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O que fazer em Tânger, Marrocos

Estou em clima de despedida de Tânger, mesmo sabendo que voltarei daqui a um mês. Esses nove dias em que estive hospedado nesta cidade maravilhosa foram suficientes pra que eu conseguisse escrever aqui uma espécie de miniguia para você, que estará chegando nos próximos dias ou que está curioso e se perguntando: o que há pra fazer em Tânger?

Os pontos turísticos abaixo foram os que eu visitei, mas sou fraco em explorar lugares, por isso saiba que esta cidade tem muito mais a oferecer. Vamos lá!

Cap Spartel

“O Cabo Espartel é um cabo situado na costa marroquina, perto de Tânger. No penhasco que ali se situa (a 110 m de altura sobre o mar), existe um farol cuja luz se pode ver a 23 milhas náuticas.” – Wikipedia

Chegar em Cap Spartel foi uma experiência hilária. Até aquele momento, eu não sabia que os táxis de Tânger trabalhavam num sistema de lotação semelhante ao de um ônibus comum. Ao chegar num ponto próximo ao albergue, o taxista disse que cobraria 10 Dirhams, algo em torno de R$2,85, por pessoa, e estávamos em três. Pensamos que estava muito barato, afinal de contas andaríamos por uns trinta minutos até chegar ao local.

Bandeira do Brasil usada no banco de um taxista em Tânger, Marrocos
Bandeira do Brasil usada no banco de um taxista em Tânger, Marrocos. Créditos: Adriano Castro

Ao entrar no taxi notamos que havia dois caras sentados no banco da frente, quase um no colo do outro. E nesse exato momento um senhor entrou conosco no carro. Ou seja, contando com o taxista, éramos sete! E a cada bairro que o taxi passava havia rotatividade de pessoas, alguns saíam e outros entravam. Ah! Agora o preço tá explicado!

Foi uma experiência engraçada… só lamento a hora em que vimos os primeiros camelos da viagem, pois o carro estava apertado demais pra que eu conseguisse tirar a câmera.

De qualquer forma, o aperto valeu a pena. O que eu vi aquele dia me fez perceber que eu realmente estava num deserto. A vegetação rara e os grandes penhascos que davam direto para o mar são imagens que você só está acostumado a ver em filmes. É aquela hora que você está parado e não quer nem saber da câmera, você só quer ficar ali apreciando e deixando a ficha cair: você está no deserto! Foi um dos momentos mais felizes destes nove dias que estou por aqui.

Aqui vão alguns itens que seu checklist de viagens deverá ter caso Cap Spartel seja um de seus destinos: protetor solar, um turbante (acredite, você não querer ter de usar um calção de banho na cabeça pra se proteger do sol) e muita água.

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Medina

A Medina é o coração de Tânger, com ruas apertadas, grande fluxo de pessoas e vários comércios. Por mais que algumas dessas ruas sejam estreitas e escuras em determinados trechos, não há o que temer, pois são seguras. Não se preocupe se você se perder, e isso poderá acontecer várias vezes, sempre haverá alguém disposto a ajudá-lo com as direções certas. Uma dica: está perdido? Então vá sempre pra baixo. A Medina está situada em um morro, e suas ruas acabarão convergindo em alguma das entradas que dão pro mar. Uma vez que você consegue sair de lá, basta andar até a entrada que você está familiarizado.

Durante suas caminhadas será comum que algum vendedor o intercepte na rua para convidá-lo a entrar. Quando insistem demais e eu não estou a fim de entrar digo que não trouxe dinheiro. Alguns mudam o humor e o deixam ir, mas outros são realmente simpáticos até demais e fazem questão que você veja as mercadorias para voltar depois.

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Outro detalhe que chama bastante atenção é a disposição das pessoas nos restaurantes e cafeterias. Nas áreas externas desses locais, elas não se sentam nas mesas de frente umas pras outras, mas lado a lado, viradas para rua. Então parece que há uma plateia toda pra ver você passando. E não há mulheres, somente homens. Nas áreas internas há sempre uma TV com várias cadeiras vazias, como uma sala de cinema, onde os moradores assistem aos jogos de futebol europeu.

