Roteiro inédito para fãs de Elvis Presley em Memphis
Memphis é uma cidade imperdível no Tennessee e está localizada bem na divisa com o Arkansa e o Mississipi. É a mais populosa do estado, mas não atrairia tantos turistas se não fosse pelos talentos que emergiram de lá: B.B. King, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis e outros tantos. Foram muitos, incontáveis eu diria. E mesmo que você não os conheça pelo nome, certamente conhece algumas de suas músicas.
Mas o que leva milhares de turistas a Memphis todos os anos é o mesmo motivo que lhe trouxe aqui: Elvis Presley. Eu já havia feito por conta própria o roteiro para fãs de Beatles em Liverpool e quis fazer o mesmo na terra que lançou o Rei do Rock, uma figura que modificou o cenário musical de maneira irreversível e hoje é admirado por pessoas do mundo inteiro, sem restrições de idade.
Elvis, na verdade, nasceu em Tupelo, no estado do Mississipi. As duas cidades estão a 175 quilômetros de distância uma da outra, um bate e volta completamente viável, se lhe interessar. A casa onde o ídolo nasceu permanece intacta e aberta à visitação.
Mas vamos nos ater a Memphis, pois há muito para ver. Boa parte desse roteiro para fãs de Elvis Presley em Memphis foi montado com dicas do leitor Hamilton Cerreti, que tempos atrás esteve na cidade com a família. Obrigada, Hamilton!
Existem inúmeras agências que oferecem passeios por lugares marcantes na vida pessoal e na carreira do astro, mas nenhum deles passa por todos os pontos que citarei neste artigo. A boa notícia é que você pode fazer tudo por conta própria usando o transporte público, o que lhe proporciona total liberdade para conhecer o que quiser sem pressa.
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Graceland Plaza
Começar o passeio pela Graceland faz toda a diferença. O complexo passou por numerosas ampliações para conseguir atender à demanda dos fãs e hoje vai muito além da mansão de Elvis, englobando também micro-museus, lojas de souvenirs (algumas delas temáticas), restaurantes, o Heartbreak Hotel e uma rádio que toca ininterruptamente os hits mais conhecidos do Rei do Rock. É impossível não entrar no clima.
Graceland: A casa de Elvis Presley
Graceland é a segunda casa mais visitada dos [link tag=”estados-unidos”]Estados Unidos[/link], perdendo apenas para a Casa Branca. Foi ali que Elvis morou com sua família, morreu e está enterrado.
A mansão foi construída em 1939 e comprada por Elvis em 1957. Lá ele viveu com seus pais e posteriormente com sua esposa Priscilla Presley e a filha do casal, Lisa Marie Presley. As duas saíram de lá em 1972, quando o casal se separou, mas o astro morou ali até o dia de sua morte em 16 de agosto de 1977.
Em 1982, a casa foi aberta ao público e de lá pra cá muita gente, dos EUA e do resto do mundo, visita a Graceland. Muita gente mesmo! Incluindo políticos e artistas. Há quem diga que a ex-mulher e a filha do cantor ainda se hospedam na mansão quando estão na cidade, sobretudo em ocasiões especiais como o Dia de Ação de Graças e o Natal, datas em que não há visitação.
Graceland se tornou uma espécie de santuário para os admiradores de Elvis. Para conhecer o interior da casa é preciso comprar ingresso.
A visita é feita com o auxílio de um audio guide, disponível em vários idiomas, entre eles o português. A versão em inglês é narrada por ninguém menos que John Stamos, o Uncle Jesse da série Full House (Três é Demais), personagem que era aficionado pelo Rei do Rock. Para quem, assim como eu, assistia diariamente ao programa, esse detalhe vem como um presente.
O tour começa pela sala de estar, onde fica o piano de Elvis. Depois vai passando pelas salas de jantar, de TV, de jogos, o quarto dos pais e da vó de Elvis, além da cozinha e do famoso Jungle Room, um espaço com acústica e sistema central de som, onde foram gravadas e eternizadas algumas canções. Durante o passeio, vemos as mobílias originais, bem como roupas usadas em shows e diversos discos de ouro, platina, além de outros prêmios conquistados pelo lendário cantor.
