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Vale das Araras, Cavalcante: tranquilidade na Chapada dos Veadeiros

Depois de 17 horas de viagem entre [link tag=”juiz-de-fora”]Juiz de Fora[/link] (MG) e [link tag=”cavalcante”]Cavalcante[/link] (GO), decidimos que o nosso primeiro dia de passeio seria tranquilo, sem trilhas pesadas, para assim pouparmos energia para visitar a Cachoeira Santa Bárbara no dia seguinte. Raquel, a nossa anfitriã, nos sugeriu o Vale das Araras, que entre quatro opções de trilhas, havia uma de fácil acesso que levava a uma linda cachoeira com poço raso, apropriado para banho.

Nem pensamos duas vezes! Arrumamos nossas coisas, almoçamos na praça principal da cidade e fomos para lá.

Como chegar ao Vale das Araras

Desça a rua do C.A.T de Cavalcante até o final e vire à esquerda no Beco Três. A partir daí são 3km em estrada de chão bem conservada e sinalizada. É só prestar atenção nas placas, não tem como errar. Em menos de 10 minutos você chegará à portaria do Vale das Araras.

Como chegar ao Vale das Araras, na Chapada dos Veadeiros
Como chegar ao Vale das Araras, na Chapada dos Veadeiros. Créditos: Gisele Rocha

O Vale das Araras

O [bookinglink id=”363587″ text=”Vale das Araras”] é uma pousada com uma área de aproximadamente 40 hectares repleta de vegetação nativa, tanto que foi transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural e tem servido de abrigo e fonte de alimento para várias espécies da fauna local. Mesmo quem não estiver hospedado ali pode fazer as trilhas e usufruir das águas que proporcionam banhos revigorantes.

Passamos na recepção para pagar a taxa de R$15 por pessoa e recebemos algumas explicações da simpática funcionária, que nos mostrou quatro rotas diferentes: a trilha do ouro, trilha do recanto das pedras, trilha das araras (que leva à cachoeira) e a trilha do Poço do Buriti, que ficava a apenas 300 metros da Cachoeira São Bartolomeu.

As rotas são bem sinalizadas, demarcadas por cores diferentes. No meio do caminho há placas mostrando a distância que já foi percorrida e quanto falta para chegar até o final. Embora a trilha seja fácil, saber o quanto já andamos dá uma motivação a mais.

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Trilha das araras

São 1,7km de trilha em meio à vegetação, caminhando sobre folhas secas e deques. Foi fácil, fizemos de chinelos nos pés, embora a bota seja o calçado mais recomendável para evitar torções.

No meio do caminho encontramos algumas placas informativas sobre algumas espécies de árvores. Dizem que ali é possível ver araras canindé e macaquinhos, mas infelizmente não tivemos essa sorte. Percorremos o caminho todo em 40 minutos, parando para tirar fotos, gravar stories e fazer anotações. Coisas de blogueiros.

A Cachoeira São Bartolomeu tem 5 metros de altura e você pode escolher entre se banhar na parte de cima ou na de baixo, onde a queda d’água faz uma massagem completa no corpo.

Mesmo indo em pleno domingo à tarde, o ambiente estava muito agradável, sem multidões, do jeito que a gente gosta. Nossa anfitriã acertou em cheio nessa dica de passeio.

Há muitas partes rasas, apropriadas para quem não sabe nadar, mas a atenção com pedras escorregadias deve ser redobrada. Não há salva-vidas e nem ou guias para ajudar em casos de acidentes ou afogamento.

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Trilha do Poço do Buriti

Seguindo por mais 300 metros pelo caminho azul, chegamos no Poço do Buriti, uma enorme piscina de águas em tons esverdeados e bem gelada, repleta de pequenos peixes.

Foi só colocarmos os pés ali que começou a trovejar muito forte, mal deu para ver o lugar. Adriano me pediu para apertar o passo se não quisesse ficar no meio da mata quando os raios começassem a cair. Colocando nossa segurança em primeiro lugar e fomos correndo de volta para a recepção. Chegando lá, adivinhem! Os trovões cessaram, não teve chuva e nem raios. Mas não nos arrependemos da decisão tomada.

Poço do Buriti, Vale das Araras, Chapada dos Veadeiros
Poço do Buriti, Vale das Araras, Chapada dos Veadeiros. Créditos: Gisele Rocha

Trilha do Ouro

Andando pela trilha das araras, você encontrará uma bifurcação e uma placa mostrando para a trilha do ouro, que segundo a funcionária que nos recebeu, perpassa caminhos de matas mais fechadas e exige um pouco mais de condicionamento físico.

A partir dessa bifurcação, são apenas 400 metros até o Mirante dos Jatobás e 700 metros até o canal do garimpo, construído pelos bandeirantes para lavar o ouro e separar as pepitas.

Curiosidade: Cavalcante nasceu em 1740 após a descoberta do ouro na região. A parte triste dessa história – além do desgaste ambiental – foi a utilização de mão de obra de mais de 10 mil escravos.

Nessa trilha é possível caminhar por esses canais e ver o que sobrou da sua estrutura original, incluindo um muro de pedras construído para conter as águas.

Trilha do ouro, Vale das Araras, Chapada dos Veadeiros, Goiás
Trilha do ouro, Vale das Araras, Chapada dos Veadeiros, Goiás. Créditos: Adriano Castro

Observação de pássaros

Estima-se que cerca de 500 espécies de pássaros habite a região da Chapada dos Veadeiros. O Vale das Araras possui pontos estratégicos para a observação de animais, sendo que entre as aves podemos destacar pica-paus, tucanos, colibris, almas-de-gato, anuns-brancos e anuns-pretos, viuvinhas, urubus, além de muitas espécies de araras. Reserve com antecedência na recepção da pousada.

Onde se hospedar em Cavalcante

Se hospedar na [bookinglink id=”363587″ text=”Pousada Vale das Araras”] seria uma excelente opção se a gente tivesse bala na agulha, porque o espaço é muito bonito, além de ser ecologicamente correto.

Outras opções mais em conta são a [bookinglink id=”2089563″ text=”Pousada Toca da Raposa”] e a [bookinglink id=”537194″ text=”Pousada Manacá”].

Onde se hospedar em Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros
Onde se hospedar em Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros. Créditos: Adriano Castro

Informações úteis

Onde fica: Cavalcante

Horário de funcionamento: as trilhas estão abertas todos os dias, das 7h às 17h30.

Preço: R$15 por pessoa (ou R$18 para pagamento em cartão).

Necessidade de guia: Não, as trilhas são fáceis e bem sinalizadas.

Distância e tempo de caminhada: a trilha das araras (vermelha) tem 1,7km de distância e pode ser facilmente percorrida em 40 minutos de caminhada. Já a trilha do Poço do Buriti (azul) tem 300 metros e pode ser feita em aproximadamente 5 minutos.

Nível de dificuldade: Fácil, com trilhas bem sinalizadas no meio da mata, oferecendo sombra e aliviando o calor. Há banquinhos de madeira disponíveis ao longo do trajeto.

Gisele Rocha

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.

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