for fã dos Beatles. É necessário reservar com antecedência.
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Liverpool John Lennon Airport
É aqui que muita gente se despede de Liverpool, mas se não for o seu caso, visite-o mesmo assim.
O aeroporto passou a ter o nome do líder dos Beatles em 2001, 21 anos depois dele ter sido assassinado. O logo é o autorretrato desenhado por Lennon e o slogan é a célebre frase “Above us only sky“.
No hall do check-in tem uma estátua enorme do músico feita em bronze. Bem bonita! Tem também um submarino amarelo, tudo para homenagear o ilustre cidadão de Liverpool.
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Agora veja o mapa que preparei especialmente para que você consiga se virar por conta própria em Liverpool:
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International Beatleweek Festival
Em Liverpool, a última semana de agosto é toda dedicada ao Fab Four. Beatlemaníacos do mundo inteiro se reúnem em apresentações que homenageiam o grupo. É o maior festival do mundo em homenagem aos Beatles, com bandas dos quatro cantos do planeta.
Se você pretende passar por Liverpool durante o festival, é melhor não deixar pra cima da hora. A programação e os tickets podem ser adquiridos aqui.
Quantos dias ficar em Liverpool
Minha viagem à terra dos Beatles foi feita num esquema bate-e-volta, mas eu me arrependi amargamente. Tinha lido que um dia bastava, mas não dá pra fazer quase nada além de um rápido passeio pela área central antes da Magic Mystery Tour.
Você que é um viajante esperto, vai baixar o mapa do itinerário disponibilizado pelo Viajei Bonito, comprar o seu Day Tripper ticket que além de dar acesso ao transporte público, inclui a entrada no Beatles Story e um passeio a bordo do Mersey Ferries River Explorer Cruise. Aí você faz a Magic Mystery Tour e depois volta no que quer ver por sua conta.
Meu conselho é que você fique ao menos dois dias. No primeiro você explora um pouco a cidade e faz o passeio a bordo do ônibus amarelo do filme dos Beatles, terminando no Cavern Club. No segundo você compra o Day Tripper ticket, visita o museu ao qual tem direito e aproveita o passe pra visitar o subúrbio, que é onde os Beatles viviam. Pra acabar, vai embora da cidade cantarolando músicas dos Beatles mentalmente.
Você é fã dos Beatles? Já conhece algum desses lugares? Conte para nós como foi o seu passeio. Ficamos felizes em receber comentários!
Muito bem feito e importante para quem for até lá. Eu não tenho esperança…Viajo em sonhos. Percebi dois enganos. Apenas John estudou no Art College. Não todos os rapazes. E o LIPA é bem mais do que uma escola que recebeu ajuda financeira de Paul inaugurada com discurso feito por ele. LIPA é considerada a menina dos olhos de Paul. É um projeto dele que se tornou realidade, evidentemente com parcerias. Mas dizer que ele só financiou e fez o discurso não é o suficiente. Parabéns pela matéria. Confesso…que inveja! :)
Ei, Virginia! Fiquei tão feliz pelo seu comentário!
John estudou no Art College e foi lá que ele conheceu o Stuart Sutcliffe, da primeira formação dos Beatles. Paul e George estudaram no Liverpool Institute, que fica bem ao lado, e se conheceram no ônibus, a caminho de lá. Talvez não tenha ficado claro no texto. Obrigada por me avisar, vou reler e modificar o texto, se for necessário.
Já o LIPA, por sua vez, foi como uma “ressurreição” do Liverpool Institute High School for Boys, onde o Paul e o George estudaram. A escola fechou a especulação em cima do imóvel era grande, mas o Paul e o sócio dele (um educador cujo nome não me lembro) queriam arrumar uma função mais produtiva para o local e assim nasceu o LIPA, do jeito que é hoje. Paul abraçou a iniciativa, usou seu nome, sua influência e seu dinheiro para viabilizar o projeto. Em 1996 o LIPA foi inaugurado, oferecendo uma gama de cursos.