É terminantemente proibido subir até o segundo andar, onde estão os quartos de Elvis e de sua filha Lisa Marie. Em vida, Elvis não recebia visitas ali, sempre foi uma área reservada. Foi na suíte principal que o astro fez sua passagem na derradeira manhã de 16 de agosto de 1977. Alguns fãs mais fervorosos acreditam que o dono da casa ainda esteja lá, no segundo andar, vivendo longe dos holofotes. Para eles, Elvis não morreu!
Meditation Garden
Ao lado da mansão encontra-se o lugar favorito de Elvis no mundo e agora a sua morada eterna. Era ao Meditation Garden que ele ia quando queria ficar sozinho, meditando, orando ou simplesmente refletindo sobre a própria vida.
Embora não tenha sido criado para guardar os restos mortais do cantor e de seus familiares mais próximos, as circunstâncias levaram a tal. Inicialmente, o corpo de Elvis havia sido enterrado no Cemitério de Forest Hill, em Memphis mesmo. Entretanto, menos de dois meses após o funeral, um fã violou a cripta a fim de roubar o que encontrasse. Para que a situação não se repetisse, a ossada foi transferida para o Meditation Garden, assim como o corpo de Gladys Presley, mãe do cantor. O pai, a avó paterna e o irmão gêmeo de Elvis (que morreu no parto) também estão sepultados ali.
Os aviões
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Se você tiver o ingresso VIP, poderá entrar nas duas aeronaves usadas por Elvis em suas turnês: o Hounddog II e o Lisa Marie, que homenageia a única filha do cantor.
Antes do embarque, um vídeo bem breve é exibido para mostrar a história de cada um dos jatinhos. Depois, você poderá conhecer o interior das naves, totalmente reformadas a pedido de Elvis. No menor, um Lockheed Jet Star, predominam o verde e o amarelo. O maior, adquirido em 1975, é praticamente uma casa com asas e dispõe de uma sala de estar, sala de conferências e quarto privado. As fivelas dos cintos de segurança são banhadas a ouro, as mesas são de couro e as cadeiras de camurça. Extravagante como o ídolo do rock!
Automobile Museum
Elvis era louco por carros! Ele comprou mais de 200 carros na vida, aí você logo pensa: “Noooossa, pra que tanta ostentação? Quem precisa de 200 carros?” Enquanto, na verdade, o cara comprou carro para um monte de gente. Parece que ele era bem desapegado, visto que ele trocou um carro raro por uma pilha de roupas (leia mais abaixo sobre a loja Lansky Brothers).
Aliás, um dos carros mais conhecidos do Automobile Museum em Graceland é justamente um Cadillac rosa que Elvis comprou para a mãe dele, mesmo ela não sabendo dirigir.
Para quem quer fazer o roteiro completo para fãs de Elvis Presley em Memphis, o Automobile Museum não pode ficar de fora. Até porque ele já está incluído no ingresso da Graceland, então sai de graça. Estão expostos 33 automóveis e “brinquedos” motorizados da coleção do artista. Entre eles uma Harley-Davidson que era a paixão de Elvis, além de uma Ferrari, um Cadillac Eldorado conversível roxo (o meu favorito), a limousine em que ele aparece no filme “Elvis On Tour“, dois Rolls Royce sedans, dois Stutz Blackhawks (um deles foi o último carro que Elvis dirigiu na vida), um Mercedes 280SL que ele comprou pra Priscilla e até um trator que ele usou na Graceland.
Sincerely Elvis
Se a ideia for conhecer a vida de Elvis a fundo e ir além do personagem que ele incorporava nos palcos, vá sem pressa ao Sincerely Elvis, que fica próximo ao Automobile Museum. Ali são exibidos vídeos caseiros que mostram momentos cotidianos da vida do artista, além de fotos, livros e objetos pessoais.
