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O que fazer em Criciúma, no sul de Santa Catarina

Viajando eu aprendi que cada cidade tem suas particularidades, encantos e atrações turísticas. Meus conhecimentos sobre o sul do Brasil se limitavam a Gramado, Canela, Porto Alegre, [link tag=”curitiba”]Curitiba[/link] e [link tag=”florianopolis”]Florianópolis[/link], até que fui chamada para o evento Rota Sul e foi aí que eu descobri o que fazer em Criciúma e outras cidades do sul catarinense.

Criciúma é uma cidade industrial que se desenvolveu em torno da extração do carvão mineral. Essa foi a principal atividade econômica do município até o final dos anos 1980, quando os recursos se esvaíram e a indústria carbonífera entrou em crise. A partir de então, o setor cerâmico ganhou destaque, se tornando pólo nacional. A indústria têxtil também despontou e hoje emprega milhares de trabalhadores.

Mas e aí, vamos falar sobre os pontos turísticos de Criciúma?

Origem do nome Criciúma

Foi durante um passeio guiado que descobri que o nome da cidade vem de uma plantinha que os índios denominaram “Cresciuma”. Na praça Nereu Ramos é possível ver essa pequena gramínea e no Parque das Nações existe uma réplica de uma estação de trem onde o nome está escrito com a grafia antiga.

O que fazer em Criciúma

A cidade é o paraíso para quem quer comer bem e fazer compras, mas não vou limitar este artigo a uma lista de restaurantes e shoppings. Há muito o que fazer em Criciúma, incluindo museus com acervos interessantes, praças arborizadas, igrejas encantadoras e a mina de visitação Octávio Fontana, que talvez seja o principal ponto turístico de lá.

Praça Nereu Ramos

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Foi o ponto de origem de Criciúma. Ali corria um rio, onde os tropeiros matavam a sede de seus cavalos. Não demorou muito para que um pequeno comércio se desenvolvesse naquela região.

Também na Praça Nereu Ramos encontra-se a Catedral de São José, bem como outros prédios tombados pelo Patrimônio Histórico, entre eles a Casa de Cultura, espaço destinado a promover eventos educativos e manifestações culturais.

É na Praça Nereu Ramos que está o Monumento ao Mineiro, feito para homenagear aqueles que trabalharam na extração de carvão. Uma curiosidade sobre essa estátua é que um sujeito tentou embelezá-la aplicando spray dourado. Será necessário um composto especial feito em Florianópolis para remover a tinta e restaurar a peça sem comprometer a sua integridade.

Catedral de São José

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Criciúma se desenvolveu em torno de uma igreja datada de 1889. No lugar dela, em 1917 foi construída a catedral, que ao longo dos anos passou por diversos processos de modificação e ampliação. As estátuas de cimento, por exemplo, foram esculpidas pelo artista Natalício Marques e acrescentadas à fachada em 1946.

Em 2012 a Catedral de São José reabriu as portas depois de cinco anos de restauro, por isso está tão bem conservada. Nós não entramos na igreja porque era horário de missa, mas valeu a pena admirá-la do lado de fora.

Praça do Congresso

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Depois de visitarmos a Praça Nereu Ramos e a Catedral de São José, era a vez de darmos uma volta pela Praça do Congresso, que recebeu esse nome porque em 1946 sediou o Congresso Eucarístico Nacional.

A praça está muito bem cuidada e conta com parquinho para crianças, academia ao ar livre, calçamento plano para caminhadas e área verde que convida a um piquenique. No laguinho artificial, notamos a presença de alguns cágados e muitos peixes. Um bom lugar para ficar de bobeira vendo o dia passar.

Gruta Nossa Senhora de Lourdes

Infelizmente a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes estava em reforma e não pudemos visitá-la. Fica a poucos passos da Praça do Congresso e foi criada para o mesmo evento, em 1946.

Ainda que turismo religiosos não seja a sua praia, vale a pena passar por ali e apreciar a beleza da gruta e da vegetação que a envolve.

