Onde ficar na Ilha de Marajó: Soure ou Salvaterra?
Escolher onde ficar na Ilha de Marajó não é uma decisão simples. Muita gente nem imagina que a Ilha de Marajó é, na verdade, o maior arquipélago flúvio-marítimo do mundo, com mais de 40 mil km², quase do tamanho do estado do Rio de Janeiro e duas vezes o de Sergipe.
Durante a minha viagem, percebi que, embora a ilha tenha 16 municípios, apenas dois oferecem estrutura adequada para receber turistas: Soure e Salvaterra.
Ambos oferecem boa infraestrutura, passeios incríveis, restaurantes com comidinhas caseiras e pousadas confortáveis, mas cada um tem suas particularidades e agrada a diferentes perfis de viajantes.
Eu estive nos dois lugares, andei sozinha pelas ruas, explorei as atrações, provei a gastronomia local e analisei os prós e contras de cada um para ajudar você a decidir onde se hospedar.
No final, compartilho onde eu fiquei e qual seria a minha escolha se pudesse fazer essa viagem novamente.
Aproveite para ler o guia completo da Ilha do Marajó que já publiquei aqui no blog. Ele vai te ajudar a organizar a melhor forma de se deslocar até a ilha, quando ir e o que fazer durante a viagem.
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Onde se hospedar na Ilha de Marajó: Soure ou Salvaterra?
A escolha de onde se hospedar na Ilha de Marajó depende do seu estilo de viagem. Enquanto estive lá, notei diferenças claras entre Soure e Salvaterra. Uma é prática, com mais opções de hospedagem e serviços, enquanto a outra é mais indicada para quem busca tranquilidade e natureza.
Ambas têm pontos fortes, mas o que vai definir a decisão final é seu objetivo: conforto e acesso rápido às atrações ou imersão em vilarejos e preço baixo?
Por que escolher Soure para se hospedar na Ilha de Marajó?
Soure é tida como a capital da Ilha de Marajó. Sua estrutura faz jus ao título, uma vez que o município possui um pequeno porto que o conecta à capital e a outras vilas da ilha, além de ter ruas pavimentadas, bons restaurantes de comidas regionais, pousadas aconchegantes, bancos e um bom número de mototaxistas à disposição dos visitantes.
A cidade apresenta um potencial ecoturístico notável, com praias de beleza exuberante, manguezais e fauna diversificada. As noites costumam ser animadas, com feirinhas, música e carimbó.
Eu recomendo ficar em Sucre se os pré-requisitos principais forem conforto e acesso relativamente fácil aos principais pontos turísticos. É especialmente aconselhável para quem viaja com crianças e idosos.
Vantagens:
- É onde fica o porto de lanchas expressas que saem de Belém.
- Tem bons restaurantes de comidas regionais.
- Pequeno comércio e tradicionais ateliês de cerâmica.
- Proximidade das praias mais visitadas da ilha, como a Praia do Pesqueiro e a Praia da Barra Velha.
- Acesso relativamente rápido às fazendas e outros passeios.
Desvantagens:
- Preços significativamente mais altos se comparados a Salvaterra.
- Hospedagens concorridas, o que requer planejamento.
- Distância do porto de Camará, onde chegam as balsas e barcos que ligam Belém ao Marajó (transporte mais barato e conveniente para carros).
Pousadas em Soure
Selecionei algumas das melhores pousadas em Soure, levando em consideração a localização e a estrutura que cada uma delas oferece.
O Canto do Francês
A pousada O Canto do Francês é certamente a mais conhecida em Soure e uma das melhores pousadas da Ilha de Marajó. Está um pouco afastada do centrinho, mas relativamente perto da praia da Barra Velha, sendo uma boa opção para quem estiver de carro ou não se importar de pedalar alguns quarteirões.
Os quartos são bonitos e bem arrumados, tem piscina e uma área verde tranquila. O destaque vai para o café da manhã, preparado com muito capricho. O restaurante local serve pratos deliciosos e bem ornamentados, vale a pena experimentar.