O minimuseu também abriga uma série de artigos de decoração da mansão Graceland que não são vistos durante o passeio na casa. Vá sem hora pra sair. É a única chance que você terá de conhecer a outra face de Elvis.
Aloha From Hawaii Exhibits
“Aloha from Hawaii” foi o primeiro show no mundo a ser transmitido por satélite. Estima-se que 1 bilhão de pessoas assistiram a esse show, quebrando a audiência da ida do homem à lua. Essa foi a única oportunidade que fãs de fora dos Estados Unidos tiveram de ver uma apresentação do ídolo ao vivo, já que ele nunca se apresentou fora da [link tag=”america-do-norte”]América do Norte[/link].
O Havaí era o lugar favorito de Elvis para passar férias. O caso de amor do cantor com as ilhas remonta a 1956, quando um DJ incentivou que as pessoas enviassem cartões de Natal a Elvis. Ele recebeu milhares e decidiu se apresentar ali no ano seguinte.
Nessa galeria você verá cenas exclusivas de shows e das férias de Elvis por lá, além de fotos e alguns macacões usados por ele nas apresentações. Embora seja uma exposição pequena, o acervo é incrível. Não dá para perder!
Live From Vegas
Eu pensava que Elvis tivesse um ou outro macacão para shows e que eles fossem confeccionados só quando havia uma nova turnê, mas estava completamente enganada. Pelo visto, ele tinha mais macacões para shows do que eu tenho roupa para a vida.
Inclusive, o primeiro jumpsuit que ele usou na vida está exposto no minimuseu Live From Vegas. Tem também um cinturão de ouro que pesa não sei quantos quilos e foi dado de presente a Elvis pelo Hotel Internacional para parabenizar 57 shows com convites esgotados.
Se ele chegou a usar o cinturão em algum show eu não sei. Me conte se você souber.
I Shot Elvis
Essa galeria é bem interessante e está aberta ao público gratuitamente desde que foi inaugurada, em 2015. Nela são expostas milhares de fotografias de Elvis, desde os tempos antes da fama até as últimas apresentações.
Elvis estava sempre na mira dos fotógrafos. Hoje muitas dessas fotos compõem o acervo do I Shot Elvis e através delas podemos acompanhar a trajetória do cantor e entender (sem nenhum esforço) porque ele recebeu a alcunha de Rei do Rock.
Elvis Tupelo Exhibits
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Foi a exposição que mais gostei. Como não pude ir a Tupelo, me senti como se tivesse me teletransportado para lá. Isso porque na pequena sala destinada à mostra estão móveis antigos, roupas usadas pelos familiares, recibos, ficha de biblioteca com empréstimos de livros e muitas fotos, desde a infância de Elvis até a ascensão ao estrelato.
Elvis em Hollywood
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Elvis foi um artista completo. De ídolo da música, o cara passou a ser também uma estrela de cinema. E para celebrar os 60 anos de seu primeiro filme, “Love me Tender“, foi criada uma mostra comemorativa que exibe cenas dos longas que ele estrelou. Infelizmente, por se tratar de uma exposição especial, “Elvis in Hollywood” ficará aberta ao público somente no ano de 2016. Ao menos é o que estava escrito nos panfletos informativos e no site oficial da Graceland.
Quanto custa o ingresso para Graceland
Existem 5 tipos de passeios com preços a partir de $38,75* para o pacote mais básico e $80*, com direito à visitação ao interior da casa e dos jatinhos particulares de Elvis. Crianças, estudantes, idosos e militares têm direito a descontos. Crianças com menos de 6 anos não pagam.
Veja os preços e faça a sua reserva através do site oficial da Graceland.
As atrações permanecem fechadas no Dia de Ação de Graças e no Natal.
*os preços são referentes ao ano de 2016.
Horário de funcionamento
A bilheteria funciona das 08h30 às 17h00, de segunda a sábado; aos domingos, das 9h30 às 16h.