Museu Municipal Histórico e Geográfico Augusto Casagrande

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O primeiro sobrado construído em Criciúma abriga o Museu Municipal Histórico e Geográfico Augusto Casagrande, que homenageia o italiano que construiu este casarão. A obra é datada de 1920, mas permaneceu abandonada durante muito anos até que, em 1978, passou por um processo de restauração que resgatou todas as características originais, incluindo as pinturas internas, onde prevalecem paredes de cores vivas e detalhes pintados à mão. Além da revitalização do espaço, hoje o museu conta com rampa de acesso e elevador para que todos tenham igual oportunidade de conhecer os dois andares do museu.

O acervo não se restringe a peças da família Casagrande, embora haja uma seção só para elas. Os objetos foram doados por moradores de Criciúma e adjacências, cada um com seu significado, resgatando uma parte da história dos imigrantes que povoaram a região e fizeram-na prosperar.

O passeio corria bem até o guia contar que dona Cecília Daros, esposa de Augusto Casagrande, era tida como santa pelos vizinhos por aturar os maus-tratos do marido, que constantemente chegava bêbado em casa e a espancava na frente dos 15 filhos, a ponto de ela precisar fugir pela janela dos fundos.

Não importa o quanto uma pessoa tenha sido importante para o crescimento da cidade, se cometia esse tipo de atrocidade, perde todo o meu respeito. Acredito que outros blogueiros tenham seguido esse raciocínio, pois o ambiente foi se esvaziando gradativamente.

Horários de visitação: de segunda à sexta, das 08h30 ao meio-dia e das 13h30 às 18h.
Preço: ingresso gratuito

Estádio Heriberto Hülse

O “Majestoso”, como é carinhosamente chamado pelos criciumenses, é a casa do Criciúma Esporte Clube e leva o nome de Heriberto Hülse em homenagem a um importante político nascido na região.

O estádio foi inaugurado em 1955, tem capacidade para 19.225 pessoas e é o único em Santa Catarina com todas as arquibancadas cobertas. É monitorado por 48 câmeras, possibilitando ao torcedor uma vista de 360 graus. Um passeio que os amantes do futebol definitivamente não podem deixar de fazer em Criciúma.

Horário de visitação: agende uma visita através do telefone (48) 3046-7550.

Parque das Nações

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O Parque das Nações fica em frente ao [bookinglink id=”1789068″], onde nos hospedamos durante o Rota Sul, mas foi só no último dia do evento que dedicamos um tempo a explorá-lo. Esse é o maior espaço de lazer, esporte e cultura de todo o estado de Santa Catarina.

Havia muita gente fazendo caminhadas, passeando com cachorro, se exercitando nos aparelhos de ginástica, andando de bicicleta, longboard e outras muitas atividades que aquele espaço permite.

Foi construído um palco para eventos que comportam até 30 mil pessoas. É um número considerável!

Se você reparar nos banquinhos feitos de azulejo, vai notar que os mosaicos mostram fachadas de diferentes pontos turísticos de Criciúma.

Mas o que mais me chamou atenção foi a réplica da primeira estação de trem da cidade, na qual o letreiro ainda mostra o nome “Cresciuma”. Infelizmente a locomotiva que ajuda a compor o cenário não estava lá, mas ainda assim o passeio rende boas fotos.

Horário de funcionamento: todos os dias, das 7h às 23h.

Morro Cechinel

O Morro Cechinel proporciona uma vista estupenda do centro de Criciúma
O Morro Cechinel proporciona uma vista estupenda do centro de Criciúma. Créditos: Gisele Rocha

Criciúma carece de um mirante, mas dá para ter uma vista panorâmica da cidade no Morro Cechinel, também conhecido localmente como “Morro da TV”. É necessário parar o carro no acostamento e atravessar a avenida, o que exige cuidado redobrado, mas vale a pena.

Se estiver procurando por um lugar mais aconchegante que ofereça uma vista exclusiva de cair o queixo, vá ao Família Rosso Restaurante. À noite, com as luzes da cidade acesas, a visão deve ser ainda mais encantadora.