Recomendo que você pare pra tomar um dos chás tradicionais do Marrocos, feito com hortelã e muito açúcar. Acredito que haja algo a mais, porque nunca fui de beber chá na vida, e esse daqui é viciante.

Market Day

Aproveitando o gancho da Medina, se você estiver pra vir a Tânger, procure saber quando será o próximo Market Day. Comerciantes vêm de muito longe, em camelos, trazendo especiarias para serem vendidas nas estreitas ruas da Medina.

Nesse dia você poderá praticar suas técnicas de barganha. Bom, eu fui um tremendo fracasso nesse quesito, como previa no primeiro artigo sobre o Marrocos, mas isso não vem ao caso. É o dia ideal pra quem vem à cidade fazer compras. Em breve farei um artigo ensinando você a atravessar da Espanha para o Marrocos (A nado? Claro que não!), então pra quem está na Europa e tem disposição, um bate-volta na cidade cairá muito bem.

Uma das partes do mercado da Medina de Tânger, Marrocos
Uma das partes do mercado da Medina de Tânger, Marrocos. Créditos: Adriano Castro

Mas se você é um mochileiro que quer gastar pouco, como eu, se decepcionará com os preços de legumes, vegetais e frutas, que são altos em relação aos demais alimentos. Então aquela prática comum de cozinhar no albergue acaba não compensando tanto. Vale mais a pena almoçar na rua.

Kasbah

Não entrarei muito no Kasbah, pois ele foi um dos assuntos do post com as “segundas” impressões do Marrocos. Estou apenas citando para você que acabou de chegar e está buscando uma lista do que fazer em Tânger. Por isso, se quiser saber mais sobre o Kasbah (eu recomendo que leia mais) basta clicar no link anterior.

Vida noturna, bares e tapas

Os tapas foram excelentes. Como assim, nove dias e você já apanhou de alguém? Não! Você sabe o que são tapas?

Tapas, na Espanha, são aperitivos servidos em bares e restaurantes, geralmente acompanhados por uma bebida, que pode ser alcoólica ou não. Entretanto as tapas são muito mais que simples aperitivos ou petiscos, sendo elas um costume secular e rodeado de teorias e lendas de sua real origem. – Blog Cultura Española

E Tânger foi muito feliz ao herdar essa cultura dos espanhóis. Ao redor da Medina há vários bares e pubs, no estilo dos bares ingleses, que servem os tapas. E o melhor de tudo: os aperitivos são gratuitos! Você só paga a bebida!

Caso você esteja hospedado em um albergue, converse com algum funcionário, pois as chances deles conhecerem os bares que servem esse tipo de tira-gosto são maiores. Se você sair na raça, procurando um por um, vai gastar muita perna, já que no Marrocos não é comum encontrar estabelecimentos comercializando bebidas alcoólicas. Além disso, chega a ser ofensivo perguntar a um garçom se ele serve cerveja.

No meu caso, tive sorte do dono do albergue resolver juntar os hóspedes pra fazer um tour alcóolico (pub crawl), percorrendo todos os bares que servem tapas na Medina, terminando com as casas de festa da orla de Tânger, que varam a madrugada e tocam música local. É coisa de outro mundo!

É uma pena não ter tirado uma foto nessa noite, pois quando me chamaram, eu entendi “tacos“. E pensei: por que diabos levar a câmera pra comer tacos numa lanchonete qualquer?

Até logo, Tânger

Bom, depois de nove dias em Tânger, confesso que já estou sentindo falta, sabendo que amanhã cedo parto para o próximo destino.

Como você pode ter percebido, eu não visitei nem metade dos lugares recomendados pelo albergue na primeira imagem deste artigo. Mas a boa notícia é que volto pra cá daqui a um mês, antes de pegar a barca pra Espanha. Então ainda tenho tempo de sobra.

Além de um até logo, Tânger, também dou a você um até logo! Próximo destino: Chefchaouen, a cidade azul! Semana que vem volto com mais artigos sobre este país que tem me surpreendido mais a cada dia!

Até logo!

[vb_post_list tag=”marrocos” limit=”25″ title=”Leia mais sobre o Marrocos”]

Adriano Castro

Formado em Ciência da Computação pela UFJF, trabalhou durante 10 anos como analista de sistemas até chutar o balde e tocar a vida como freelancer, carregando seus projetos para onde quer que vá.

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