Asilah, tranquilidade e belas paisagens no litoral do Marrocos
Asilah vem como um pause nesta aventura e a constante sensação de choques culturais que têm sido muito marcantes durante estes dias no Marrocos. A sensação é que estou na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. A pequena cidade de que falo se encontra na beira do mar, é extremamente tranquila e muito bem cuidada. Ruas vazias, pouco barulho e vendedores serenos compõem o pacote de relaxamento que descobri por acaso, sem planejamento algum.
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O que fazer em Asilah?
As praias que se encontram na costa oeste de Asilah são muito bonitas e é possível observar o degradê de verde claro pra um azul bem escuro quando se olha para o horizonte. Foi difícil registrar isso em imagens, mas eu tentei. Não sei se você conseguirá notar, pois é um detalhe mais fácil de perceber a olho nu.
Bom, não entendo absolutamente nada de pescaria, mas eu diria que se você curte o esporte, encontrará boas condições, pois o que mais se vê nas barreiras da grande marina construída na orla de Asilah são pescadores. Alguns deles se arriscam, equilibrando-se em pedras que parecem ser anomalias físicas por terem zero de atrito, de tanto lodo em suas superfícies. Acho que nem uma gaivota conseguiria pisar naquelas pedras sem escorregar.
Medina
A Medina de Asilah é completamente diferente das medinas de Tânger e Chefchaouen. Não há tumulto, há pouquíssima sujeira e as paredes são extremamente limpas. O ambiente dentro da cidade antiga também é diferente: não há vendedores desesperados para arrastá-lo para dentro de suas lojas ou traficantes de haxixe seguindo-o pelas ruas.
É uma excelente opção pra quem viaja ao Marrocos e deseja comprar itens pessoais ou presentes, pois você pode ir andando calmamente e observando os produtos das lojas sem que alguém fique lhe empurrando itens que você não está interessado. Pra falar a verdade, no dia em que precisei comprar uma touca de lã eu confesso que senti falta dos “bons” vendedores, já que ninguém parecia querer me atender.
Ouvi muito a respeito de um tradicional evento de artes que acontece em agosto, na cidade. Por essa razão, há várias pinturas interessantes nos muros das casas dentro da Medina. Eu entendo nada de arte, mas achei que o contraste entre os grafites e a arquitetura antiga das ruas chamam bastante atenção.
Bom, já disse que Asilah é um bom lugar pra descansar, não é? Então veja abaixo as fotos que tirei em uma manhã. Estava muito frio e acho que nem os comerciantes queriam sair da cama. Parecia uma cidade fantasma. Enquanto andava pelas ruas desertas da Medina, o som das ondas do mar era a única trilha sonora que eu escutava, e isso colaborou ainda mais pra que essa volta pelo “centro comercial” da cidade antiga de Asilah funcionasse como uma verdadeira sessão de relaxamento.
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Pôr-do-sol
Pra quem curte apreciar o pôr-do-sol, Asilah é praticamente uma arquibancada. As barreiras que protegem a marina da cidade são compostas de grandes blocos de concreto modelados em formato de estrelas de três pontas. Por serem artificialmente fabricados, suas superfícies não são irregulares e acabam sendo confortáveis como bancos de praça, aos milhares, na beira do mar.
A vista do pôr-do-sol inclui um forte construído há muitos anos, que fica dentro da Medina. A beira do mar fica afastada da avenida, e por essa razão tudo que se ouve é o barulho das ondas. Cenário ideal pra encerrar um dia de trabalho. Você acha que estou aqui só a passeio?
