Onde ficar na Ilha de Marajó: Por que escolhi Salvaterra?
Escolher onde ficar na Ilha de Marajó não é uma tarefa trivial. A ilha – que na verdade é um arquipélago – possui 40.100 km² de extensão territorial, quase o mesmo tamanho de todo o estado do Rio de Janeiro e duas vezes o de Sergipe.
A área é distribuída em 12 municípios, sendo eles: Santa Cruz do Arari, Afuá, Anajás, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, São Sebastião da Boa Vista e Soure, mas apenas dois deles concentram os principais pontos turísticos: Soure e Salvaterra.
Neste artigo você verá o que ambos os municípios oferecem em termos de pontos turísticos e infraestrutura. Leia também o nosso guia completo da Ilha do Marajó para descobrir a melhor forma de chegar, quando ir, o que fazer e como se deslocar.
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Tipos de hospedagens na Ilha de Marajó
Antes de dividir minha opinião sobre onde ficar na Ilha de Marajó, acho necessário explicar sobre cada tipo de hospedagem que a região oferece, assim você alinha suas expectativas com o orçamento que dispõe para a viagem.
Pousadas
Não espere por luxo e sofisticação nas pousadas da Ilha de Marajó. Os estabelecimentos são simples, geralmente administrados por famílias, e oferecem o básico. Em compensação, a hospitalidade é muito mais afetuosa que em qualquer hotel grã-fino em que porventura você já tenha se hospedado.
Hostels
Hostels podem ser uma boa alternativa para quem deseja economizar e não se importa com dividir o quarto com pessoas desconhecidas. Na Ilha do Marajó ainda não há muitas opções de albergues e as existentes são bastante simples, porém bem avaliadas por hóspedes anteriores. Ver as fotos de cada estabelecimento e ler os comentários no Booking é essencial para evitar frustrações.
Redários
Algumas pousadas e hostels possuem redários, opções ainda mais econômicas para quem procura onde ficar na Ilha de Marajó gastando pouco. Esses são espaços coletivos sem qualquer conforto, uma vez que as redes são penduradas em estruturas de madeira, sem ar-condicionado ou banheiro privativo.
Tenha em mente que você precisará levar sua própria rede e mosquiteiro. Evite os redários durante o verão amazônico, quando o calor extremo pode tornar a experiência um tanto traumática.
Casas de temporada
Aos poucos o Booking começa a ganhar adeptos na Ilha de Marajó. Já estão disponíveis chalés, quartos em casas de nativos ou até uma casa inteira para alugar. Fique atento à localização para ter certeza de que o imóvel escolhido está no centro de Soure ou Salvaterra.
Onde ficar na Ilha de Marajó: Soure ou Salvaterra?
Soure e Salvaterra são os dois municípios que concentram os principais pontos turísticos e as melhores praias da Ilha de Marajó. Conheça um pouco mais sobre cada uma delas antes de escolher onde ficar.
Soure
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Soure é tida como a “capital da Ilha de Marajó”. Sua estrutura faz jus ao título, uma vez que o município possui um pequeno porto que o conecta à capital e a outras vilas da ilha, além de ter ruas pavimentadas, bons restaurantes de comidas regionais, pousadas aconchegantes, bancos e um bom número de mototaxistas à disposição dos visitantes.
A cidade apresenta um potencial ecoturístico notável, com praias de beleza exuberante, manguezais e fauna diversificada. As noites costumam ser animadas, com feirinhas, música e carimbó. Não há um lugar fixo para o agito acontecer, tente se informar com os mototaxistas ou com funcionários do seu hotel.
Vantagens:
- Porto de lanchas expressas
- Bons restaurantes
- Pequeno comércio
- Proximidade das praias mais visitadas da ilha, como a Praia do Pesqueiro e a Praia da Barra Velha.
Desvantagens:
- Preços mais altos
- Hospedagens concorridas
- Distância do porto de Camará e das ruínas jesuítas.
Onde ficar em Soure
A pousada O Canto do Francês é certamente a mais conhecida em Soure e em toda a Ilha de Marajó. Está um pouco afastada do centrinho, sendo uma boa opção para quem estiver de carro ou não se importar de pedalar alguns quarteirões. Os quartos são básicos, mas o atendimento é majestoso. Destaque para o café da manhã, preparado com muito capricho.
Hospedando-se no Casarão da Amazônia você terá a oportunidade de conhecer uma fazenda colonial restaurada e adaptada para oferecer aos hóspedes conforto e privacidade. É perfeita para os viajantes mais exigentes. Os quartos são equipados com ar-condicionado, TV de tela plana, frigobar, chuveiro elétrico (raridade na ilha) e colchões ortopédicos. Há piscina na área externa, o que também não é comum no Marajó.
Indo ao outro extremo, o Hostel Tucupi e perfeito para quem gosta de conhecer gente nova, se sente bem dividindo espaços pequenos e enxerga a beleza das coisas simples. Hóspedes anteriores disseram que foram bem acolhidos pelos anfitriões, que estavam sempre dispostos a compartilhar dicas de passeios e programações locais. O café da manhã também foi muito elogiado por oferecer alimentos regionais diversificados.
Salvaterra
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Salvaterra é pitoresca, tranquila e transpira arte. Ao caminhar pelas ruas você verá inúmeras intervenções artísticas, como a de um orelhão que sem telefone deu espaço ao desenho de um búfalo, ou do bar de mentira improvisado com garrafas vazias e mesas de madeira (que têm até tomadas de verdade).
