O Circuito das Águas do Parque Estadual do Ibitipoca
Ibitipoca é um convite para aventuras. Suas belezas naturais fascinam a todos que por ali passam e é por isso que o destino tem se tornado cada vez mais popular entre turistas brasileiros. São cachoeiras, cavernas, mirantes, lagos e prainhas divididos em três rotas: o Circuito da Janela do Céu (o mais famoso e mais puxado), o Circuito do Pico do Pião (de intensidade média) e o Circuito das Águas, sobre o qual comentarei em detalhes neste post.
O Circuito das Águas é o mais fácil e, na minha opinião, o mais bonito do Parque Estadual do Ibitipoca. Como o nome sugere, este percurso é marcado por cachoeiras e piscinas naturais, mas também por grutas, pontes de pedras e mirantes de onde é possível ver as quedas e corredeiras como se estivesse usando um drone (que por sinal é proibido dentro da reserva).
São 5 km de caminhada alternando entre trechos planos e acidentados, com saibro e pedras. As subidas exigem um pouco de disposição e as descidas demandam força nos joelhos, mas não são nada difíceis em comparação aos outros dois circuitos. Calce sua bota, aplique o protetor solar, use chapéu e esteja munido de lanche e água. Quando você começar a suar, vai encontrar um lugar para se refrescar
Ao invés de contar cada passo que demos durante o Circuito das Águas, prefiro dividir em subtítulos cada atração que você encontrará no caminho. Fica mais organizado e fácil de entender, né? Mas se ainda pintar alguma dúvida, escreva na caixa de comentários no fim do post que eu te ajudo.
Navegue pelo post
Roteiro pelo Circuito das Águas
A trilha começa na Prainha e você tem duas opções: seguir por baixo até a Cachoeira dos Macacos ou subir até o Lago dos Espelhos. A gente preferiu descer e acho que a maioria das pessoas faz isso. Então, se o parque estiver cheio (durante o período de férias e feriados), faça o caminho inverso e comece por cima.
Paredão de Santo Antônio e Lago das Miragens
[vb_gallery ids=”17084,17082,17083″]
Deixamos a Prainha para o final e fomos direto para o Paredão de Santo Antônio. Formado predominantemente por quartzito, ele compõe um cenário cinematográfico com a água vermelha do Lago das Miragens e a vegetação que os cercam. Lá em cima tem um mirante, no qual paramos na volta.
O Lago das Miragens é formado pelo Rio Salto, tem cerca de 15 metros de largura e 20 metros de comprimento. O que chama atenção são as águas cor de chá, resultado da decomposição das folhas.
Esta parte da trilha é a única onde não há sinalização, mas você continua andando em frente e logo perceberá que está no caminho certo. Vá na fé!
Ponte de Pedra
[vb_gallery ids=”17074,17075″]
Contornando um outro paredão você chegará à Ponte de Pedra, um arco de 25 metros de altura sob o qual corre o Rio Salto. Me disseram que a abertura forma o perfil de um índio e eu custei a enxergar, mas depois que desenharam pra mim ficou fácil. Você consegue ver?
Cachoeira dos Macacos
A Cachoeira dos Macacos é o último ponto de quem começa o Circuito das Águas por baixo. O caminho até lá é feito basicamente por descidas, então é “mamão com açúcar”, como dizemos em Minas. Não exige muito preparo físico, apenas coragem para entrar na água gelada.
O ideal é que você chegue cedo, antes das 10h30, pois em dias de grande movimento ela pode ficar superlotada, o que compromete o contato com a natureza.
Mirante do Paredão
[vb_gallery ids=”17087,17088,17089″]
Na volta do circuito, pernas para que te quero! A subida é cansativa, principalmente sob o sol do meio-dia. A sorte é que nesse trecho existem vários mirantes, onde podemos tomar um ar, uma água (não se esqueça de levar a sua) e tirar muitas fotos.
O Mirante do Paredão oferece uma vista linda dos caminhos que você já desbravou até aqui. Um pouco mais adiante haverá um outro mirante de onde é possível ver a Prainha. Uma vista estonteante (literalmente, cuidado para não cair lá de cima).
