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Alimentação na China: comidas típicas e curiosidades locais

Alimentação na China é bem diferente do que muitos brasileiros imaginam. Se você espera encontrar por lá pratos parecidos com os do China in Box ou aquele pastel de “flango com catupiry” vendido pelas ruas do Brasil, prepare-se para grandes surpresas! E uma verdadeira imersão cultural.

Os ingredientes podem até ser parecidos, mas os sabores, os temperos e o modo de preparo revelam uma culinária diferente de tudo que você já experimentou.

Neste artigo, vou compartilhar minha experiência com as comidas típicas chinesas, incluindo pratos inusitados, dicas práticas e o que esperar das refeições em diferentes regiões do país.

⚠️ ATENÇÃO!

Antes de experimentar os sabores exóticos da gastronomia chinesa, é melhor contratar um bom seguro viagem! É ele que garante assistência médica em casos de alergias ou intoxicações alimentares. O atendimento inicial é em português, 24 horas por dia. Tudo o que você precisa para provar novos sabores sem nenhuma preocupação!

Com um território imenso e várias tradições regionais, o que se come no norte do país pode ser completamente diferente do que se encontra no sul, leste ou oeste.

De maneira geral, o arroz, os noodles (macarrões de arroz ou trigo) e pratos à base de frango, porco ou tofu estão presentes em praticamente todas as refeições. No entanto, diferentemente do Brasil, o arroz chinês costuma ser preparado com mais óleo, o que facilita o uso dos hashis, mas não deixa feliz quem busca uma alimentação saudável.

Os temperos também são intensos, com uso de molhos fermentados, shoyu, alho, gengibre, pimentas e especiarias regionais. O sabor agridoce é muito presente na culinária chinesa (e oriental, no geral), e eu acho uma delícia!

No dia a dia, é comum os chineses fazerem refeições em pequenos restaurantes locais, barracas de rua ou até mesmo em redes de fast-food. E o melhor: por valores bastante acessíveis. Com o equivalente a R$35,00 (valores de 2025), era possível comer muito bem em lugares simples, mas com boa aparência e fartura de comida.

Além disso, as porções costumam ser grandes e pensadas para serem compartilhadas, reforçando o aspecto comunitário das refeições chinesas.

Aqui vão algumas observações que eu fiz sobre o cotidiano alimentar na China:

  • Refeições geralmente oleosas e apimentadas.
  • Uso frequente de arroz frito e noodles com molhos de forte sabor.
  • Carnes muitas vezes difíceis de identificar (às vezes é melhor nem saber o que é).
  • Comida barata e farta em restaurantes locais.
O que você sabe sobre a alimentação na China
O que você sabe sobre a alimentação na China? Créditos: Wulf Willis / Fonte: Flickr
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Hábitos alimentares dos chineses e comportamentos à mesa

Ao meu ver, o ato de comer é uma parte importante da experiência cultural. Na China, as refeições são momentos sociais importantes, geralmente feitas em grupo, e o costume é compartilhar todos os pratos colocados no centro da mesa. Cada pessoa tem sua própria tijela de arroz branco, mas os acompanhamentos são coletivos.

Diferente do que estamos acostumados no Brasil, os chineses não costumam beber líquidos durante a refeição. Quando bebem, geralmente preferem água quente ou chá. Refrigerantes e sucos são consumidos fora das refeições ou em situações específicas.

Outro hábito curioso é a ausência de guardanapos. Nos restaurantes mais simples, é comum não haver papel à mesa, por isso muitos chineses levam lenços ou toalhinhas de casa. Em lugares mais sofisticados, os guardanapos podem ser oferecidos, mas muitas vezes são cobrados à parte.

Quanto aos hashis, usá-los com destreza é questão de prática. No mais, é importante saber que:

  • Nunca se deve fincar os hashis na tigela de arroz (lembra rituais fúnebres).
  • Evite apontar com os hashis ou esfregá-los como se estivesse afiando (considerado rude).
  • Não os deixe cruzados sobre a mesa.

Esses pequenos gestos dizem muito sobre respeito e educação à mesa na China. Entender esses hábitos ajuda a evitar gafes e faz com que você não se sinta como um estranho no ninho.

Pratos típicos da China que você precisa experimentar

Cada prato típico conta um pedacinho da história de uma região da China. Experimentar essas comidas não é só uma forma de mergulhar na cultura local, mas também de se descobrir, provando novos sabores que você vai amar e tentar reproduzir em casa, ou entender o que não agrada ao seu paladar.

Dim sum

O dim sum não é exatamente um prato único, mas sim um conjunto de pequenas porções de comidas, tradicionalmente servidas com chá durante o brunch.

Uma curiosidade fofa que aprendi e agora trago para vocês é que dim sum significa algo como “tocar o coração”, e esse é bem o espírito da coisa, comidinhas leves, saborosas, pensadas para compartilhar com amigos e com a família.