A estrutura é muito parecida com a de Soure: tem bons restaurantes, lojas de artesanatos, bancos, pousadas arrumadinhas, vida noturna animada, postos de mototáxi e dois pequenos portos para embarque e desembarque de passageiros. As praias daqui não são tão bonitas quanto às de Soure, mas há igarapés que proporcionam banhos revigorantes! Não deixe de visitar as ruínas da igreja construída pelos jesuítas no povoado de Joanes.
Vantagens:
- Boa infraestrutura
- Cidade mais bonita
- Preços mais baixos
- Proximidade das praias, igarapés e construções históricas
Desvantagens:
- Distância das praias turísticas
- Opções limitadas de restaurantes
Onde ficar em Salvaterra
A Pousada Boto foi a minha escolha de hospedagem na Ilha do Marajó. Fui atraída pelas fotos dos chalés decorados com arte marajoara e da área verde repleta de árvores frutíferas. O encantamento só aumentou quando cheguei ao lugar. Fui alocada em um chalé espaçoso, com cama confortável, frigobar, ar-condicionado, televisão e armário para acomodar minhas coisas. Tudo perfeito! O café da manhã também não deixa a desejar!
Já a Pousada Bosque dos Aruãs apresenta instalações mais modestas, mas com a vantagem de estar a poucos passos da praia. Os chalés são de madeira, equipados com televisão, frigobar, ar-condicionado e banheiros privativos. Alguns oferecem vista para a Baía de Marajó.
Por fim, o Marajó Hostel é uma opção de hospedagem barata na Ilha do Marajó que oferece toda estrutura básica para os viajantes menos exigentes. A localização é ótima, próxima ao Porto da Prainha, de onde sai um dos barcos que leva a Soure. Tem piscina, área de convivência e jardim. Os dormitórios são mistos e comportam até seis pessoas.
Por que escolhi Salvaterra?
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Todos os sites e fóruns de viajantes que consultei antes de viajar indicavam Soure como o melhor lugar para ficar na Ilha de Marajó. Curiosamente, a grande maioria se hospedou no O Canto do Francês. Parece que um seguiu a dica do outro e ficou estabelecido que esse é o melhor caminho a seguir.
Eu gosto de ir no contrafluxo para trazer a vocês, meus amados leitores, uma nova perspectiva sobre os lugares. Às vezes dá certo, em outras passo por alguns perrengues, mas no fim das contas o que vale são as experiências que eu vivo e compartilho com vocês.
Dessa vez eu me dei bem! Escolhi Salvaterra e não me arrependo! A cidade é encantadora, agradável para caminhar, com espaços frequentados por moradores locais, sem exploração turística. Fiquei na Pousada Boto que, como eu disse, é encantadora.
Troquei as fazendas que exploram animais por passeios em meio à natureza. Visitei as praias da Água Boa, Jubim e Pescador, que são pouco conhecidas. Além de fazer um passeio guiado pelas ruínas históricas de Joanes, que se prorrogou para igarapés próximos.
Como se deslocar entre Soure e Salvaterra
Independentemente de qual seja a sua escolha de onde ficar na Ilha de Marajó, mais cedo ou mais tarde você vai precisar fazer a travessia entre Soure e Salvaterra e vice-versa.
Atualmente existem três opções de deslocamento. Os preços foram apurados em setembro de 2019.
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Transporte,Preço,Tempo
Balsa,grátis,20 min
Rabeta,R$ 2\,50, 10 min
Popopô, R$ 4,25 min
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Atenção! Em Salvaterra, os embarques e desembarques do popopô acontecem no porto da Prainha, no centro da cidade, próximo à Igreja de Nossa Senhora das Dores. Embora o bilhete seja mais caro que o da rabeta, no fim das contas o custo é menor, uma vez que o outro porto é mais distante e para chegar até ele a corrida de mototáxi sai a R$ 7.
Como se deslocar dentro da Ilha de Marajó
A forma mais fácil de se deslocar na Ilha de Marajó é alugando um carro. Mas também existe a possibilidade de alugar bicicletas a R$ 15 por dia ou usar os serviços dos mototaxistas da região. Consulte aqui os preços das corridas.
Seguro viagem para a Ilha de Marajó
A situação da saúde pública na Ilha do Marajó é calamitosa. As filas nos postos de saúde são gigantescas, não há médicos e remédios suficientes para a população local, quem dirá para visitantes. Uma simples diarreia, uma torção ou ferroada de arraias sem atendimento corretos podem arruinar toda a viagem.
É por isso que recomendo a todos viajantes que façam o seguro viagem nacional. Ele custa apenas R$ 4 por dia e oferece transfer para clínicas particulares credenciadas, atendimento odontológico e reembolso de gastos com remédios prescritos após a consulta. Também oferece cobertura para bagagens extraviadas ou danificadas, bem como reembolso de despesas causadas por atraso ou cancelamento de voo.
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Taí Gisele, gostei da forma como vc descreve suas experiências em viagens. Você consegue criar um clima que desperta o interesse do leitor. Bem legal.
Muito obrigada pelo seu comentário, Leonardo. Me senti com energias renovadas para continuar escrevendo.
Grande abraço!