Prainha das Elfas
A Prainha das Elfas é uma extensão da outra Prainha, porém em uma área mais escondida. Pode ser um bom ponto de descanso depois de subir o morro, mas o melhor é deixá-la para o fim do dia, depois de ter concluído todo o circuito. Assim você diminui as chances de desistir e ficar por ali mesmo.
Ducha
Embora nas placas o nome esteja no singular, o que encontramos foram várias pequenas quedas que faziam as vezes de hidromassagens naturais. Por mais que relaxar ali parecesse tentador, alguma coisa nos dizia que um lugar muito melhor estava por vir. Escute a voz da intuição!
Lago Negro
[vb_gallery ids=”17079,17080″]
O Lago Negro foi a grande surpresa do Circuito das Águas em Ibitipoca. Se o caminho apresenta paisagens espetaculares, a chegada não decepciona. A vegetação parecia criar uma moldura para mostrar a vista mais linda do dia.
A profundidade do lago era uma incógnita, a água avermelhada fazia um degradê até ficar preta, mostrando que um mergulho ali não era para amadores. Posteriormente um funcionário do parque nos disse que o lago pode ultrapassar 3 metros de fundura.
Lago dos Espelhos
Fica a poucos metros de distância do Lago Negro e é uma das principais atrações do Parque Estadual do Ibitipoca. Talvez por isso estivesse lotado quando chegamos, por causa de uma excursão de escola. Mal deu para vê-lo. Mergulhar ali era impossível naquele dia!
O lago ganhou esse nome porque reflete o céu e a vegetação em suas águas escuras. Só é possível perceber isso quando não há pessoas e a água está parada, o que não era o caso.
A trilha não é difícil, está bem sinalizada e talvez por isso tenha sido o local escolhido pela molecada para passar o dia. O lugar é um espetáculo, espero que você tenha mais sorte para desfrutá-lo em paz.
Prainha
Foi na Prainha que finalizamos o Circuito das Águas e penduramos as chuteiras. Chegamos moídos e famintos, comemos o lanche que levamos e por lá ficamos por aproximadamente 1 hora e meia, curtindo a água gelada.
A bem da verdade, todos os circuitos terminam aqui. Parece um prêmio para quem sobreviveu a subidas e descidas cansativas. Um presente mais que merecido!
Bônus: Gruta dos Coelhos
Ela vem como bônus para quem ainda tem um pouquinho de disposição, pois não está incluída em nenhum dos roteiros oficiais, embora faça parte do parque. A entrada fica antes do estacionamento, é possível ver uma placa indicando.
A Gruta dos Coelhos no meio de um paredão coberto por samambaias, mas é preciso ter cuidado para entrar, pois existe uma descida acentuada. Recomendo o uso de uma lanterna se você quiser explorar lá dentro já que os túneis são muito baixos e apertadinhos. Cuidado com a cabeça!
Informações úteis
Horário de funcionamento do parque: de terça a domingo, das 7h às 18h.
Preço: R$20 por pessoa, pagos apenas em espécie.
Necessidade de guia: Não
Distância e tempo de caminhada: 5 km percorridos em aproximadamente 4 horas e meia.
Nível de dificuldade: entre fácil e moderado, com algumas áreas de subida íngreme em trilhas com pedras.
Infraestrutura: há restaurante, banheiro, estacionamento e lojas de artesanato em uma área comum antes do início dos circuitos. As trilhas são bem sinalizadas.
Hospedagem em Ibitipoca
[link tag=”ibitipoca”]Conceição do Ibitipoca[/link] é um vilarejo que fica a 3 km da entrada do parque. A cada ano que passa surgem mais opções de hospedagens, adequadas a todos os tipos de viajantes e limites de orçamentos. Veja o nosso guia de pousadas em Ibitipoca e decida-se sobre onde ficar.
[vb_post_list tag=”ibitipoca” limit=”5″ title=”Leia mais sobre Ibitipoca”]