Turismo no Pantanal: o que fazer em 5 dias de viagem

Fazer turismo no Pantanal é uma experiência única! Considerado Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, o Pantanal é a maior planície inundada do planeta, abrangendo uma área de 230 mil km² que ocupa o oeste do Brasil e parte do Paraguai e da Bolívia.

A região é conhecida internacionalmente por suas belezas naturais e rica biodiversidade. Para se ter ideia, aqui foram catalogadas mais de 1.130 espécies de borboletas, 650 de aves, 230 de peixes, 120 de mamíferos e 90 de répteis. Um prato cheio para amantes da natureza!

Infelizmente ainda há poucos roteiros prontos para quem deseja visitar o Pantanal de maneira independente. Pensando nisso, nós montamos um planejamento completo! Neste artigo você encontrará sugestões para o que fazer no Pantanal durante 5 dias de viagem, com itinerário que abrange parques naturais e fazendas. Disponibilizamos também algumas opções de hospedagens e um checklist com itens para levar na mala.

Vamos lá!

Quais cidades visitar no Pantanal?

A região é dividida entre Pantanal Norte, que abrange as cidades de Cáceres, Poconé e Barão de Melgaço, no Mato Grosso e Pantanal Sul, que compreende as cidades de Porto Murtinho, Corumbá, Aquidauana, Miranda e Bodoquena, no Mato Grosso do Sul.  

Neste guia nos concentraremos no Pantanal Sul, que possui 65% da planície pantaneira e oferece passeios mais variados para contemplação da fauna e flora.  

Como chegar ao Pantanal Sul?

Avião

Os aeroportos mais próximos ao Pantanal são o de Campo Grande e o de Corumbá. A partir deles será necessário terminar o trajeto por terra. QuandoViajar.

Ônibus

Partindo da rodoviária de Campo Grande, a Andorinha S.A faz viagens diárias até Aquidauana (2h50), Miranda (3h30) e Corumbá (7h). A mesma empresa opera no sentido contrário, de Corumbá para Campo Grande. Pesquise preços e horários.

Carro

Viajar de carro proporciona flexibilidade ao roteiro e foi por esse meio de transporte que optamos para a nossa viagem. Inclusive, já escrevemos sobre como é dirigir nas estradas do Pantanal.

🚘 Viajar de carro é a melhor opção!

A melhor forma de se deslocar no Pantanal é com veículo próprio, já que as fazendas onde acontecem os passeios ficam em áreas afastadas. Nós alugamos um carro básico e ele deu conta!
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Onde se hospedar no Pantanal?

A melhor forma de mergulhar na cultura local é se hospedando nas fazendas pantaneiras, como a Hotel Fazenda Cachoeiras Serra da Bodoquena, em Bodoquena, a Fazenda San Francisco, em Miranda, e a Pousada Aguape, em Aquidauana.

Se os valores das diárias não couberem no seu orçamento, há boas opções de pousadas com preços mais acessíveis.

Qual a melhor época para viajar para o Pantanal?

A melhor época para viajar para o Pantanal é entre os meses de abril a setembro, que corresponde ao período de seca, quando a paisagem está mais verde e os animais selvagens saem em busca de alimentos e parceiros para a temporada de acasalamento. 

Fora desse período chove mais e o nível dos rios sobe. Fica mais difícil avistar animais e trafegar pelas estradas pantaneiras, que muitas vezes estão alagadas.

O que fazer no Pantanal?

1º dia: Cachoeiras em Bodoquena

Após 5 dias de passeios em Bonito, partimos em direção a Bodoquena, nossa primeira parada no roteiro pelo Pantanal Sul.

Saímos logo após o café da manhã, por volta das 8h30, e menos de uma hora depois estávamos no Recanto 3ELLL, onde nos hospedamos. A pousada é espetacular, com quartos confortáveis, mobiliário novo, excelente chuveiro, extensa área verde e até cachoeira privativa, frequentada apenas por hóspedes. Como fomos na baixa temporada, éramos os únicos lá.

Deixamos nosso refúgio particular e fomos conhecer as famosas cachoeiras e piscinas naturais do Rio Betione, que pertencem ao Hotel Fazenda Serra da Bodoquena. O passeio custa R$ 152 por pessoa na baixa temporada e R$ 228 na alta (valores de 2020), mas vale a pena!

