O que fazer em Alcântara, como chegar e onde ficar

Há muito o que fazer em Alcântara, mesmo que a visita se resuma a um bate e volta a partir de São Luís. Estamos falando de um dos mais encantadores destinos maranhenses, com ar bucólico e construções pitorescas que sobreviveram aos séculos. Alcântara já uma das cidades mais prósperas do nordeste durante o período imperial, contribuindo fortemente para o desenvolvimento cultural do estado, mesclando influências africanas, europeias e indígenas, principalmente na religião, na música e na dança.

Foi no século 18 que Alcântara chegou ao auge, período em que era o doce lar de barões donos de fazendas de cana-de-açúcar, algodão, arroz e gado. Com a abolição da escravatura e a evolução das técnicas agrícolas, a cidade entrou em franca decadência. Daquele tempo ainda restam edifícios em diferentes níveis de conservação, que vão desde palácios grandiosos que hoje abrigam museus e repartições públicas a ruínas de construções que sequer foram concluídas.

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Alcântara recebeu o título de Cidade Monumento Nacional e se orgulha de ser a primeira cidade histórica amazônica reconhecida como Patrimônio Nacional pelo IPHAN. Mas nem só de passado vive esse lugar. Graças a sua posição geográfica a 2 graus da linha do Equador, ali foi construída uma base para lançamento de foguetes do Programa Espacial Brasileiro.

Depois dessa longa introdução, apresento a vocês os pontos turísticos de Alcântara. Espero que curtam o passeio.

O que fazer em Alcântara

Alcântara é uma cidade pitoresca e muito fotogênica. Cada construção vira motivo para uma foto, mesmo aquelas que não são tidas como pontos turísticos.

O passeio começa na Ladeira do Jacaré, em frente ao porto. Ela nos leva até a singela Capela das Mercês, construída onde antes havia um grandioso convento. Andando mais alguns passos, chegamos à Igreja de Nossa Senhora do Desterro, que apesar de ser muito simplesinha, tem como trunfo a vista privilegiada da Ilha do Livramento. Reza a lenda que aqueles que tocarem o sino três vezes e fizerem um pedido terão seu desejo realizado.

Continuamos andando calmamente pelas ruas, parando para admirar as casas coloridas e os azulejos portugueses. Quando vimos, já estávamos na Praça da Matriz, onde estão as ruínas da igreja de São Matias, cartão postal de Alcântara. Em frente a ela está o Pelourinho, uma herança dos tristes tempos de escravidão. Mais triste ainda é ver muitos turistas fazendo pose para fotos no lugar onde muitos escravos foram chicoteados e humilhados. Santa ignorância.

Ainda na mesma praça estão o Museu Casa Histórica de Alcântara e o casarão que abriga a Prefeitura e a Câmara de Vereadores, onde um dia já funcionou um presídio.

Saindo da Praça da Matriz, descemos até a Rua da Amargura, onde residiam as famílias mais endinheiradas de Alcântara. A rua na verdade se chamava Boa Vista, mas que recebeu esse apelido porque era o caminho que os escravos faziam quando eram castigados no pelourinho. Andando em direção à igreja encontramos as ruínas daquele que um dia foi o Palácio do Negro, onde os negros eram comercializados.

Embora seja uma rua que faz parte do circuito turístico e esteja na lista do que fazer em Alcântara, não é recomendável andar por ali à noite, quando a área fica mais deserta, mal iluminada e por isso um tanto quanto perigosa.

Em poucos minutos chegamos à Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no mesmo largo onde estão as ruínas de dois casarões. Contam que Dom Pedro II faria uma visita a Alcântara e que a expectativa causou discórdia entre os barões de Mearin e Pindaré, que começaram a construir dois suntuosos palácios para ver qual deles hospedaria o Imperador. Deu-se que o português nunca apareceu por lá, os barões gastaram suas economias à toa e as duas obras ficaram inacabadas.

Por fim, chegamos à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que no passado era frequentada apenas por escravos. Ao lado dela está a Casa de Cultura Aeroespacial, que reconta a história do Programa Espacial Brasileiro através de maquetes, protótipos, fotos e recortes de jornal. Estávamos na maior expectativa para conhecer esse lugar, já que o Centro de Lançamento Aeroespacial não está aberto à visitação. Pena que ele estava fechado para almoço e só reabriria às 14h, mesmo horário que o barco partiria rumo a São Luís. Deu para ter um gostinho olhando através das janelas, mas não posso negar que saímos frustrados.