De novembro a fevereiro, a bilheteria fica aberta das 9h30 às 16h.
As visitações começam 30 minutos após a abertura da bilheteria.
Passeio gratuito
Se você não faz questão de conhecer a casa por dentro, tampouco entrar nos aviões que transportavam Elvis em suas turnês, poderá ver quase todo o resto de graça. Todos os dias, das 7h30 às 8h30, os portões da Graceland ficam abertos para que os fãs possam conhecer o Meditation Garden sem pagar nada.
Eu fui no domingo, às 8h da manhã e fiquei surpresa com o fato de não haver quase ninguém. Éramos eu e mais duas senhoras. Então consegui tirar fotos, ler as plaquinhas, as homenagens e ainda trocar uma ideia com os funcionários. Um deles até se ofereceu para tirar uma foto minha no portão musical.
Às 8h30 eles pediram para que a gente se retirasse. Meia hora foi tempo suficiente para visitar a área externa da casa de Elvis. E sem gastar nenhum tostão!
Outras casas onde Elvis morou em Memphis
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370 Washington Street
Ao se mudar de Tupelo para Memphis, em novembro de 1948, a família Presley se instalou no número 370 da Washington Street. O edifício foi demolido e não há nada no lugar que remeta à época em que Elvis e seus parentes moraram ali.
572 Poplar Avenue
Menos de um ano depois de se transferirem para Memphis, os Presley conseguiram um quarto um pouco mais espaçoso no número 572 da Poplar Avenue, pouco distante de onde viviam anteriormente. Moraram apenas três meses ali, até se mudarem pela terceira vez.
Essa casa também foi demolida e o espaço virou estacionamento de estabelecimentos comerciais.
Lauderdale Courts
Depois de anos de espera, Minnie Mae Presley, avó de Elvis, foi contemplada com um apartamento no conjunto habitacional Lauderdale Courts, cujo aluguel mensal custava $35. Então, a família toda se mudou para o número 328, onde viveram por cinco anos.
Nos anos 1990, os prédios estavam prestes a serem demolidos, mas a decisão foi revogada graças ao apelo de fãs, artistas e jornalistas.
Hoje ainda é possível visitar e até se hospedar no apartamento onde Elvis morou durante um período decisivo de sua breve existência. Foi ali que o adolescente que um dia se tornaria o Rei do Rock começava a se familiarizar com a música dedilhando a guitarra na janela e na lavanderia. A vizinhança parava para vê-lo tocar e assistir às primeiras performances.
O atual dono do apartamento conta que coisas inexplicáveis acontecem por ali. Segundo ele, é como se o ilustre morador frequentasse o recinto de vez em quando. Leia se tiver coragem.
698 Saffarans
Quando tiveram de se mudar do conjunto habitacional, a família Presley alugou uma casa por poucos meses. O imóvel foi demolido e atualmente não há nada no local.
462 Alabama
Elvis e seus familiares habitaram o número 426 da Alabama Avenue por cerca de 2 anos. A casa ficava próximo ao Lauderdale Courts, porém, não é mais possível visitar o imóvel, visto que ele (bem como outros da vizinhança) foi derrubado para dar acesso à rodovia I-40, que liga oito estados, entre a Carolina do Norte e a Califórnia.
2014 Lamar Avenue
Em 1954, a família alugou parte de uma casa na Lamar Avenue, a principal avenida de South Memphis. Em fevereiro de 1955 Elvis gravou “Baby, Let’s Play House” na Sun Studios, ganhando notoriedade e algum dinheiro.
A estadia na Lamar Avenue não durou muito, mudaram-se para outro lugar em menos de um ano. A casa continua de pé, embora tenha sido transformada em estabelecimento comercial, assim como toda a vizinhança. Se você for como cliente e encontrar um funcionário disposto, quem sabe poderá conhecer as instalações. Eu preferi não atrapalhar o trabalho de ninguém com o meu fanatismo.