A sua colocação foi muito apropriada. Dizer que ele só financiou e fez o discurso é muito pouco. Gostaria de ter dito mais, mas presumi que acabaria me desviando do foco do artigo.
Por fim, não perca suas esperanças! Liverpool é uma cidade linda, tranquila e muito segura. Nada é impossível quando a gente sonha e se planeja. Será uma viagem inesquecível!
Obrigada pela resposta, Gisela. Eu compartilhei sua matéria no meu face e outra pessoa já a passou pra frente. Eu imagino que seja mesmo uma cidade linda. Sempre achei, mesmo quando me diziam que não era, que a única coisa interessante era por ser berço dos Beatles. Em 1965 eu coloquei duas fotos de Liverpool no meu fichário escolar. Uma do Waterfront ( que hoje é reconhecido como patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO) e outra de uma rua que eu nem sabia o nome. Descobriram Liverpool finalmente. Hoje ele á também Cidade da Música, título também oferado pela UNESCO. O waterfront foi escolhido como o melhor lugar para visitar. Oficialmente. No entanto, o waterfront sempre existiu. As pessoas é que não davam valor. Foi preciso os Beatles se tornarem famosos para descobrirem o que a cidade tem a oferecer. Muita coisa boa. Mesmo quando estive na INglaterra não consegui achar ninguém interessado em me acompanhar…Muito nova, fiquei com receio de ir sozinha. Todos diziam que não havia nada turístico ali. Era o ano de 70, e nem mesmo se davam conta que tinham ali os Lugares Beatles que hoje fazem parte do turismo local. Não havia um ônibus para nos levar aos lugares preciosos como Penny Lane, Strawberry Fields, as casas onde moravam, como tem hoje e você descreveu tão bem. Colocou até um mapa. Vou guardá-lo! Obrigada por ter reconhecido, e até ja sabia, que a participação de Paul na criação do LIPA foi fundamental para que se tornasse realidade. Ele levou a Rainha Elizabeth lá para a inauguração. Ele acompanha o que acontece ali, de vez em quando leva uma celebridade para falar para os alunos, e até compareceu no ano passado em uma das festas de formatura. Dizem que foi fator decisivo para que ele se tornasse Sir. Sim, Stuart também estudou no College of Arts…e quem mais? A Cinthya, primeira esposa dele. Eu bem mereço uma visita à Liverpool. Eu amo a cidade de paixão. Assim como amo a minha cidade. Aqui brincamos que existe uma ponte cósmica que nos liga. Bem poderia ser verdade, e que eu a encontre, para poder ir até lá com tranquilidade. Meu maior problema, além do financeiro, é que não ando de avião. Já viajei muito de avião, mas desenvolvi pânico total. Então estou dependendo de encontrar a tal ponte, ou que inventem logo o tele transporte. ;) Mais uma vez, parabéns pelo artigo. Este é para ser salvo de alguma forma. Vou dar um jeito de salvá-lo. Mesmo porque nunca se sabe…Vai que eu realmente consiga chegar a Liverpool. Eu brincava, nos anos sessenta, dizendo que vou “ali ver Paul”.
Que bacana, Virginia! Os seus comentários acrescentaram muito ao post. Aliás, diria que foram como um novo post, com informações muito preciosas.
Sobre o turismo em Liverpool, é como dizem no Marketing: “Não basta que uma coisa seja boa, é necessário que todos digam isso”. Não foi diferente com eles. Foi necessário que muita gente começasse a aparecer por lá para que eles dessem à cidade o seu devido valor. Há muito o que ver em Liverpool além da rota dos Beatles e me dedicarei a escrever sobre isso em um futuro próximo.
Eu ficaria muito feliz se um dia recebesse uma mensagem sua dizendo que foi a Liverpool e que esse humilde artigo lhe serviu como roteiro. Agora falta de companhia não será mais um problema, pois o lugar é tomado por turistas (são 600 mil turistas por ano em uma cidade de 450 mil habitantes).
