Alimentação na China: dicas e curiosidades

Se você ama as comidinhas “chinesas” de restaurantes asiáticos daqui do Brasil e espera ter uma experiência gastronômica semelhante ao chegar ao país pode ir tirando seu cavalinho da chuva: a comida chinesa de lá não parece com a do China in Box e essas demais franquias de comida asiática de shoppings daqui. Muito menos pastel de “flango com catupily”. Ok, os ingredientes podem até ser parecidos, mas o sabor é completamente diferente, assim como o modo de preparo e os temperos.

A China é um país imenso, de rica diversidade de culinária. Nos lugares onde estive reparei que a comida em geral era bastante oleosa e apimentada e a alimentação diária básica composta de frango (os agridoces são os melhores), arroz (absolutamente diferente do brasileiro, eles são feitos com bastante óleo e são bem mais fáceis pra pegar com os palitinhos) e noodles (quase transparentes com sabor de temperos fortes que eu não sabia o que era e com muito molho e pedaços de carne não identificáveis que eu achava ser carne bovina, mas que também não tinha nada a ver nem no gosto, nem na aparência)… às vezes é melhor nem saber o que era.

O que você sabe sobre a alimentação na China?
O que você sabe sobre a alimentação na China? Créditos: Wulf Willis / Fonte: Flickr

De tudo um pouco

A comida em geral era bem barata e com o equivalente a R$15,00 se come infinito em lugares típicos, com boa aparência e comida. O melhor prato chinês, na minha opinião, é o famoso pato laqueado de Pequim. É um pato agridoce com casquinhas crocantes de caramelo e gordura que fica horas sendo preparado. Uma das melhores coisas que eu já comi na vida!!! Em todas as cidades é possível achar o pato laqueado de Pequim (também conhecido como Peking Duck), mas em Pequim ele é mais barato. Uma porção de Peking Duck em restaurante local pequeno sem luxos custa cerca de R$20,00, sendo caro para os padrões chineses, mas acho que é possível encontrar mais em conta se você procurar bem. Pra quem curte pato e comida agridoce, vale a pena cada centavo.

Se quiser um verdadeiro espetáculo de opções, frequente os mercados de comidas locais. É claro, há mercados que são verdadeiros “pega-turistas” e apresentam todo tipo de comida estranha possível para atrair os curiosos. Os escorpiõezinhos são super simpáticos e crocantes no famoso mercado de Wangfujing de Pequim. Aliás, esse mercado oferece as comidas mais bizarras que encontrei por lá como cavalo marinho, testículos de quase todos os animais, bicho de cera, barata e estrela do mar. Experimentei o escorpião e desceu bem. Já a estrela do mar era o item mais malcheiroso de todos que passei perto. Esse mercado é feito pra turista então é bem limpinho e parece ter um bom armazenamento de alimentos. Só não sinta que está fazendo algo típico da China, porque não sei o quanto os chineses frequentam de fato esses locais.

Em Xangai, os restaurantes japoneses são populares (em cada esquina tem um pra todos os gostos e bolsos), mas não pense que você vai encontrar sushis e sashimis nesses restaurantes de lá (a comida japonesa em Xangai não tem nada a ver com a do Brasil). Os pratos principais desses restaurantes normalmente são sopas, uns mexidos de arroz diferentes, noodles e pouquíssimas opções de sushi e de tudo o que gente acha que é comida japonesa. Todos os restaurantes que fui tinham opções vegetarianas.

Uma boa pedida para um lanche rápido e barato eram os dumplings chineses (massinhas com recheio de carne, queijo ou vegetais) vendidos em cada esquina na China. Custavam menos do equivalente a R$1,00 e com três unidades você já fica cheio (Obs: nunca passei mal com dumpling, mas tenho amigos que já se deram mal comendo isso). Você também acha facilmente fast foods como McDonalds, Subway e Pizza Hut. A rede KFC é especialmente encontrada em cada esquina (literalmente!!). A quantidade de KFC é absurda. Até hoje não saquei o motivo do exagero de KFCs na China. Talvez seja lucrativo porque os chineses gostam muito de frango, mas não tenho certeza.

Existem também os lugares do Hot Spot, onde você cozinha sua própria comida com seus amigos. É só escolher os ingredientes de sua preferência, eles te emprestam panelinhas com foguinhos e você vai cozinhando e conversando. Muito agradável se você não trocar os ingredientes e colocar cérebro de ave achando que é carne de boi na sopa. Eu fiz isso!!

Se estiver em Xangai, enjoar de comida chinesa e quiser uma comida internacional em restaurante super moderno e estiloso em ambiente bem descontraído com uma vista de tirar o fôlego, uma dica infalível (todo mundo que vai ama e volta sempre) é o Babela´s Kitchen. É uma rede de comida internacional, mas esse em especial que fui várias vezes e indico fica no sexto andar do shopping Hongy Plaza, bem central, na East Nanjing Road. O preço era equivalente a R$15,00 por pizzas grandes na época. Pratos italianos bem elaborados e deliciosos saíam em torno de R$20,00 a R$25,00 em 2013. Enfim, um Oasis pra variar um pouco de cardápio.

