Viagem em família à China: idiomas e segurança

Viajar para a China com a família pode ser uma aventura cultural enriquecedora, em especial se as crianças estiverem aprendendo mandarim ou outros idiomas. Mas é preciso planejamento.

Além de todas as experiências imersivas que o país oferece, também é fundamental prestar atenção à segurança digital, afinal a internet na China é diferente de tudo com o que os brasileiros estão acostumados.

Para ajudar nesse processo, abaixo estão todas as dicas para os pais aproveitarem ao máximo o território chinês e apoiarem o aprendizado linguístico de seus pequenos.

Navegue pelo post

1. Tornando o aprendizado parte da diversão

A preparação para uma boa viagem começa muito antes de embarcar no avião. Incentivar os filhos a aprender frases básicas em mandarim pode não apenas aumentar a confiança deles, mas também aprimorar toda a experiência de viagem. Para fazer isso, eis algumas sugestões:

Definir uma meta: para manter a motivação, pode-se tentar aprender de 10 a 20 frases essenciais em família. Exemplos básicos podem incluir cumprimentos como “olá”, “obrigado” e “com licença” no idioma alvo.
Usar aplicativos adequados: aplicativos como Duolingo, Gus on the Go ou HelloChinese oferecem lições gamificadas que mantêm as crianças engajadas enquanto introduzem vocabulário e pronúncia.
Nomear objetos da casa: antes da viagem, uma atividade divertida pode ser identificar os itens da casa em português e mandarim. Transformar momentos do dia a dia em miniaulas ajuda a reforçar a memória dos pequenos.
Assistir a desenhos animados chineses: programas como Xi Yangyang Yu Hui Tailang podem oferecer insights culturais e prática de escuta, mesmo com legendas.

2. Escolhendo destinos que incentivem a conversação

Alguns lugares na China são mais propícios à prática do idioma do que outros. Enquanto grandes cidades como Pequim e Xangai estão repletas de turistas e falantes de inglês, cidades menores ou centros culturais oferecem mais oportunidades para praticar o mandarim. Alguns destaques que combinam história, diversão e imersão são:

Pequim: nada como provar deliciosos baozi (pãezinhos cozidos no vapor) depois de explorar a Grande Muralha. Além disso, visitas à Cidade Proibida e ao Palácio de Verão oferecem ótimas oportunidades de imersão com guias bilíngues.
Chengdu: perfeito para quem deseja conhecer pandas gigantes e participar de aulas de preparação de bolinhos, Chengdu oferece uma maneira especial de aprender vocabulário relacionado à culinária local.
Guilin: se as paisagens deslumbrantes ao longo do Rio Li não forem suficientes, a localidade ainda oferece aos turistas a chance de pintar caracteres da caligrafia local.
Hangzhou ou Suzhou: conhecidas por seus jardins e plantações de chá, essas cidades proporcionam interação autêntica com os moradores locais em ambientes mais descontraídos. É| possível conhecer essas e outras cidades nos arredores de Xangai.

Dica: ao levar um caderninho de anotações, as crianças podem tomar nota de novas palavras ou expressões que ouvirem. Para incentivar o aprendizado, pode-se ainda recompensar a curiosidade delas com uma guloseima local, como sorvete de manga, ou um souvenir.

3. Compreendendo o cenário digital chinês

A vida digital na China é muito diferente daquela com a qual muitas famílias brasileiras estão acostumadas. Muitos sites e aplicativos internacionais, como Google, YouTube, WhatsApp e Instagram, são inacessíveis devido às regulamentações governamentais. Isso pode ser chocante no início, mas há formas inteligentes de lidar com a situação.

Para se adaptar às circunstâncias, os pais devem considerar:

Aplicativos locais: os mais populares na China são o WeChat para troca de mensagens, o Baidu para buscas, e o Didi para transporte. Adotá-los durante a viagem pode ser uma alternativa interessante para continuar a desfrutar das benesses do mundo digital.
Rede virtual privada (VPN): ao instalar uma VPN para usar na China, os turistas conseguem acessar normalmente os sites e programas que estão normalmente bloqueados – além de protegerem seus dados de navegação. Pode ser uma escolha interessante para não romper totalmente com a rotina de aprendizado das crianças.
Backups offline: para evitar dores de cabeça, outra opção é baixar materiais didáticos essenciais, conteúdos de entretenimento e aplicativos educacionais antes da sua viagem. Isso reduz a dependência de streaming ou pesquisas online enquanto estiver no país.

Se as crianças têm o hábito de enviar mensagens para amigos, jogar jogos de idiomas online ou acessar plataformas de dever de casa baseadas na nuvem, pode ser indicado conversar com elas sobre as possíveis limitações da China e estabelecer um plano com antecedência.

4. Pensando em segurança

Com ou sem acesso à internet, viajar sempre apresenta novos riscos digitais. Para se manter em segurança, especialistas sugerem algumas medidas básicas, como:

Proteger dispositivos com senhas: é importante incentivar as crianças a usarem bloqueio de tela e saberem como proteger seus celulares ou tablets em espaços públicos.
Limitar o uso de Wi-Fi público: ao usar conexões públicas, é recomendável privilegiar as que são protegidas por senha ou blindar a navegação com uma VPN.
Ajustar configurações de privacidade: antes de viajar, deve-se verificar as permissões de aplicativos e as configurações de rede social em todos os dispositivos, inclusive das crianças.
Conversar sobre segurança digital: além do idioma, é importante que as crianças aprendam também o básico sobre segurança digital, com noções do que é phishing, links suspeitos e redes Wi-Fi falsas para saberem se proteger com independência.

Seguindo essas recomendações e planejando com antecedência, a viagem à China será uma oportunidade excelente não apenas para que as crianças aprofundem sua compreensão do mandarim e da cultura local, mas também para que aprendam mais sobre o mundo fora das telinhas. A vida, afinal, é muito mais interessante offline.