Já que é uma cidade tão especial, dê esse presente para si mesma.
Um abraço!
Post simplesmente encantador, este é realmente um guia completo de Liverpool, seu relato detalhado me deixou com muita vontade de conhecer este pedacinho do Reino Unido que faz parte da história da música! Já salvei em meus favoritos!
Vou passar uma temporada na Inglaterra esse ano e, depois de ler esse post, com certeza irei visitar Liverpool. Super fofo aquele yellow submarine da foto. Parabéns pelo post!
Gosto muito de Liverpool, tem um ambiente descolado encantador. Não fiz o tour, mas fui ao Museu dos Fab Four e adorei. Tem razão, ficamos um pouco beatlemaníacos mesmo.
Abraço desde Portugal
P.S. Andou no duckmarine?
Muito legal a história de liverpool com os beatles. John Lennon é uma lenda.
Gostei muito dos lugares que abordou em especial o The Cavern Club que parece ser bem rústico.
Tchi pessoal que paginão! é mesmo para não deixar escapar nada sobre O caminho dos Beatles por Liverpool. Adorei descobrir esta faceta da cidade. Devo dizer que pessoalmente não sou grande apreciador de Beatles, mas também confesso que sempre estive curioso sobre onde ir e o que visitar na cidade tendo em conta o historial desde famoso grupo. Possivelmente e pelo que constatei, este é o melhor e mais completo guia Beatles vs Liverpool da Internet! Parabéns e boas viagens.
Para fãs e não só, este é um roteiro muito interessante. Ando a planear uma visita a Liverpool exatamente para conhecer estes lugares. Não sei se será nos próximos meses mas espero que seja ainda este ano. Vou guardar. Obrigada pelas dicas.
Que incrível, sou fã dos Beatles e não sabia que Liverpool teria tantas atrações assim. Fantástico
Bjs
Dani Bispo
abolonhesa.com
Nossa, excelente post, completíssimo! É um prato cheio para os fãs da banda mesmo. Estou planejando uma viagem para Manchester, e vou ver se consigo dar um pulinho em Liverpool! Dicas anotadíssimas :)
Que demais! Eu também não sou a fã número 1, mas com certeza ia amar esse passeio!
Olá Gisele, Parabéns! O seu site é um dos mais completos dos Beatles que achei até hoje. Digo isso porque sou Guia aqui em Liverpool e vire e mexe dou uma olhada para saber como andam as matérias sobre os Beatles.
Eu vi que você escreveu que o passeio do ônibus não pára em todos os lugares. Muito Obrigada! Porque muita gente me acha somente depois que fizeram o passeio porque não entenderam o acento do guia de Liverpool e porque leram no blog tal e acharam que o ônibus pararia em todos os lugares citados no blog.
Parabéns! :) Angélica Waller – Guia em Liverpool para Brasileiros
Obrigada pelo comentário, Angélica. Eu gostei do passeio de ônibus pelo que ele simboliza, mas achei o tour mto corrido. Muitos lugares são vistos apenas da janela, por isso criei esse roteiro para que os fãs se virem por conta própria.
Bom saber que por aí tem uma guia que fala português. Quando me perguntarem de novo, falarei o seu nome.
Abraços!
Que legal Gisele gosto dos Beatles em especial Paul McCartney, eles sempre foram envolvidos em um grande mistério e um sucesso que dura ate hoje! Pena que nao puderam estar reunidos novamente! Talvez um dia no céu!Parabéns Deus te abençoe!
Parabéns Gisele, gostei muito de suas dicas, já estive em Liverpool e não deu para visitar todos esses lugares, mas esse ano estou retornando para lá e já salvei suas dicas.
Em Liverpool parece que estamos dentro de um filme, né?
Fico feliz que tenha aproveitado as dicas. Obrigada pelo seu comentário!
Minha mãe ficou maluca com o seu roteiro, Gisele. É o sonho dela conhecer a terra dos Beatles!