1414 Getwell Street
Em 1955, a família se mudou para esta casa que hoje virou uma loja de conveniência. Moraram cerca de um ano ali. Elvis quase não parava em casa porque estava em turnê e foi com o dinheiro que começou a ganhar como cantor que conseguiu melhorar as condições de vida de seus familiares.
1034 Audubon Drive
Em abril de 1956, “Elvis, the Pelvis” comprou uma casa na área mais nobre de Memphis e se mudou com a família para lá. Ainda não era a Graceland, mas uma ampla casa de três quartos, com comodidades que jamais haviam experimentado nos tempos de absoluta pobreza.
Os vizinhos detestavam a presença de Elvis, pois as fãs se aglomeravam por todas as partes e aprontavam a maior gritaria, tirando a paz daquelas pessoas. O ídolo mandou instalar uma grade de ferro forjado que permanece lá até hoje, mas isso não foi o suficiente para conter as garotas eufóricas.
Não deu em outra, a Associação dos Proprietários exigiu que a família Presley procurasse outro lugar para morar. E foi assim que todos foram parar na Graceland e lá estão sepultados.
Lugares importantes na história de Elvis Presley
Para mergulhar no passado de Elvis Presley e entender a complexidade do artista, é necessário ir além dos portões de Graceland. Em Memphis é possível visitar a escola que ele frequentava, a igreja a qual ia com os familiares, os estúdios que eternizaram algumas de suas canções e os palcos em que fez as primeiras apresentações. Vamos lá!
Humes High School
Elvis frequentou a Humes Sigh School entre 1948 e 1953. Ele foi o primeiro da família a completar o Ensino Médio.
Antigos colegas de classe contam que ele se vestia de maneira exótica e moldava os cabelos com vaselina, coisa que ninguém fazia. Seu estilo causava estranhamento em alguns, mas isso só mostra o quanto Elvis era diferenciado, mesmo antes de virar um superstar.
Foi em um show de talentos da escola que o cantor fez sua primeira performance em público. Não é de se espantar que ele tenha sido o vencedor do concurso. Anos depois, o auditório onde Elvis se apresentou foi rebatizado em homenagem a ele.
A única coisa que me espantou foi o fato de Elvis ter tirado um C em música nessa escola. Certamente o professor estava enciumado pelo dom musical do aluno.
659 North Manassas Street
Alpha Church
Criado em uma família devota, Elvis frequentava a igreja desde pequeno. Durante adolescência, quando mudou-se para Memphis, passou a participar da Escola Dominical da Assembléia de Deus, onde desenvolveu duas paixões: pela música gospel e pela primeira namorada, Dixie Locke. Apenas uma delas foi eterna e nós sabemos qual.
Hoje o lugar é ocupado pela Alpha Church, mas é possível fazer uma visita. Lembre-se que acima de tudo, a igreja é um espaço de oração. Seja respeitoso com os fiéis.
1084 McLemore Street
Sun Studios
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Aos 18 anos de idade, Elvis juntou uma graninha e foi com um violão meia-boca que ganhou de presente do pai até o Sun Studio. Ele queria ver como sua voz soava quando gravada e, quem sabe, impressionar Sam Philips, produtor do estúdio. O adolescente ficou nervoso e não se saiu bem.
Elvis continuou sondando o estúdio, mas suas gravações não davam em nada. Até que em junho 1954, meses após a primeira tentativa, ele foi chamado por Philips para cantar de novo, acompanhado por uma banda composta por Scotty Moore e Bill Black. Foi nessa brincadeira que eles gravam “That’s Alright, Mama“.
O Sun Studios é considerado o berço do rock ‘n roll, então a visita é válida mesmo que você não seja grande fã de Elvis. Durante o passeio, você vai poder ver o primeiro microfone utilizado por Elvis e ouvir inúmeras gravações, não só dele, mas de outros grandes artistas que passaram por aquela salinha: B.B. King, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis, Roy Orbison, Carl Perkins e outros mais recentes, como: Ringo Starr, U2, Def Leppard e muitos outros.
