Cachoeiras Capivara, Santa Bárbara e Candaru em 1 dia

Surpresa boa é quando a gente sai para conhecer um lugar muito esperado e constata que no pacote estão incluídos mais dois igualmente exuberantes. Foi assim que descobrimos que era possível visitar as cachoeiras Capivara e Candaru no mesmo dia que a cachoeira Santa Bárbara. As três ficam em Engenho II, área que pertence ao povoado Kalunga, a maior comunidade quilombola existente no país, formado por descendentes de escravos fugidos ou libertos das minas de ouro no centro-oeste brasileiro.

Não é necessário visitar as três cachoeiras no mesmo dia – os ingressos são cobrados separadamente, inclusive – mas elas são tão próximas entre si e tão distante de outros lugares que compensa fazer tudo em um único passeio, se você tiver disposição.

Neste artigo explicarei como chegar a cada uma delas, mencionando tempo de trilha, nível de dificuldade, melhores dias e horários para ir, entre outros detalhes relevantes para o planejamento. Leia com atenção!

Como chegar à comunidade Kalunga do Engenho II

Perguntei nos CATs de Alto Paraíso e Cavalcante se havia ônibus que levava até o povoado e a resposta foi negativa. Sendo assim, restam apenas três opções para chegar às cachoeiras.

De carro

São 122 km saindo de Alto Paraíso e 157 km a partir de São Jorge. O caminho é o mesmo, passando pela BR-010 até Cavalcante, de onde parte uma estrada de chão de 27 km que leva até a entrada da comunidade.

Durante a nossa viagem, em agosto de 2018, as estradas estavam em excelentes condições. Baixamos o mapa do Gmaps para usar offline e não tivemos problemas para achar o destino final.

De carona

Há muitos grupos no Facebook voltados para caroneiros, os mais ativos são: Conexão Chapada dos Veadeiros e Carona Solidária Chapada dos Veadeiros.

Se não rolar por esses meios, vá para a saída da cidade e faça da forma tradicional, apontando o polegar. Por ser mulher, eu tenho um grande receio em viajar sozinha com desconhecidos, mas se você tiver companhia e coragem, mete as caras!

Com guia

A presença de um guia não é opcional. Quem visita as cachoeiras de Santa Bárbara, Capivara e Candaru precisa obrigatoriamente estar acompanhado de um profissional credenciado. Contratando um guia Kalunga você ajuda a comunidade local, já que boa parte da população quilombola do Engenho II vive do turismo. Eles conhecem todo aquele espaço como a palma da mão e podem dar as melhores dicas.

Como mencionei, os preços são cobrados separadamente. R$20 para a Cachoeira Santa Bárbara, R$10 para a Cachoeira Capivara e mais R$10 para a Candaru. Os guias cobram R$100 para levar nas duas primeiras e mais R$50 para quem deseja esticar o passeio até a terceira cachoeira, que está um pouco mais afastada. O pagamento dele pode ser dividido por até 4 pessoas e já aceitam cartões de crédito.

É necessário preencher uma ficha antes de entrar na reserva

É necessário preencher uma ficha antes de entrar na reserva. Créditos: Adriano Castro

Cachoeira Capivara

A Cachoeira Capivara foi a primeira que visitamos nesse dia. Chegamos por volta das 10h e nossa guia sugeriu que começássemos por ela para pegar a Santa Bárbara mais vazia depois.

Partindo da portaria, seguimos por uma trilha de 800 metros, com alguns trechos de descida em pedras. Nada muito difícil, requer apenas um pouco de atenção para evitar escorregões. Demoramos cerca de 25 minutos até o último poço.

Antes de chegar à principal cachoeira, passamos por dois poços excelentes para banhos. Foi difícil resistir à tentação de não mergulhar neles – e você pode fazer isso se quiser – mas o nosso objetivo era chegar à Cachoeira Capivara antes de todo mundo. Deu certo! Pegamos o lugar ainda deserto, mas aos poucos outros aventureiros foram chegando e se jogando nas águas geladas.

Nós não esperávamos nada dessa cachoeira, pensamos que seria apenas um lugar para passar o tempo até chegar a hora mais apropriada para encontrar a Santa Bárbara mais vazia, porém nos surpreendemos. A vista é magnífica! Cânions de um lado e muita água do outro!

Um único poço é dividido entre a Cachoeira Capivara e Tiririca, ambas com cerca de 40 metros de altura. A primeira é composta por várias quedas pequenas, enquanto a segunda vem em um feixe de água, proporcionando hidromassagem natural.

Mas atenção! Há uma corda sinalizando que o poço da Cachoeira Tiririca é fundo e perigoso, não se aventure se não souber nadar. Embora a companhia de um guia seja obrigatória para cada grupo, não sabemos se eles receberam treinamento para resgatar pessoas que estão se afogando. Na dúvida, é melhor não arriscar!

Não há limite de tempo para ficar aqui, mas quando o ambiente começou a lotar achamos que seria melhor subir para os outros poços, que eram mais agradáveis e estavam totalmente vazios.

Distância: 800 metros
Tempo de caminhada: aproximadamente 25 minutos
Nível de dificuldade: de leve a moderado

Cachoeira Santa Bárbara

Se você já leu o artigo sobre como fugir do tumulto na Cachoeira Santa Bárbara, já sabe quais os melhores dias e horários para visitar o principal ponto turístico da Chapada dos Veadeiros. Leve os nossos conselhos a sério, pois há um limite de 50 pessoas por hora e nas datas mais concorridas os ingressos se esgotam antes das 9h da manhã!