Solar Encanto do Marajó
O Solar Encanto do Marajó está em uma das melhores localizações em Soure, a uma curta distância do porto que conecta a ilha a Belém e Salvaterra
A estrutura é ótima, embora a decoração seja simples. Tem um jardim agradável com redes de descanso, mesa de sinuca e xadrez. É possível alugar bicicletas no local e usar a cozinha compartilhada, o que vem bem a calhar, já que o estabelecimento não oferece café da manhã.
Casa Marajoara
Se você prioriza imersão cultural, ficar na Casa Marajoara é uma ideia interessante para considerar ao escolher onde ficar na Ilha de Marajó. Não se trata de uma pousada, mas de alugar um quarto na casa de um morador local, que compartilha com os seus hóspedes curiosidades e dicas sobre Soure e a ilha como um todo.
A casa está bem localizada, próximo ao porto e também a restaurantes, lojas e mercados. O quarto acomoda até três pessoas e tem banheiro privativo. Internet, TV e ar-condicionado tornam a estadia ainda mais confortável.
Por que escolher Salvaterra para se hospedar na Ilha de Marajó?
Salvaterra é pitoresca, tranquila e transpira arte. Ao caminhar pelas ruas eu pude ver intervenções artísticas, como a de um orelhão que sem telefone deu espaço ao desenho de um búfalo, ou do bar de mentira improvisado com garrafas vazias e mesas de madeira (que têm até tomadas de verdade).
A estrutura é muito parecida com a de Soure: tem bons restaurantes, lojas de artesanatos, bancos, pousadas arrumadinhas, vida noturna animada, postos de mototáxi e dois pequenos portos para embarque e desembarque de passageiros.
As praias daqui não são tão bonitas quanto às de Soure, mas a cidade é cercada por rios, manguezais e áreas de conservação, o que permite por trilhas, com direito a banhos em igarapés e igarapós.Quem fica em Salvaterra tem acesso mais fácil às ruínas da igreja construída pelos jesuítas no povoado de Joanes.
Salvaterra é o lugar que eu recomendo para se hospedar se o intuito for ficar mais perto da natureza e da vida local, e também para casais em busca de tranquilidade e romantismo.
Vantagens:
- Hospedagem e alimentação mais econômicas.
- Cidade mais bonita e artística.
- Proximidade das praias, igarapés e construções históricas.
- Está mais perto do porto de Camará, onde chegam as balsas e barcos que ligam Belém ao Marajó.
- Menor movimento turístico, ideal para quem quer deseja uma experiência mais local.
Desvantagens:
- Menos opções de pousadas, restaurantes e serviços.
- Mais longe das atrações mais famosas, aumentando as despesas com moto-táxi.
Pousadas em Salvaterra
O número de pousadas em Salvaterra é reduzido, o que reforça a ideia de que esse é uma boa opção para quem procura onde se hospedar na Ilha de Marajó longe do centro turístico e perto da natureza, acompanhando o cotidiano da comunidade marajoara.
Pousada Bosque dos Aruãs
Chalés rústicos de madeira, cercados por árvores e de frente para o rio, com direito a pôr do sol espetacular. É isso que a Pousada Bosque dos Aruãs oferece!
A propriedade conta com um amplo jardim, onde é possível descansar na rede, gangorrar ou simplesmente admirar o cenário ao redor. Os chalés estão disponíveis em diferentes categorias, mas todos oferecem conforto com ar-condicionado, TV e banheiro privativo. E para começar o dia do melhor jeito, o café da manhã está incluído na diária.
Pousada Umuarama
As fotos não traduzem o capricho com que os donos e funcionários cuidam da Pousada Umuarama, com uma ótima área social, duas piscinas e quartos espaçosos, que podem acomodar até quatro pessoas.