Horário de funcionamento
Todos os dias, das 10h às 18h.
Preço
$12 para adultos
Crianças entre 5 e 11 anos não pagam
Menores de 5 anos não podem entrar
706 Union Avenue
Stax Records, Memphis
A Stax Records provocou um enorme impacto na música mundial, lançando grandes nomes do Soul e do R&B. Muita gente só se lembra da Sun Studios porque foi a gravadora que lançou Elvis, mas a Stax Records também teve papel importante na carreira dele. Foi de lá que saíram três álbuns do cantor: Good Times, Raised on Rock and Promised Land, gravados entre julho e dezembro de 1973.
Eu fiz o passeio pelo museu e achei fenomenal, embora não tenha visto muita coisa sobre as gravações de Elvis ali. O museu da gravadora conta a história do Soul e mostra como a música andou de mãos dadas com os movimentos sociais em uma época que os negros lutavam pela igualdade de direitos. Vale muito a pena visitar, mas isso rende assunto para outro post.
Horário de funcionamento
De terça a sábado, das 10h às 17h; domingo, das 13h às 17h. Não abre na segunda-feira.
Preços
$13 para adultos; $12 para idosos e estudantes; $10 crianças entre 9 e 12 anos e de graça para menores de 8 anos.
926 E. McLemore Avenue
Poplar Tunes
Quando eu era criança, adorava ir ao Carrefour de [link tag=”juiz-de-fora”]Juiz de Fora[/link] para ficar ouvindo CDs enquanto meus pais faziam compras. Elvis tinha um hábito semelhante. Ele gostava de ir à Pop Tunes para ouvir discos de artistas locais, já que não tinha dinheiro para comprar os LPs e ouvi-los em casa.
A Pop Tunes foi a primeira loja a vender discos de Elvis e ele sempre passava lá para saber se muita gente estava comprando.
Infelizmente a loja foi fechada em 2009, mas ainda é possível vê-la por fora.
308 Poplar Avenue
Overton Park Shell
O primeiro show pelo qual Elvis recebeu um cachê aconteceu no Overton Park Shell, em 1954. Dizem que ele estava tão nervoso que começou a tremer as pernas e a platéia foi à loucura. Sem querer, ele criou o seu próprio estilo e pouco tempo depois já era chamado de “Elvis, the Pelvis” por causa dos seus movimentos com os quadris.
Entre maio e setembro, bandas do mundo inteiro se apresentam na concha acústica. Veja a agenda aqui.
1928 Poplar Avenue
Lansky Bros
Priscilla Presley, ex-esposa de Elvis, conta que ele passou a vida usando roupas de segunda mão, às vezes vestindo calças mais curtas que suas pernas e sapatos ora apertados, ora muito maiores que seus pés. À medida em que foi se tornando mais famoso e mais rico, Elvis recheava o seu closet com roupas mais nobres, que fizessem jus ao seu estilo tão singular.
Antes da fama, Elvis parava diante das vitrines da Lansky Brothers e ficava sonhando com aquelas roupas. A grife de alta-costura vestiu outros ilustres artistas locais como: Johnny Cash, Jerry Lee Lewis e Carl Perkins, além de Rei do Rock. Elvis chegou a trocar um Messerschmitt raríssimo que ganhou da gravadora RCA por uma pilha de roupas da loja.
O fundador da marca, Bernard J. Lansky, se orgulhava em dizer que foi o primeiro homem a colocar um terno em Elvis, na primeira vez em que este apareceu na TV. Elvis nem tinha dinheiro para pagar pela roupa e a ganhou de presente. Por outro lado, Bernard também recebeu a triste tarefa de vestir Elvis pela última vez. Foi ele quem escolheu o terno branco e a gravata azul com os quais o cantor foi sepultado.
