Trilha Inca: tudo sobre a caminhada mais antiga para Machu Picchu
Machu Picchu é um dos destinos mais procurados pelos turistas de todo o mundo e a forma mais interessante de ingressar ao santuário é pelo portal de Inti Punku (Porta do Sol), que foi um ponto estratégico usado pelos incas para descanso e como templo sagrado de agradecimento antes de adentrarem ao santuário. Porém, o acesso a esse portal somente pode ser feito pela Trilha Inca, que é a caminhada mais antiga e conhecida de toda a América do Sul e uma das mais populares do mundo.
Durante os dias de trekking pelo caminho, se nota uma grande variedade de vegetação, plantas, pássaros e fascinantes sítios arqueológicos como Llactapata, Runkuraqay, Sayacmarca, Phuyupatamarca e Wiñaywayna. Essa rota, na época incaica tinha o nome de Qhapap Ñan, que na linguagem Chéchua significa, “grande caminho inca” ou ainda, “caminho do rei ou do poder”, que na época incaica era percorrido somente pela nobreza e pelo rei inca para chegarem a Machu Picchu.
Uma curiosidade que muitos talvez não saibam, é que o caminho inca para Machu Picchu não é somente pela [vb_product_link code=”MIT_VIAJES_1″ nofollow=”false” text=”trilha inca”]. Ao todo, os incas criaram cerca de 40.000 km de caminhos, divididos pelas quatro regiões do Tawantinsuyo, que englobava vários países como o Peru, Bolívia, Chile, Venezuela, Colômbia, Equador e uma parte da Argentina, criando uma rede de comunicação entre todo o império inca.
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Recomendações para a aclimatação na altitude
Sempre é bom se preocupar e tomar alguns cuidados com a saúde antes de viajar para outro país, ainda mais, quando se vai fazer uma trilha de vários dias, como é o caso da Trilha Inca. O recomendável para essa rota, é fazer aclimatação de pelo menos dois dias na cidade de Cusco antes do início da trilha, para que o corpo possa se habituar com a altitude. Para isso, descansar e dormir ao máximo é um dos pontos principais, além de tomar bastante líquidos e chás da folha de coca, que possuem propriedades digestivas e curativas. Além disso, evitar esforços físicos, comer comidas gordurosas, alimentar-se na rua e não tomar bebidas alcoólicas em excesso.
Condicionamento físico para a Trilha Inca
Claro que é importante ter um bom condicionamento físico para percorrer a trilha inca porém, não é necessário se preparar durante meses na academia. A pessoa que está habituada a fazer caminhadas diárias não terá problemas em percorrer o caminho. Entretanto, o primordial para este caminho é ter os pulmões e o coração fortes, pois a altitude nesta rota chegará aos 4.200 m.s.n.m, e ela será a maior inimiga dos turistas que vivem nos países baixos (nível do mar), pois quanto maior for a altitude, menor será a quantidade de ar nos pulmões e consequentemente, menos oxigenação no cérebro, podendo causar algumas complicações como fortes dores de cabeça, enjoos, vômitos e mal estar. Sendo assim, tanto para a trilha inca, como para a Trilha Salkantay, que são as mais procuradas no Peru, é necessário dispor de boa saúde, saber o limite de seu corpo e combinar os ritmos cardíacos e respiratórios com a caminhada.
Extensão e tempo hábil para percorrer a Trilha Inca
Ao todo, a trilha inca possui cerca de 43 km de extensão partindo de Piscacucho, ou do km 82 da linha férrea, como é mais conhecido, tendo o destino final, a cidadela perdida dos incas. Esses 43 kms foram divididos em quatro dias, sendo os três primeiros dias de caminhada pelos caminhos incas originais e o quarto dia é a visita ao santuário de Machu Picchu, com uma média de caminhada de 5 a 7 horas diárias.
Perigos da Trilha Inca
Assim como na trilha inca e nas demais trilhas no Peru, não há muitos relatos negativos envolvendo acidentes com turistas, mas os poucos registrados, se devem a falta de importância e atenção dos turistas em relação às recomendações de segurança dadas pelos guias turísticos. Quanto a ataques de animais selvagens, não há relatos, pois as trilhas sempre estão cheias de turistas durante todo o dia, mantendo os animais longe. Portanto, as trilhas no Peru são extremamente seguras e seguindo as recomendações de segurança dos guias turísticos, a viagem no país mais misterioso do mundo será inesquecível.