Praias em Alcântara

As praias de Alcântara possuem uma beleza incomum. Não espere por águas cristalinas e mar azul caribenho, o encanto está na tranquilidade, no silêncio e no contato direto com a natureza. Se quiser visitá-las, recomendo que compre a passagem de volta para São Luís no horário mais tarde possível, ou que durma em Alcântara para conseguir aproveitar tudo com calma.

A Praia da Baronesa é a mais visitada por estar a poucos minutos de caminhada do Centro Histórico. De lá é possível atravessar de canoa até Itatinga, mais bonita e menos movimentada.

A Ilha do Livramento, por sua vez, oferece aos visitantes deliciosos banhos de mar em águas calmas, trilhas na mata e um barzinho que funciona apenas durante os finais de semana. É recomendável visitá-la no fim da tarde para conseguir admirar o voo dos guarás, pássaros de plumagem vermelha que embelezam ainda mais o cenário. A travessia é feita a partir do Porto do Jacaré, mesmo lugar de ondem saem os catamarãs para São Luís.

Quem dispõe de mais tempo também pode visitar a Ilha do Cajual, um importante sítio arqueológico do Maranhão onde foram encontrados fósseis de dinossauros.

Ilha do Livramento, Alcântara, Maranhão

Ilha do Livramento, Alcântara, Maranhão. Créditos: Gisele Rocha

Como se deslocar em Alcântara

A não ser que você tenha dificuldades de locomoção, a melhor maneira de se deslocar em Alcântara é a pé. Os pontos turísticos estão próximos entre si e embora haja muitos morros, a mais puxada é a Ladeira do Jacaré, a primeira que você vai subir rumo ao Centro Histórico. Além disso, você vai parar tantas vezes para fotografar as casas coloridas que nem vai sentir o esforço.

De qualquer maneira, há um ponto de mototáxis na calçada do terminal hidroviário se você quiser poupar esforços.

A melhor época para visitar Alcântara

Você já viu que não falta o que fazer em Alcântara. Em qualquer época do ano você pode caminhar pelas ladeiras, visitar ruínas, igrejas, museus e tomar banho de mar. Entretanto, se puder escolher, vá durante a Festa do Divino Espírito Santo que acontece sempre no mês de maio.

Esse é o evento mais aguardado do ano e a população passa meses se preparando para ela. São mais de dez dias de festança, com muita comida trajes típicos, danças e músicas folclóricas. Para quem se interessa por conhecer as tradições dos lugares por onde passa, a Festa do Divino é a melhor oportunidade!

Onde comer em Alcântara

Na rua do terminal hidroviário, andando para a direita, você encontrará uma sequência de restaurantes bem simples, que vendem o prato feito por R$15.

Se preferir um cardápio mais variado, recomendamos o Restaurante Colonial. Fizemos uma pausa ali para tomar um refresco e amenizar o calor que sentíamos andando por aquelas ladeiras. Outra opção é o Restaurante Cantaria, que fica a poucos passos das ruínas da Matriz e tem vista para o mar. É a melhor opção para quem procura pratos regionais e não está disposto a gastar muito.

Não deixe de experimentar o doce de espécie, iguaria típica da região, feita à base de açúcar e coco ralado. Uma delícia!

Onde se hospedar em Alcântara

Embora a cidade seja pequena e dê para conhecer os principais pontos turísticos em poucas horas, só quem pernoita em Alcântara consegue visitar as praias e assistir a revoada dos guarás.

Infelizmente tínhamos uma agenda a cumprir e voltamos para São Luís no mesmo dia, mas nos recomendaram a Pousada La Maison du Baron e vimos que ela realmente foi muito bem avaliada por outros hóspedes.

Como chegar a Alcântara

Atualmente, três empresas fazem o percurso entre as duas cidades. Para saber os horários, preços das passagens e todos os pormenores da viagem, leia o nosso artigo sobre como ir de São Luís para Alcântara e vice-versa.

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Gisele Rocha

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.

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