A trilha é de nível fácil e tem oito paradas para banho em cachoeiras deslumbrantes e poços de águas cristalinas. O ponto alto foi o balneário, onde pessoas do Brasil inteiro se divertiam descendo a tirolesa, remando seus caiaques ou descendo rio abaixo no boia cross. Por fim, seguimos de bote até a última cascata e pudemos aproveitar o dia livre na propriedade, que tem piscinas, redário, bar e restaurante.

2º dia: Explorando Miranda

Tomamos um café reforçado e ficamos curtindo a cachoeira da pousada. Ponderamos sobre fazer ou não o circuito Boca da Onça, que também tem lindas cachoeiras e paisagens alucinantes, mas a falta de grana nos impediu. 

Por volta das 11h caímos na estrada rumo à Miranda, nosso segundo destino no roteiro de viagem pelo Pantanal. Foram 55 minutos de estrada até a Pousada Nativos, construída seguindo padrões sustentáveis, com painéis solares e coletores de água de chuva que abastecem o estabelecimento. Bem a nossa cara!

Sobre a cidade, Miranda é um lugar interessante, tem um centro histórico bem preservado com casario do início do século 20 e uma estação ferroviária onde até 2015 operou o famoso Trem do Pantanal.

Além disso, a cidade concentra a segunda maior população indígena do Mato Grosso do Sul. Visitar o Centro Referencial da Cultura Terena é uma ótima oportunidade de conhecer a história das tribos e adquirir produtos artesanais únicos.

3º dia: Imersão pantaneira na Fazenda San Francisco

Visitar a Fazenda San Francisco resume muito bem o que é fazer turismo no Pantanal. A propriedade ocupa uma área de 6 mil hectares de reserva florestal, onde é possível navegar pelo rio, observar a fauna pantaneira e avistar uma infinidade de animais silvestres.

Chegamos por volta das 8h e fomos recepcionados por papagaios e araras que se alimentavam em frente à sede da fazenda. Não demorou para que uma ema também desse o ar da graça! Parecia treinada para posar para as lentes dos turistas eufóricos. Era só um aperitivo do que nos esperava durante o dia!

O berrante tocou como sinal para chamar os integrantes do grupo para o primeiro passeio, que foi o de chalana, embarcação de dois andares que navega pelo corixo São Domingos. Durante o percurso vimos muitos macacos, lontras, ariranhas e um sem-número de aves, que nossa falta de entendimento não nos permite nomear.

Depois de aproximadamente 50 minutos de navegação, paramos em um lugar de águas calmas para a pesca de piranha, que serviria de alimentos para os jacarés que até o momento não tínhamos visto. Essa parte foi um tanto tediosa, mas valeu pela paisagem.

Piranhas no balde, era hora de atrair os jacarés. E a guia fazia isso muito bem! Os bichos saltavam alto, pegavam o peixe e voltavam para a água. A partir desse momento vários deles começaram a aparecer, inclusive bem próximo ao barco, por isso recomendamos que você não fique próximo à borda.  

💡 DICA!

O segredo para curtir o passeio é se vestir com roupas largas e se lambuzar de repelente (melhor ainda se for spray, para jogar por cima da roupa também). Outra dica é levar água e lanche, pois o almoço demora a sair.

Às 12h30 nosso grupo já estava de volta à sede da fazenda prontos para degustar um almoço à moda pantaneira incluso no pacote, com carne assada, peixe, salada, legumes e doces em compota para a sobremesa. Mesmo não comendo carne vermelha, saímos satisfeitos!

E o que fazer no Pantanal após o almoço? Cochilar na rede para fazer a digestão! 

Descansando na rede após um almoço pantaneiro na Fazenda San Francisco, Miranda, MS
Descansando na rede após um almoço pantaneiro na Fazenda San Francisco, Miranda, MS. Créditos: Gisele Rocha

Por volta das 15h começou o segundo passeio, um safári fotográfico que percorre os campos da fazenda em busca de animais nativos. Conseguimos ver capivaras, tatus, veados, cervos-do-pantanal, tamanduás-bandeiras, carcarás, tuiuiús, falcões, tucanos, emas, seriemas, garças, cobras e jacarés

Vá com a bateria da câmera recarregada e cartão de memória vazio. Configure a máquina para múltiplos disparos e esteja pronto para fotografar a qualquer momento, pois a natureza não repete pose.