Mina de visitação Octávio Fontana

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Criciúma é conhecida como a capital brasileira do carvão e o passeio mais interessante da cidade é justamente na Mina de visitação Octávio Fontana, inaugurada 2011. É a única mina de extração carbonífera aberta ao público no Brasil! (Lembrando que as minas de [link tag=”ouro-preto”] Ouro Preto [/link] eram voltadas para a exploração aurífera).

A visita começa dentro de um curto trajeto percorrido por uma minilocomotiva a vapor, que nos leva para o interior da mina. Todos são obrigados a usar capacete como manda as regras de segurança.

Ali funcionou a mina São Simão, localizada em uma área de 15 hectares. Entretanto, o passeio de concentra em um percurso subterrâneo de 300 metros, onde o guia conta sobre a história da extração do carvão, que anda em paralelo com a história da cidade.

A exploração mineral nessa jazida ocorreu entre os anos 1950 e 1960, depois permaneceu desativada até meados da década de 1980, quando retomou as atividades. Não durou muito. Em 1995 os trabalhadores foram dispensados devido ao esgotamento dos recursos naturais e mais uma vez a mina foi desativada, reabrindo em 2011 para visitação.

Em determinado momento do passeio, o guia nos mostra as roupas usadas pelos garimpeiros até a década de 1990: uma bermuda, um capacete e um par de botas. Atualmente, além do capacete, há um macacão específico, botas mais resistentes e máscara de proteção. É curioso ver como até pouco tempo atrás as condições de seguranças eram tão precárias. Felizmente as coisas mudaram.

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Horários de visitação: terça-feira, das 14h às 18h; de quarta-feira a domingo, das 9h às 12h e das 13h às 18h.
Preços: R$ 14 para adultos; R$ 7 para crianças entre 6 e 12 anos e também para estudantes e professores com carteirinha atualizada; gratuito para menores de 5 anos e maiores de 65 anos.

Onde se hospedar em Criciúma

Durante o Rota Sul nós nos hospedamos no [bookinglink id=”1789068″], com instalações confortáveis e excelente custo-benefício. Se você estiver pesquisando sobre onde se hospedar em Criciúma, leia este artigo.

Bate e voltas a partir de Criciúma

Agora que você já sabe o que fazer em Criciúma, que tal conhecer os arredores. É possível fazer inúmeros bate e voltas, dos quais eu aconselho Nova Veneza, Bom Jardim da Serra (a Serra do Rio do Rastro é um passeio imperdível), Orleans, Urubici e, quem sabe, [link tag=”florianopolis”]Florianópolis[/link], já que a cidade está a apenas 2 horas e meia de carro.

Você conhece o sul de Santa Catarina? Tem mais alguma sugestão sobre o que fazer em Criciúma ou qualquer outra cidade vizinha? Escreva aqui nos comentários.

Boa viagem!

Gisele Rocha

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.

10 pensou em “O que fazer em Criciúma, no sul de Santa Catarina

  1. Comer bem, compras, mas também tem muita coisa legal pra fazer, hein!?
    Sempre que vou a destinos urbanos gosto de fazer um roteiro pelos parques, e já percebi que Criciúma tem alguns bem bacanas!!!

    Quantos dias você recomenda para Criciúma e arredores?

    Adorei as dicas!
    Abraço!

    1. Murilo, para Criciúma eu recomendo 2 dias, assim dá para fazer tudo com calma. Depois +4 dias para cada bate e volta e uma vida pra Floripa, que uma semana lá foi pouco pra mim.

  2. Muito bacana esse encontro, Gi, acompanhei pelas redes sociais e parece que foi maravilhoso conhecer todas as atrações da região. Parabéns, belo post.

  3. Confesso que Criciúma nunca esteve na minha lista de destinos do Sul do Brasil, mas têm muita coisa interessante pra se fazer, fiquei bem curiosa com a visitação na Octávio Fontana e com essas diversas opções de bate e volta.

  4. O post ficou bem completo e informativo. Criciúma tem muitas atrações que eu não fazia ideia, vou considerar conhecer quando for para Santa Catarina.

  5. Oi Gisele, muito bom post, completinho! :D Não sabia que tinha tanta coisa para ver em Criciúma, na verdade só lembrava do time de futebol.. haha legal! :D

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