Atualmente, há uma coleção intitulada “Clothier to the King“, com referências ao Rei do Rock. É possível comprar a réplica do terno que Elvis usou em sua primeira aparição na TV por $395, ou um par de “blue suede shoes” por $155. A peça mais barata da coleção sai por $20. Trata-se de uma camiseta de algodão com estampa gráfica.
Não deixe de visitar o museu dentro da loja. Ele conta a história da marca, mencionando Elvis como o mais célebre cliente.
126 Beale Street
Há uma outra loja da marca no luxuoso Peabody Hotel.
Forest Hill Cemetery
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Gladys Presley, mãe de Elvis, foi sepultada no Cemitério de Forest Hill em agosto de 1958, no auge da carreira do cantor. Embora tivesse a agenda lotada de compromisso e uma enorme quantidade de fãs que o seguiam para todos os lugares, Elvis visitava a lápide de sua progenitora sempre que possível e deixava flores.
Foi assim em agosto de 1977. Elvis caminhou até a cripta de sua mãe com flores nas mãos e ficou ali durante um tempo. Poucos dias depois, ele se juntava a ela na eternidade. O corpo do cantor permaneceu no mesmo cemitério durante dois meses, mas por motivos de segurança, foi realocado no Meditation Garden, como contei no começo do artigo.
A cripta de Elvis quase foi a leilão em 2012, mas foi salva graças a um abaixo assinado com mais de 10 mil assinaturas. O Mausoléu é ponto de peregrinação para os fãs, que deixam flores, cartas e fotos, mesmo sabendo que os restos mortais do cantor já foram retirados de lá há quase 40 anos.
1661 Elvis Presley Blvd
Elvis Statue
A estátua de Elvis não poderia estar em outro lugar que não fosse no maior centro musical de Memphis, frequentado por artistas lendários. O Rei do Rock foi eternizado ali em um monumento bem detalhado. Reparem no topete, na posição das pernas e nos desenhos do violão.
Aproveite que já está na rua onde tudo acontece e aproveite a noite para ouvir as melhores bandas da cidade. Tem para todos os gostos, do blues ao rock contemporâneo.
115 Beale Street
Elvis Presley Boulevard
Em 1971, um trecho da rodovia I-51 Sul foi renomeado Elvis Presley Boulevard. É lá que estão a Graceland, o Centro de Informações Turísticas de Memphis, entre outras lojas ligadas a ao cantor e mais outros tantos estabelecimentos comerciais comuns.
Se você for fã de carteirinha, vai se lembrar que em 1976 foi lançado o álbum “From Elvis Presley Boulevard, Memphis, Tennessee”, o penúltimo de Elvis em vida. Estando na cidade, inevitavelmente você passará por esse lugar, pois a via, além de ser uma das portas de Memphis para quem chega por terra, é também a que leva ao aeroporto.
Os restaurantes favoritos de Elvis
Pense num cara que gostava de comer besteira. Sanduíches e pizzas eram os quitutes favoritos de Elvis. Talvez porque ele tivesse aversão a usar talheres que não fossem os seus e preferisse pratos que pudesse comer com as mãos. Elvis era germofóbico, mas isso não vem ao caso agora. Vamos aos restaurantes.
The Arcade Restaurant
Foi o Hamilton quem me sugeriu esse restaurante, o favorito de Elvis em Memphis (e o mais antigo da cidade).
Como Elvis era figurinha carimbada nas manhãs do Arcade, hoje na mesa em que ele se sentava, a Elvis table, é possível também se sentar e fazer uma refeição. Detalhe interessante, é que do local em que o Elvis se sentava, ele ficava de costas para a porta de entrada, mas de frente para um espelho (que está lá até hoje), de onde ele observava tudo. Quando as fãs o viam, e entravam no restaurante, ele escapava por uma porta lateral, ao lado da mesa, para ter um pouco de tranquilidade.
Você pode entrar em contato com o Arcade Restaurant e pedir para reservar a mesa do Elvis, como o Hamilton fez. Se não fizer questão da mesa especial, não é necessário agendar.