A trilha que leva à cachoeira tem 1,8 km e pode ser concluída tranquilamente em meia hora. O caminho corta cenários magníficos, marcados por arbustos de caules retorcidos, característicos do cerrado. É necessário cruzar pequenos trechos de água, que não são perigosos e não exigem muito preparo físico.

Qualquer esforço é recompensado pela beleza indescritível desse lugar. O poço de águas cristalinas em tom azul esverdeado trouxe fama à Cachoeira Santa Bárbara e atrai turistas do Brasil inteiro. Na chegada há uma pedra alta, bem fácil de escalar, que proporciona uma vista mais ampla de todo o cenário.

Para os mais cautelosos, há também uma pedra mais baixa que fica em frente à cachoeira. Rende boas fotos, mas não é o lugar mais apropriado para quem deseja entrar na água, já que é um espaço muito disputado e gente demais se empurrando pode causar acidentes. Para curtir a água em um espaço mais tranquilo, vá para as laterais. O banho é congelante, mas lava até a alma!

Aproveite bem cada minuto da sua permanência na Cachoeira Santa Bárbara, pois o tempo ali é limitado. Após 60 minutos você precisará sair e dar a vez para outro grupo.

Na volta nós passamos pela Cachoeira Santa Barbarinha, uma miniatura da Santa Bárbara. O poço também tem águas cristalinas, muito tentadoras.

Pena que não tiramos fotos com escala humana para mostrar o quão pequena ela é. O poço tem partes rasas, com fundo de areia. Mais tranquilo para quem não sabe nadar.

Distância: 1,8 km
Tempo de caminhada: aproximadamente 30 minutos
Nível de dificuldade: leve

Cachoeira Candaru

Acha que acabou? Para quem tem disposição, ainda dá para descobrir mais uma cachoeira, a Candaru. Para chegar até lá é necessário andar mais 3 km em estrada de chão precária e seguir por mais 3 km de trilha com subidas e descidas íngremes em meio a muitas pedras. Nós entregamos os pontos e deixamos essa para uma próxima oportunidade, mas algumas pessoas vieram nos falar que perdemos a cereja do bolo.

Devido ao acesso complicado, a Cachoeira Candaru fica mais vazia que as demais. São 70 metros de queda d’água que cai sobre duas piscinas naturais. Como nós não fizemos essa parte do passeio, deixo aqui o relato da Amanda Antunes para o site da Revista Qual Viagem.

Distância: 3 km
Tempo de caminhada: aproximadamente 1 hora
Nível de dificuldade: difícil

Mirante Nova Aurora

O Mirante Nova Aurora foi um bônus que encontramos na estrada que leva de volta a Cavalcante. Você estaciona o carro e ao descer já vai dar de cara com uma vista extraordinária, formada por serras, depressões, paredões rochosos, veredas e os característicos buritis.

Placas avisam sobre a proximidade do mirante, que fica em uma curva na serra. Visite ao entardecer, quando as luzes dão um tom amarronzado à paisagem. Não precisa pagar nada para entrar.

Restaurantes na comunidade Kalunga

Depois de um roteiro intenso, é provável que sua fome seja avassaladora. Recomendamos que você leve alguns lanches práticos para mochileiros e coma entre uma pausa e outra, mas se isso não for suficiente, uma refeição mais reforçada te espera em um dos vários restaurantes da comunidade (Galileus, Kalunga, Recanto Feliz e SG – Sirilo & Getúlia). É aconselhável fazer a reserva antes de começar o passeio para que os cozinheiros tenham noção da quantidade de comida que devem preparar naquele dia.

Como nós dois comemos feito passarinhos, achamos que o valor de R$30 por pessoa estava alto para o nosso orçamento e assim preferimos dividir um PF de R$20 em Cavalcante. Para quem come bastante, o cardápio não vai decepcionar: legumes, saladas, farofa, frango caipira, peixe, ovo, etc. Comida caseira com ingredientes orgânicos, plantados no povoado mesmo. Pode repetir à vontade até se fartar!

Onde se hospedar próximo à comunidade Kalunga

Nós optamos por fazer base em Cavalcante e não nos arrependemos. Ficamos na Toca da Raposa, mas também recomendamos a Pousada Manacá.

Há também quem escolha acampar na comunidade quilombola Engenho II para acordar antes do sol raiar e partir bem cedo para as cachoeiras. Nesse caso, indicamos o Espaço Santa Barbara, que além do espaço para barracas, conta também com quartos privativos e compartilhados. Todas as opções citadas oferecem conexão wi-fi gratuita.

Informações úteis

Horário de funcionamento: Todos os dias, das 8h às 17h. Última entrada às 15h.

Preço: R$20 por pessoa para visitar a cachoeira Santa Bárbara + R$10 para Capivara e R$10 para Candaru.

Necessidade de guia: Sim, é obrigatório. E é preferível contratar um guia da comunidade Kalunga na bilheteria do lugar. O custo é de R$100 (Santa Bárbara + Capivara) ou R$150 (+Canduru) e pode ser dividido por até 4 pessoas.

Infraestrutura: Há banheiros, lojinha de conveniência, lanchonetes e restaurantes ao redor da bilheteria. O almoço custa R$30 por pessoa e deve ser reservado antes de começar o passeio.

Leia mais sobre nossa viagem pela Chapada dos Veadeiros

Cachoeiras Capivara, Santa Bárbara e Candaru em 1 dia

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Gisele Rocha

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.

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