É possível conhecer Punta del Este sem dinheiro?
Terra de burguês, pura ostentação, museu a céu aberto de carros conversíveis e prédios modernos… A fama de Punta del Este não nega: é sim uma cidade onde o luxo impera e os preços exorbitantes praticados por restaurantes, hotéis e lojas assustam qualquer viajante desavisado. Nem por isso você precisa riscar o balneário mais concorrido do Uruguai dos seus planos de viagem pelo país.
Estivemos na estreita península no alto verão de janeiro, quando a cidade vira um verdadeiro formigueiro de gente, e não nos arrependemos. Banhadas hora pelo oceano atlântico, hora pelo Rio da Prata, as praias são públicas como em qualquer outro lugar e são os grandes atrativos da cidade. Ignoramos os bares dos calçadões por conta do preço para sentar nas mesas, usar as espreguiçadeiras e consumir e, ao contrário do que acontece no Brasil, é raro ver um ambulante vendendo algo na areia. A solução foi levar nosso próprio lanche e bebidas numa bolsa térmica – como fazem, inclusive, os próprios uruguaios. Só assim para conseguir ficar o dia todo na praia sem deixar o salário inteiro na conta do bar.
Duas praias são facilmente acessadas para quem está no centrinho de Punta del Este ou próximo a ele. A Playa Mansa, banhada pelo rio, tem águas tranquilas para nado. É às suas margens que está também o casino mais famoso da cidade, o Conrad (entrada gratuita). Particularmente, achei bem mais bonita do que a Playa Brava, que fica no lado oposto, e é banhada pelo mar agitado e gelado. Porém, vale a visita para conhecer e fotografar o mais famoso símbolo da cidade: o monumento La Mano.
Com uma volta pelas margens da península ainda é possível contemplar alguns atrativos, como o El Faro, próximo à prainha dos ingleses, a Plazoleta Grã-Betanha e suas esculturas de sereia e o porto – onde, com sorte, é possível avisar lobos marinhos. Não foi dessa vez!
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Maratona Casa Pueblo
Para chegar à tão famosa Casa Pueblo, há três opções: pagar um tour milionário, alugar um carro ou moto por um preço salgado (a partir de 90 dólares a diária) ou encarar o busão. Alguma dúvida sobre a nossa escolha? Pegamos um ônibus por 63 pesos (cerca de 9 reais) na rodoviária com destino a Punta Ballena. É preciso avisar ao motorista que pretende descer no meio do caminho. O ponto fica no meio da rodovia interbalneária e é preciso caminhar por uma via por mais 1,5 km para chegar ao mirante onde está o museu.
Nossa intenção era apenas conhecer a arquitetura diferenciada da casa – que lembra as construções gregas, e ver o pôr do sol. Mas por 200 pesos (cerca de 25 reais) também é possível visitar os cômodos e a galeria de arte do local, que já foi residência do artista uruguaio Carlos Vilaró. Construída em uma encosta, forma um belo cenário junto ao mar.
O sol se despediu tarde, após as 20h (horário local), como acontece nos verões uruguaios. Caminhamos de volta pela estrada que leva à rodovia e pegamos o primeiro ônibus que levava ao centro de Punta del Este. Desta vez, um ônibus urbano que custou 41 pesos (pouco menos de 6 reais).
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Como viajar barato para Punta del Este
Hospedagem
Ao procurar acomodação, fuja das opções próximas ao centrinho comercial e à badalação. Impressionante como por lá um hostel pode custar tão caro. Optamos pelo [bookinglink id=”362934″ text=”F&F Hostel”] e, embora fosse necessário caminhar uns 10 quarteirões para chegar ao point, estávamos no posto 6 da Playa Brava. Sem contar que, numa viagem a passeio, caminhar um pouco permite conhecer melhor a cidade.
Alimentação
Para comer, investimos mesmo foi nos supermercados e padarias, seja para lanches rápidos ou para preparar o jantar na cozinha do hostel. Raras foram as vezes que nos aventuramos em um restaurante nos três dias que passamos em Punta del Este. E, nessas vezes, encontrar um local com preço justo foi uma longa busca ao longo dos quarteirões. Todos os estabelecimentos se concentram no centro e, até mesmo por isso, aproveitam a temporada para faturar tudo aquilo que não faturam no inverno.
Baladas
Embora Punta del Este seja famosa pelas baladas bombantes como Ibiza, na Espanha, não encaramos nenhuma delas. O preço cobrado pelas entradas e o valor das bebidas permitiriam pelo menos mais uma diária na cidade e viajar é mesmo nossa prioridade. Para não dizer que não conhecemos esta face da cidade, o próprio hostel promoveu festas durante nossa estadia. Regada a muita música eletrônica e bebidas, ficamos pouco, mas o suficiente para entender que os turistas de Punta não brincam em serviço.
E aí? Mudou de ideia e já quer incluir Punta del Este no roteiro?