Como chegar em Asila vindo de Tânger
Agora que você já sabe o que fazer em Asilah, precisa saber o mais importante. Para chegar a Asilah há três opções: táxi compartilhado, ônibus e trem. Eu optei pelo táxi compartilhado, pois estava longe da estação de trem e para o próximo ônibus eu precisaria esperar por algumas horas. Mal sabia eu que deveria esperar nem que fosse uma semana…
Provavelmente vocês não conseguirão imaginar a temperatura e o desconforto que é estar em um táxi compartilhado no Marrocos. Em nosso táxi havia sete pessoas, contando com o taxista. Três pessoas na frente e quatro atrás. Lembro-me que quando consegui “acomodar” no banco, meu ombro já estava torto e depois das curvas nível Serra de Petrópolis eu estava com o braço direito por trás do encosto de cabeça do marroquino que estava do meu lado… e de lá ele (meu braço!) não conseguiu mais sair. Achei que o perderia, afinal de contas por várias vezes ele ficava dormente e eu mal conseguia me mexer pra mudar de posição.
Mas o pior nem é isso. A gente lida bem com desconforto, afinal de contas eram apenas quarenta minutos de viagem. O problema mesmo é que, sabe-se lá por quê, os tripulantes do táxi não gostavam de vento. E num calor de trinta e poucos graus não havia uma janela aberta! Tá espantado? Então se espante mais: os passageiros estavam usando jaquetas de frio! E o que estava do meu lado ainda fez questão de usar o capuz. Eu queria muito tirar uma foto disso, mas eu não sabia mais onde estavam meus braços. É nessas horas que você se arrepende de ter deixado passar aquele curso sobre como tirar fotografias com a boca.
No final você chega vivo… não se preocupe.
Onde se hospedar em Asilah
O MIA Hostels Assilah foi um grande achado. Ele está situado fora da Medina, mas não tão longe que você não possa ir andando. Acredite, duas semanas vivendo dentro dos muros de medinas agitadas são suficientes pra deixar qualquer um cansado.
Com um casarão recém-construído, o hostel se mostra bem moderno, muito diferente dos demais hostels que geralmente se encontra no Marrocos. A maioria dos outros albergues é, na verdade, composta de casas antigas compradas ou alugadas.
O albergue é muito próximo da praia e por conta disso é bastante arejado. Pra falar a verdade, não há como dormir com as janelas abertas, pois durante a noite os ventos são fortíssimos.
Mas o que chama mais atenção são as áreas comuns, muito espaçosas. É possível que grandes grupos de turistas ocupem estes espaços tranquilamente. Há vários sofás dispostos nas paredes da sala e da cozinha, então só fica em pé quem quiser. Por falar em cozinha, até agora não tinha visto em albergues uma cozinha tão completa quanto essa. Quase todos os eletrodomésticos são novos e os antigos estão impecavelmente bem cuidados. Há jogos de facas e talheres pra tudo quanto é tipo de comida e você provavelmente vai poder cozinhar o que quiser. A não ser é claro, que você tenha o hábito de comer elefantes inteiros.
Próxima etapa: Marrakech
Agora chega de descanso! Já tive vários dias de litoral, montanhas e mato. É hora de explorar o interior do Marrocos. A boa notícia é que não precisarei voltar pra Tânger de táxi compartilhado pra chegar à Marrakech. Os dias estão começando a esfriar, e se naquela ocasião que estava quente os passageiros já estavam querendo manter o táxi quente, imagina agora? Vão instalar lareiras portáteis? Acender fogueiras? Eu é que não vou querer participar disso.
Descobri que há um trem que sai de Tânger, para em Asilah e parte pra Marrakech. E o melhor disso tudo é que ele passa aqui as 22:00 e chega as 08:00 do dia seguinte. Frio e sono! Os melhores ingredientes pra uma viagem.
Volto a falar com você na próxima semana, em um artigo sobre Marrakech e o night train. Continue acompanhando o Viajei Bonito. E se você gostou deste post, sinta-se livre para comentar e compartilhar.
Até o próximo!
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Eu acho que gostei de tudo o que você conta sobre Asilah ! É o tipo de cidade que gosto de conhecer, calma, sem muita gente, com o passado estampado em nossa cara, ruelas simpáticas e arte pelas ruas. Absolutamente encantada!
Oi, Analuiza! Perdão pela demora na resposta! Estávamos viajando e só agora estamos colocando nossa caixa de entrada em dia. Muito obrigado pelo elogio! Você já visitou Asilah?