540 S Main St
Marlowes Ribs and Restaurant
Dizem que o Marlowe’s também está entre os restaurantes favoritos de Elvis. Se você fizer o agendamento, uma réplica do Cadillac rosa pode buscá-lo no hotel. Eu não fui lá, mas dizem que o BBQ é extraordinário. Se você for, volte para me contar o que achou.
4381 Elvis Presley Blvd
Coletta’s Restaurant
O Coletta’s se diz o pioneiro da pizza barbecue, muito apreciada na região e a favorita de Elvis. Eu não provei, mas imagino que seja muito saborosa, pois é feita com mussarela, cheddar, carne de porco e molho barbecue.
Elvis ia ali regularmente com seus amigos e tinha uma mesa cativa, que hoje é decorada com fotos dele, recortes de jornal e outras lembranças do ilustre cliente.
1063 South Parkway East
Rockabilly’s Diner
Aqui você ainda pode comer um sanduíche que Elvis amava: pão de forma na chapa, com creme de amendoim e banana fatiada. Delícia!!!
Graceland Plaza, 3674 Elvis Presley Boulevard
Onde se hospedar perto de Graceland
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Heartbreak Hotel
São 128 quartos em um edifício próximo à mansão de Elvis. O Heartbreak Hotel também fica próximo ao aeroporto, sendo conveniente até mesmo para aqueles que não são fã fervorosos do cantor.
O hotel conta com vários tipos de acomodações, da standard ao luxo e todas elas temáticas, com fotos do Elvis no quarto e nos corredores. O lobby do hotel é decorado com móveis dos anos 1950 e 1960, parece até que o tempo parou. Na TV do quarto passam todos os canais americanos, mas há um canal que só passa filmes e shows do Rei.
As diárias saem a partir de $120 e podem chegar a $625 em feriados nacionais.
Inland Suites Elvis
Se o seu orçamento não lhe permite essa extravagância, recomendo o [bookinglink id=”1248060″ text=”Inland Suites Elvis”], que está muito perto da Graceland e tem diárias a partir de $50.
Ficou com vontade de ir? Pois eu já estou com vontade de voltar!
Amei! O roteiro mais completo que já vi.
Como fã de Elvis, fico muito feliz com o seu comentário. Abraços!
Parabéns, fiquei deslumbrada com sua viagem! Me passa seu inst estou pretendendo ir tb mas não sei por onde começar pois vou só! Já tenho visto! Só não falo inglês só o básico do básico.
Oi, Lilia! Fico feliz que tenha gostado.
O nosso Instagram é o @viajeibonito. Você também consegue falar com a gente através do [email protected].
Será um prazer te ajudar!
Olá Gisele!
Parabéns pelo blog e pelos roteiros! São muito completos e bem elaborados. Estou adorando. E foi uma surpresa ler no roteiro do Elvis ( amo!) que vc é de JF, assim como eu! Vou visitar muitas coisas que vc indicou! Obrigada!!!
Oi, muito legal seu blog. Vc foi com algum fã clube ou particular msm?
Fico feliz que tenha gostado, Rose.
Fiz o roteiro por conta própria mesmo, sem agência e sem fã-clube. É bem tranquilo!
Gisele, minha mãe ficou alucinada com o seu roteiro!! Parabéns pelo trabalho! Você ganhou duas fãs!
Que bom que vocês gostaram, Fernanda! Vocês já foram a Memphis? A cidade é linda e a noite é muito animada!
Um abraço pra vc e outro para a sua mãe.
Fui a Memphis em 2014 e visitei Graceland, a partida é em frente a mansão, tem estacionamento, os aviões e os carros. Estrategicamente ao lado onde se compra os tickets tem um restaurante com aquelas comidas horríveis. Em frente saem os microonibus em direção a mansão. Bem pelo menos era assim em 2014. Também tem que conhecer a Beale street, com uns bares com música ao vivo da melhor qualidade.