A localização é melhor possível, bem no centrinho de Salvaterra, de frente para a praia local e a 10 minutos de carro do porto que leva a Sucre. Além do café da manhã farto servido todas as manhãs, o estabelecimento também funciona como pizzaria à noite. É muito cômodo para quando a fome bate junto com a preguiça de sair para comer.
Pousada dos Guarás
A Pousada dos Guarás é o paraíso! Mas só vale a pena se você estiver viajando de carro, pois ela fica afastada do centrinho e está bem distante do porto, de onde saem as embarcações para Soure. Em compensação, a pousada está situada em uma faixa de areia deslumbrante, o que faz todo o deslocamento valer a pena.
Os quartos vão do individual ao quádruplo, todos com ar-condicionado e TV. O café da manhã já está incluso e, para completar, a pousada conta com dois restaurantes e um bar pé-na-areia, excelente para tomar um drink na beira da piscina.
E não para por aí! A área externa é puro deleite com redes à sombra, espreguiçadeiras na praia, quadra de tênis de areia e até spa para renovar as energias. Essa é a pousada que eu indico para quem procura onde se hospedar na Ilha do Marajó durante uma viagem romântica.
Mapa de pousadas na Ilha de Marajó
Se preferir, você pode usar o mapa abaixo para escolher onde se hospedar na Ilha de Marajó, seja perto dos portos ou de alguma praia. Basta arrastar o mapa que você verá as opções com preços atualizados em tempo real.
Onde eu me hospedei na Ilha de Marajó e onde eu ficaria se fosse voltasse lá?
Todos os sites e fóruns de viajantes que consultei antes de viajar indicavam Soure como o melhor lugar para ficar na Ilha de Marajó. Curiosamente, a grande maioria se hospedou no O Canto do Francês, que de fato é uma ótima pousada. Mas parece que um seguiu a dica do outro e ficou estabelecido que esse é o melhor caminho a seguir.
Eu gosto de ir no contrafluxo para trazer a vocês, meus amados leitores, uma nova perspectiva sobre os lugares. Às vezes dá certo, em outras passo por alguns perrengues, mas no fim das contas o que vale são as experiências que eu vivo e compartilho com vocês.
Dessa vez eu me dei bem! Escolhi Salvaterra e não me arrependo! A cidade é encantadora, agradável para caminhar, com espaços frequentados por moradores locais, sem exploração turística. Fiquei na Pousada Boto que é encantadora.
Troquei as fazendas que exploram animais por passeios em meio à natureza. Visitei as praias da Água Boa, Jubim e Pescador, que são pouco conhecidas. Além de fazer um passeio guiado pelas ruínas históricas de Joanes, que se prorrogou para igarapés próximos.
Infelizmente, a pousada em que eu me hospedei está desativada, mas se fizesse essa viagem novamente, não pensaria duas vezes ao escolher onde ficar na Ilha de Marajó e me hospedaria em Salvaterra novamente, dessa vez na Casa da Mata Marajó, mas alugaria um carro.
Aliás, essa é a única coisa que eu faria diferente em uma próxima viagem à Ilha do Marajó: alugaria um carro em Belém (porque não há locadoras na Ilha de Marajó), pegaria a balsa e aproveitaria toda a liberdade que o veículo proporciona. Depender de mototáxi com horários pré-estabelecidos limitou bastante os meus passeios.
Tipos de hospedagens na Ilha de Marajó
Além de escolher onde se ficar na Ilha de Marajó, também é interessante conhecer as modalidades de hospedagens que são oferecidas por lá.
Pousadas
Não espere por luxo e sofisticação nas pousadas da Ilha de Marajó. Os estabelecimentos são simples, refletindo a cultura local. Quase todas são pequenas e administradas por famílias locais, o que significa atendimento mais próximo, boas conversas e uma experiência cultural verdadeira, que nenhum resort de cadeia internacional poderia proporcionar.
Hotéis-fazenda
A ideia de ficar em um hotel fazenda na Ilha e Marajó me parece interessante, embora eu não tenha feito isso. Dá para ver os búfalos pastando sem ter que abusar deles com passeios extenuantes sob o sol. Alguns também oferecem passeios guiados pelos campos e manguezais.