Essa é uma excelente maneira de conhecer novos sabores, já que as porções são pequenas e variadas. E os tipos mais comuns de dim sum são:

  • Har gow: bolinho de camarão com massa translúcida.
  • Siu mai: bolinho de porco ou camarão com massa aberta por cima.
  • Char siu bao: pãozinho recheado com porco agridoce.]
  • Egg tart (dan tat): tortinha de ovo doce, influência portuguesa!
  • Rolinho de arroz (cheung fun): folhas finas feitas de arroz recheadas com carne, legumes ou frutos do mar.

Versões vegetarianas também são comuns, com tofu, cogumelos e vegetais.

Pato de Pequim

O melhor prato chinês, na minha opinião, é o famoso pato de Pequim. É um prato com sabor agridoce, casquinhas crocantes de caramelo e gordura que fica horas sendo preparado. Uma das melhores coisas que eu já comi na vida!!!

Em todas as cidades é possível achar o pato laqueado de Pequim (também conhecido como Peking Duck), mas em Pequim ele é mais barato.

Uma porção de Peking Duck em restaurante local pequeno sem luxos custa cerca de R$70,00, sendo caro para os padrões chineses, mas acho que é possível encontrar mais em conta se você procurar bem. Pra quem curte pato e comida agridoce, vale a pena cada centavo.

Chow mein

Chow mein é um dos pratos chineses mais conhecidos e reproduzidos nos restaurantes chineses mundo afora.

Seu nome significa literalmente “macarrão frito”, e consiste basicamente em macarrão de trigo salteado no wok com vegetais e alguma proteína, que pode frango, carne bovina, camarão ou tofu. É um prato oleoso e pesado, daqueles pratos que pedem uma soneca para o corpo digerir bem.

Mapo tofu

Se quiser ousar, prove o mapo tofu, típico da província de Sichuan. Feito com tofu macio, carne moída e muito molho picante, ele representa bem o sabor “málà” — combinação de picância com dormência provocada pela pimenta de Sichuan.

É verdade que os chineses comem cachorro, inseto e escorpião?

Essa é uma das perguntas mais frequentes quando o assunto é alimentação na China, e também uma das que mais gera polêmica. A resposta curta é: sim, mas não é tão comum quanto se pensa.

Em algumas regiões do sul da China, como Guangdong e Guangxi, ainda há quem consuma carne de cachorro, especialmente em festivais locais, como o controverso Festival de Yulin. No entanto, esse costume é cada vez menos aceito pela população.

Após a pandemia de COVID-19, o governo chinês reclassificou cães e gatos como animais de companhia, e não mais como “animais de criação para consumo”, incentivando o fim dessa prática.

Já o consumo de insetos, escorpiões, larvas, baratas e outros ingredientes exóticos é mais comum em feiras noturnas e mercados turísticos. Os escorpiõezinhos são super crocantes no famoso mercado de Wangfujing de Pequim. Já a estrela do mar era o item mais malcheiroso de todos que passei perto. 

No entanto, vale lembrar que esses produtos são voltados a visitantes curiosos em busca das comidas exóticas da China, e não necessariamente atendem ao chinês médio. Então, não sinta que está fazendo algo típico, porque não sei o quanto os chineses frequentam de fato esses locais.

Como pedir comida na China sem falar chinês?

Eu percebo que um dos maiores desafios para quem viaja pela China é a barreira do idioma, especialmente na hora de olhar o cardápio e pedir comida. Alguns restaurantes, mesmo em grandes cidades, não possuem cardápios em inglês, e pode acontecer do atendimento ser feito exclusivamente em mandarim. Mas não se preocupe, a tecnologia pode facilitar (e muito!) sua experiência com a alimentação na China.

Desde 2022, o Google Tradutor foi desativado na China, mas existem alternativas. A mais conhecida é o Baidu Tradutor, com as mesmas funcionalidades do Google.

Outros aplicativos úteis incluem o Papago, com boa precisão no idioma chinês, e o Waygo, que funciona offline e é ótimo para traduzir placas e menus. A minha dica é que você baixe todos eles e veja com qual se dá melhor.

Dicas finais para você comer bem na China

A não ser que você goste de comida extremamente apimentada, prepare seu organismo para receber doses cavalares de pimenta que provavelmente ele não está acostumado.

Uma dica de sobrevivência é aprender a falar “PulÁÁÁ” que significa “sem pimenta”. Mesmo você falando “PulÁÁÁ” ou pedindo “without pepper”, a comida virá ligeiramente apimentada, mas será uma quantidade de pimenta suportável. Se você não falar nada pode acontecer de não conseguir comer absolutamente nada. E olha que eu gosto de uma pimentinha leve, hein!

Outra dica de ouro na China é sempre carregar comprimidos contra dor de barriga com você. Se estiver aventurando pela culinária local todos os dias é certo que mais cedo ou mais tarde você terá uma infecção alimentar.

Bem, estas foram as minhas dicas para você aproveitar o melhor das gastronomia chinesa e saborear as comidas típicas do país. Divirta-se nessa aventura!

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Lívia Machado

Jornalista por formação, Livinha Machado adotou desde 2011 a filosofia mochileira. Já morou na China e Alemanha e conhece mais de 20 países. Atualmente mora no Rio de Janeiro (uma de suas cidades favoritas), trabalha em uma produtora cultural, estuda para doutorado e planeja sua próxima viagem para o sudeste asiático.

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