Junto com o safári fotográfico, fizemos também a Trilha da Vazante, que percorre capões de mata e termina em um mirante de 10 metros de altura, um ponto privilegiado para observar as paisagens do Pantanal.

Se puder escolher, opte por fazer esse passeio no fim da tarde, quando a temperatura está mais agradável. No fim, você será agraciado pelo pôr do sol mais bonito de toda a sua vida! 

Pôr do Sol na Fazenda San Francisco, em Miranda, Pantanal Sul
Pôr do Sol na Fazenda San Francisco, em Miranda, Pantanal Sul. Créditos: Gisele Rocha

Para fechar com chave de ouro, quando retornamos à sede, os funcionários nos aguardavam com um lanchinho que consistia em suco, pipoca e caldo de piranha. Uma combinação inusitada, é verdade, mas quando a fome bate a gente não se preocupa com harmonizações.

Comida no papinho, pé no caminho. Fim de mais um dia de viagem pelo Pantanal Sul!

4º dia: Experiência pantaneira em Aquidauana

Saímos de Miranda pontualmente às 9h e por volta das 10h chegamos ao Fênix Plaza Hotel, nossa casa por uma noite. Como só tínhamos passeios marcados para o fim da tarde, resolvemos tirar o dia para conhecer a cidade.

Aquidauana é o portal de entrada no Pantanal Sul para quem vem da capital Campo Grande, mas para nós era de saída. E embora seja conhecida pelas fazendas e paisagens pantaneiras, a cidade também conta com outras atrações turísticas, como construções históricas, feiras e mercados, além de parques, cavernas e até praias!

O roteiro pelo centro de Aquidauana inclui a imponente Igreja de Nossa Senhora Imaculada Conceição, a Casa Primavera, o Museu de Arte Pantaneira, a Praça Afonso Pena, a Casa do Artesão e a feirinha indígena.

Fizemos um passeio rápido pela cidade, almoçamos e fomos para a Pousada Aguapé, onde o nosso passeio começaria às 15h.

Lá fizemos uma trilha ecológica, que passava por matas e campos. Assim como no dia anterior, vimos numerosos animais silvestres, principalmente jacarés e tuiuiús. Mais uma vez fomos agraciados com um pôr do sol fascinante, com o céu colorido de laranja e lilás! 

Trilha ecológica na Fazenda Aguapé, em Aquidauana, Pantanal Sul
Trilha ecológica na Fazenda Aguapé, em Aquidauana, Pantanal Sul. Créditos: Gisele Rocha

Quando o sol se foi, começamos a focagem noturna a bordo de um 4×4. Foi o nosso último passeio no Pantanal. Os guias conhecem a área como a palma da mão e conseguiam identificar quais animais estavam se aproximando só pelo barulho que faziam na vegetação. 

Vimos tamanduás-bandeiras, lobinhos, corujas, uma jaguatirica e a tão esperada onça pintada. Nossa viagem pelo Pantanal havia chegado ao auge!

5º dia: Fim da viagem pelo Pantanal

Acordamos bem cedinho para aproveitar o nosso último dia de turismo no Pantanal. Fomos ao Morro do Paxixi, que fica a 23 km do centro de Aquidauana, no sentido Campo Grande. A vista lá de cima é magnífica e dizem que fica ainda mais linda durante o pôr do sol.

Morro do Paxixi, Aquidauana, um lugar alternativo no Pantanal
Morro do Paxixi, Aquidauana, um lugar alternativo no Pantanal. Créditos: Anderson Maciel Freire / Fonte: Wikimedia Commons

Aproveitamos a luz do dia para percorrer a Estrada Parque Piraputanga, uma rodovia inserida em uma área de proteção ambiental que liga Aquidauana a Dois Irmãos do Buriti. O caminho é emoldurado pelos paredões de pedra. Era inevitável parar a todo instante para apreciar a paisagem e observar as aves!