O que mais me atrai nessa possibilidade são as refeições fartas e caseiras, com queijos de búfala, tapiocas, peixes e todas as delícias que o Pará oferece!
Casas de temporada
Aos poucos a Booking começa a ganhar adeptos com casas de temporada na Ilha de Marajó. Já estão disponíveis chalés, quartos em casas de nativos ou até um imóvel inteiro para alugar.
Fique atento à localização para ter certeza de que o imóvel escolhido está no centro de Soure ou Salvaterra.
Hostels
Hostels podem ser uma boa alternativa para quem deseja economizar e não se importa com dividir o quarto com pessoas desconhecidas. Na Ilha do Marajó ainda não há muitas opções de albergues e as existentes são bastante simples, porém bem avaliadas por hóspedes anteriores.
Ver as fotos de cada estabelecimento e ler os comentários no Booking é essencial para evitar frustrações. De qualquer forma, vou deixar algumas opções para vocês conhecerem:
- Habitat Marajó Hostel (Soure)
- Hostel Marajó Murrah (Soure)
Redários
Algumas pousadas e hostels possuem redários, opções ainda mais econômicas para quem procura onde ficar na Ilha de Marajó gastando pouco. Esses são espaços coletivos sem qualquer conforto, uma vez que as redes são penduradas em estruturas de madeira, sem ar-condicionado ou banheiro privativo.
Tenha em mente que você precisará levar sua própria rede e mosquiteiro. Evite os redários durante o verão amazônico, quando o calor extremo pode tornar a experiência um tanto traumática.
Como se deslocar entre Soure e Salvaterra?
Independentemente de qual seja a sua escolha de onde ficar na Ilha de Marajó, mais cedo ou mais tarde você vai precisar fazer a travessia entre Soure e Salvaterra e vice-versa.
Atualmente existem três opções de deslocamento.
Transporte | Preço | Tempo |
---|---|---|
Balsa (pedestre) | Grátis | 20 min |
Balsa (moto) | R$ 9 | 20 min |
Balsa (carro) | R$ 24 | 20 min |
Rabeta | R$ 3,50 | 10 min |
Popopô | R$ 5 | 25 min |
*Os preços foram pesquisados em setembro de 2025 e podem sofrer reajustes.
⚠️ ATENÇÃO!! Em Salvaterra, os embarques e desembarques do popopô acontecem no porto da Prainha, no centro da cidade, próximo à Igreja de Nossa Senhora das Dores. Embora o bilhete seja mais caro que o da rabeta, no fim das contas o custo é menor, uma vez que o outro porto é mais distante e para chegar até ele a corrida de mototáxi sai a R$ 8.
Como se deslocar dentro da Ilha de Marajó?
A forma mais fácil de se deslocar na Ilha de Marajó é alugando um carro. Mas também existe a possibilidade de alugar bicicletas a R$ 15 por dia ou usar os serviços dos mototaxistas da região. Consulte aqui os preços das corridas.
Seguro viagem para a Ilha de Marajó
A situação da saúde pública na Ilha do Marajó é calamitosa. As filas nos postos de saúde são gigantescas, não há médicos e remédios suficientes para a população local, quem dirá para visitantes. Uma simples diarreia, uma torção ou ferroada de arraias sem atendimento corretos podem arruinar toda a viagem.
É por isso que recomendo a todos viajantes que façam o seguro viagem nacional. Ele custa apenas R$ 4 por dia e oferece transfer para clínicas particulares credenciadas, atendimento odontológico e reembolso de gastos com remédios prescritos após a consulta. Também oferece cobertura para bagagens extraviadas ou danificadas, bem como reembolso de despesas causadas por atraso ou cancelamento de voo.
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Gisele Rocha
Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.
Taí Gisele, gostei da forma como vc descreve suas experiências em viagens. Você consegue criar um clima que desperta o interesse do leitor. Bem legal.