O lado não tão bom assim

A não ser que você goste de comida extremamente apimentada, prepare seu organismo para receber doses cavalares de pimenta que provavelmente ele não está acostumado. Uma dica de sobrevivência é aprender a falar “PulÁÁÁ” que significa “sem pimenta”. Mesmo você falando “PulÁÁÁ” ou pedindo “without pepper”, a comida virá ligeiramente apimentada, mas será uma quantidade de pimenta suportável. Se você não falar nada pode acontecer de não conseguir comer absolutamente nada. E olha que eu gosto de uma pimentinha leve heinn. Se você gosta muitoo de pimenta não fale nada e virá apimentado. Se curte pouco peça sem pimenta.

Outra dica de sobrevivência na China é sempre carregar comprimidos contra dor de barriga com você. Se estiver aventurando pela culinária local todos os dias é certo que mais cedo ou mais tarde você terá uma infecção alimentar. As condições de preparo do alimento são diferentes das nossas, assim como os temperos e o excesso de pimenta. Nosso organismo não está acostumado com isso. E não rola de dar aquela olhada no restaurante e achar que está tudo certo não.

Procure por restaurantes e barraquinhas em boas condições de higiene para evitar intoxicações alimentares
Procure por restaurantes e barraquinhas em boas condições de higiene para evitar intoxicações alimentares. Créditos: istolethetv / Fonte: Flickr

É muito difícil identificar as origens do “mal”: às vezes comia em lugar com cara de bonitinho, um pouco mais carinho e limpinho e passava mal pacas e já comi em barraquinha de rua com condições de higiene duvidosas e me sentia super bem nos dias posteriores. O lance é ter sorte e carregar os remédios para dor de barriga e enjoo sempre com você se não quiser viver só de McDonalds e KFC.

O pior cheiro de comida que senti na China e algo que não provaria nem se me pagassem muito dinheiro é um tipo de tofu podre que eles fazem em churrasqueiras nas ruas. Você com certeza saberá o que é se cruzar com alguém fazendo esse tipo de comida. Tem um cheiro muito forte de comida estragada em alto estágio de decomposição e me rendeu fortes náuseas toda vez que eu passava perto dessas barraquinhas, principalmente quando a fumaça levantava. Segundo uma amiga que trocou ideia sobre esse tofu com chineses o consenso era de que “o cheiro era ruim, mas o gosto era bom”.

As feiras de comida nas ruas das cidades de Xangai e Xiamen também tinham curiosidades questionáveis. Em ambas era possível encontrar todo tipo de animal vivo remexendo em bacias com água no meio da rua ou da calçada: rãs pulando, peixes nadando, até uns bichos do mar muito estranhos que eu nem sabia que existiam. Era só chegar, apontar, escolher e eles te entregavam o bicho vivo pra você matar e limpar em casa ou matavam e limpavam ali mesmo pra você. Dá certa agonia (e também nojo) ver as tripas dos animais ali na rua.

Em muitos restaurantes eles também utilizam a técnica do “escolha-o-bichinho-fofo-que-você-seu-assassino-vai-querer-matar-e-comer”. Não sou vegetariana, mas não tive coragem de comer em nenhum desses lugares muito comuns na China, porque ficava com pena de escolher um bichinho e mandá-lo pra cozinha. Lembro-me de ter visto também restaurantes com aquários nas portas e, antes de entrar, o freguês já escolhia o bicho e eles matavam pisando nos peixes na própria calçada.

A questão dos maus tratos animais na China para gastronomia é muito questionada em diversos países. Nunca encontrei ou ouvi falar em carne de cachorro (que eu saiba) enquanto estive lá, mas sei que existem festivais muito tristes que eles torturam e matam os bichinhos. Se você repudia essa triste crueldade e simpatiza com a causa, ajude assinando a petição para parar com o evento brutal e compartilhe com seus amigos.

Onde se hospedar em Xangai

Se hospedar em um bom hotel em Xangai é muito barato. Com apenas R$35, é possível pernoitar em um lugar limpo e localizado, como o Shanghai Chi Chen Boutique Hotel, que está a apenas 30 metros da Estação de Metrô Xiaonanmen.

O hotel fica a 15 minutos a pé do Jardim Yu, a 20 minutos a pé do calçadão Nanjing Road, e a 10 minutos de carro da Praça do Povo ou do calçadão Nanjing Road. Todos os quartos estão equipados com ar condicionado, chuveiro quente, secador e wifi gratuito.

Alimentação na China: dicas e curiosidades

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Lívia Machado

Jornalista por formação, Livinha Machado adotou desde 2011 a filosofia mochileira. Já morou na China e Alemanha e conhece mais de 20 países. Atualmente mora no Rio de Janeiro (uma de suas cidades favoritas), trabalha em uma produtora cultural, estuda para doutorado e planeja sua próxima viagem para o sudeste asiático.

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