O caminho da Trilha Inca
O caminho foi construído em sua grande parte por pedras e escadarias, sendo um caminho bem estreito, pois os incas percorriam sozinhos carregando apenas suas lhamas, por isso, em alguns trechos, só será possível caminhar uma ou duas pessoas por vez. E tratando-se de um caminho no alto das montanhas, boa parte da caminhada será beirando o abismo, onde a atenção e o cuidado deverão ser dobrados.
O dia a dia da Trilha Inca
Os dias na trilha inca sempre começarão muito cedo, pois o caminho até Machu Picchu é longo. O caminhada do primeiro dia é super tranquila, o percurso em sua grande parte será beirando o Rio Urubamba e quase todo plano. O segundo dia é o mais cansativo de todos, o caminho de subida é todo de escadarias e em poucas horas sobe-se em média mil metros de altitude até o ponto mais alto do caminho, depois o caminho é todo de descida pelas escadarias incas até o acampamento. O terceiro dia, apesar de ser o mais longo, é um dos mais bonitos e inesquecíveis, pois a paisagem muda completamente, o caminho passa a ser dentro da floresta com um clima mais tropical. Finalmente o quarto dia, após o despertar ainda de madrugada, a caminhada rumo a Inti Punku se inicia para que se possa ver o nascer do dia e em seguida, caminhada de descida para a tão esperada Machu Picchu.
A mochila para a Trilha Inca
Na mochila para a Trilha Inca não pode faltar remédios e curativos pessoais, roupas para frio e calor, saco de dormir, bastões para caminhada, chinelo, toalha pequena, água e bebidas pessoais, snacks, bloqueador solar, repelente para mosquitos, botas de trekking com cano alto, kit higiene, papel higiênico, lenços umedecidos, óculos de sol, carregador portátil para celular, máquina fotográfica, pilhas e baterias extras.
Disponibilidades, melhor época e reserva para a Trilha Inca
Desde o ano de 2001, o governo peruano passou a controlar o acesso a trilha inca, permitindo o ingresso de turistas apenas por meio de uma agência autorizada e também, passou a controlar a quantidade de vagas, sendo apenas 500 por dia. Por isso, a reserva deve ser feita com a antecipação mínima de 6 meses. A melhor época para percorrer a trilha inca é no período de seca que são entre os meses de maio até outubro, meses secos e sem chuvas. Caso não haja mais vagas para a trilha inca ou se ainda, o mês de sua visita for em fevereiro, quando a trilha fica fechada para manutenção e recuperação, ainda há a opção de chegar à cidade de [vb_product_link code=”MIT_VIAJES_3″ nofollow=”false” text=”Machu Picchu em trem”].
A preparação e a alimentação nos dias da Trilha Inca
Durante o percorrido da trilha inca, a comida é preparada em acampamentos que os cozinheiros providenciam no meio do percurso. A comida é preparada na hora e de acordo, com a necessidade de nutrientes e vitaminas que o corpo precisa desde o café da manhã até o jantar. A alimentação é baseada em arroz, saladas, macarrão, legumes e verduras, carnes, frangos, peixes, cereais, cafés, leite e chás, pães, bolachas, pipoca, frutas, geleias e manteiga. Para os vegetarianos ou alérgicos a alguns alimentos, a comida é preparada de forma adequada.
Condições sanitárias na Trilha Inca
Em todos os pontos de acampamento existem banheiros, porém as condições são precárias, os sanitários, são buracos no chão. Quanto a duchas, somente no terceiro dia da trilha possui porém, a água é muito fria, sendo impossível banhar-se.
Trilha Inca e montanha Waynapicchu
Poder seguir os mesmos passos dos incas por esse caminho sagrado, é sem dúvida, uma experiência incrível e inesquecível. Além disso, ter a oportunidade de subir a montanha de Waynapicchu, onde se encontra um dos maiores templos da lua, será um privilégio inenarrável. Para isso, é necessário efetuar a reserva desta montanha juntamente com a reserva da trilha inca, pois é necessário um boleto de ingresso a parte e as vagas são limitadas em apenas 400 visitantes ao dia, divididas em dois horários na parte da manhã.