Nossos dias de viagem no Pantanal chegaram ao fim! Nosso voo sairia na manhã seguinte de Campo Grande com destino ao Rio de Janeiro. Foi bom enquanto durou! 

Se você tiver mais dois ou três dias, recomendamos que visite Corumbá, cidade do Pantanal Sul que faz fronteira com a Bolívia e guarda memórias e mistérios dos tempos da Guerra do Paraguai. Se o seu destino final for a capital, o blog Destinos Notáveis tem um post completo sobre o que fazer em Campo Grande. Mas se quiser embarcar em outra aventura, a Chapada dos Gumarães é logo ali!

🐴🚫 Diga NÃO à exploração animal!

Algumas fazendas promovem passeios com tração animal e nós somos veementemente contra isso!
Os animais não têm poder de escolha e são obrigados a percorrer longos caminhos sob o sol, com pessoas e cargas pesadas sob suas costas, causando dores físicas e sofrimentos que eles não são capazes de expressar.
Escolha passeios de observação de animais, como safáris, caminhadas ecológicas, passeios de chalana, canoagem, focagens noturnas.

O que levar na mala para o Pantanal?

Agora que você já sabe o que fazer no Pantanal, é hora de pensar sobre o que levar na mala. Tudo que você precisará para uma viagem de 5 dias é:

  • 2 blusas de manga longa
  • 3 camisetas
  • 1 casaco ou jaqueta
  • 2 calças confortáveis (legging e calça cargo são ótimas para a ocasião)
  • 2 shorts
  • 6 cuecas/calcinhas
  • 1 roupa de banho
  • 1 capa de chuva
  • 1 par de botas impermeáveis
  • 1 par de chinelos
  • 1 chapéu ou boné
  • 1 par de óculos escuros
  • Mochila pequena ou bolsa para passeio
  • Protetor solar
  • Repelente
  • Produtos de higiene pessoal
  • Medicamentos
  • Lanterna
  • Câmera + bateria + carregador
  • Celular + carregador
  • T/Benjamin
  • Dinheiro em espécie
  • Cartão de crédito/débito

Leia mais sobre Turismo no Pantanal

Turismo no Pantanal: o que fazer em 5 dias de viagem

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Gisele Rocha

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.

12 pensou em “Turismo no Pantanal: o que fazer em 5 dias de viagem

  1. Deve ser incrível fazer turismo no Pantanal, ver nossa brasilieiríssima natureza tão de perto. Fico imaginando a energia de todos esses lugares que vocês viram!!! Animais em seu habitat natural! Um dia, quem sabe, não sigo os passos de vocês?! Tomara! :)

  2. Que roteiro mais maravilhoso! Tenho muita vontade de conhecer esta região, mas como você mencionou é dificil encontrar informações sobre.
    Adorei conhecer mais sobre o Pantanal através do post, enquanto fui lendo, já até andei dando uma pesquisada na distância daqui de Curitiba e outras informações.
    Obrigado pelo post, o roteiro está muito bom! Já vou salvar para consultas posteriores.

      1. Olá, Nelise!

        Não trabalhamos com pacote, mas fazemos roteiros personalizados, com instruções para encontrar passagens aéreas pelo menor preço, orientamos sobre as melhores épocas para ir, o que levar na mala e quais passeios fazer.

        Fale conosco através do [email protected]. Será um prazer ajudá-la!

        Abraços,

        Gisele

  3. Já visitei o Pantanal,maravihoso, mas a viagem não fica completa se não for a Corumbá, linda cidade as margens do rio Paraguay,no coração do Pantanal.

  4. Obrigada pelas dicas Gisele, com certeza irão contribuir com novos viajantes e amantes da natureza.
    Se puder compartilhar se adquiriram os passeios antecipadamente pela internet e com quem ou se realizaram as contratações no próprio hotel?
    Obrigada
    Abraço

    1. Oi, Cátia! Fico feliz em poder ajudar.
      Os passeios foram agendados diretamente com cada fazenda através da internet.
      Você não precisa, necessariamente, reservar com antecedência, mas é recomendável fazê-lo na alta temporada, pois as vagas são limitadas.

      Se precisar de mais alguma informação, conte comigo!

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