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Desvendando significados ocultos no metrô de São Petersburgo

Metrôs são, geralmente, nada mais que meios de transporte públicos. Na Rússia não é bem assim. Ele não serve apenas para levar pessoas de um ponto turístico para outro. Ele é a própria atração. São belíssimos salões decorados com granito, mármore e vidro prensado, além de maravilhosos lustres, mosaicos, peças em bronze.

A história do país está estampada nas estações de metrô de São Petersburgo, que foram criadas para serem verdadeiros “Palácios do Povo”, por isso são lugares de deslumbrantes e cheios de significados (mas se você quiser conhecer os palácios da Rússia, recomendo o post do blog Vontade de Viajar). Reserve um tempo para conhecer ao menos algumas delas, pois ali poderá ver colunas, mosaicos e adornos que são preciosas obras de arte, além de acompanhar de perto a rotina dos petersburgueses.

Há passeios guiados que podem ser [getyourguide_link id=”36230″ text=”marcados aqui”], mas saia com muita antecedência, pois os pontos de encontro não são fáceis de achar. De qualquer forma, fizemos este miniguia para quem quer fazer o passeio pelas estações de metrô de São Petersburgo por conta própria e de graça.

Indicamos este passeio para dias de chuva forte, quando estiver difícil transitar pela cidade. Ou para quando você estiver cansado, sem muita disposição para andar. Para os viajantes sem grana também é um prato cheio!

Como funciona o metrô de São Petersburgo

Antes de mais nada, é importante explicar como funciona do metrô de São Petersburgo. São 67 estações e 5 linhas, então, ter um mapa à disposição ajuda muito, pois como os nomes estão escritos em cirílico, fica difícil de decorá-los. Nós utilizamos o Яндекс.Метро e foi muito útil, principalmente porque não há mapas disponíveis em todos os vagões.

Cada passagem custa 31 rublos, o que corresponde a R$1,85 (preço em outubro de 2015). Ao invés de cartões unitários, usa-se uma bela ficha de metal, como estas da foto abaixo. Há descontos para quem compra mais de 10 passagens e o crédito é válido por 1 semana. Aqueles que adquirem o St Petersburg Card têm direito a transporte gratuito, mas nós não compramos, achamos que não valeria a pena.

Fichas retornáveis do metrô de São Petersburgo, na Rússia
Fichas retornáveis do metrô de São Petersburgo, na Rússia. Créditos: Gisele Rocha

O metrô opera das 5h36 até às 0h30 todos os dias da semana. Nos horários de pico (entre às 7h30 – 9h e 18h – 19h30) as estações ficam superlotadas. Não aconselhamos que você faça o seu tour nesses horários. Após às 20h ele volta a ficar mais tranquilo, o que não quer dizer que fique vazio.

Um pouco de história

Em 1941 teve início a construção do metrô de São Petersburgo. Vale lembrar que na época a cidade se chamava “Leningrado”. Devido à Segunda Guerra Mundial as obras foram desaceleradas e a inauguração da primeira linha só aconteceu em 1955, com sete estações, entre Avtovo e Ploshchad Vosstaniya. A oitava, Pushkinskaya foi inaugurada no mesmo ano, apenas alguns meses mais tarde. Todas elas fazem parte da linha vermelha.

A primeira coisa que nos chamou atenção durante o passeio pelas estações foi a profundidade e a falta de acessibilidade. São longos caminhos percorridos desde a entrada até a plataforma, passando por extensos corredores e descendo por longas escadas rolantes. Não vimos elevadores, tampouco rampas, mas também não perguntamos aos funcionários, visto que raramente encontrávamos alguém que falasse inglês ou que estivesse disposto a dar informações.

Essa profundidade não é à toa. Durante a Guerra Fria as estações de metrô foram pensadas também com a função de proteger os civis contra atentados a bombas, sobretudo as nucleares e por isso são equipadas com ventiladores apropriados e medidores de radiação.

Passando pelas estações é possível observar através da arquitetura e das ornamentações três fases distintas do país: as mais antigas, mostram o período de glória da União Soviética; as que foram construídas durante a decadência do sistema são mais simples, sem os requintes das primeiras, vide a estação Mayakovskaya. Já algumas das mais recentes, como a estação Mezhdunarodnaya, buscam resgatar a beleza e a glória do passado.

Aqui vamos falar sobre as 11 estações de metrô de São Petersburgo pelas quais passamos. Elas estão em ordem cronológica com indicação das linhas as quais cada uma delas pertence, para facilitar o seu roteiro. Ao final, colocaremos o percurso que fizemos para otimização do nosso tempo, de acordo com o ponto onde estávamos e a proximidade do hostel no qual nos hospedamos.

Falando em hospedagem, confira também nosso guia completo de hotéis e albergues em São Petersburgo.

[su_dropcap]1[/su_dropcap] Avtovo / А́втово – Linha 1 (vermelha)

Fica até sem graça começar pela mais bonita e grandiosa, pois as outras perdem um pouco da graça. Esta foi a última estação que vimos nesse passeio pelas estações de metrô de São Petersburgo e aconselhamos que você também a deixe por último.

Por fora ela tem características do estilo Neoclássico, mas nem chama tanta atenção, devido a tantas outras construções majestosas nos arredores. No entanto, por dentro ela surpreende pela beleza. O que mais nos encantou nessa estação foram, sem dúvida alguma, as pilastras de metal cobertas com vidros decorados com motivos soviéticos. O efeito da luz reluzindo no vidro dá um ar de sofisticação ao lugar e por um momento a gente esquece que está em uma estação de metrô apenas.

As outras colunas, mais simples, foram cobertas com mármore branco, que eram para ser provisórias, mas nunca foram substituídas pelas de vidro.

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Um fato que nós observamos é que a maioria das estações tinha projetos muito luxuosos, que acabaram sendo modificados pela falta de orçamento. Assim aconteceu com as colunas, que inicialmente seriam todas de vidro, mas acabaram sendo reduzidas e trocadas pelas de mármores, que seria um acabamento temporário.

Para evitar rachaduras nos vidros, os pilares foram feitos de concreto e os painéis de vidro foram aplicados em cima de uma faixa metálica. Uma vez que o acabamento foi colocado de maneira inclinada, a luz é refletida no relevo dos vidros antes de refletir no fundo metálico e nas estruturas de apoio.

O corredor dos trens também é ricamente decorado com coroas de louro e várias representações de armas em bronze, inclusive nas grades de ventilação. O teto, por sua vez, é todo trabalhado em gesso, adornados com lindos lustres.

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Isso porque a decoração do lugar foi pensada nos moldes grandiosos de Stalin e até deveria conter mais elementos homenageando-o (como um busto dele no corredor principal), entretanto, após a sua morte as estruturas políticas mudaram e com isso os motivos também mudaram. O espaço foi dedicado, então, a homenagear os defensores de Leningrado. Em frente à entrada existe um mosaico representando a vitória sobre o Terceiro Reich que leva exatamente este nome, Vitória. Ele mostra uma mãe carregando uma criança nos braços.

Mosaico representando a vitória sobre o Terceiro Reich, na estação de metrô Avtovo, São Petersburgo, Rússia
Mosaico representando a vitória sobre o Terceiro Reich, na estação de metrô Avtovo, São Petersburgo, Rússia. Créditos: Gisele Rocha

[su_dropcap]2[/su_dropcap] Kirovsky Zavod / Ки́ровский заво́д – Linha 1 (vermelha)

Esta também é uma estação bastante luxuosa. Por fora, ela se parece com um templo grego e se difere de qualquer construção que a gente tenha visto em São Petersburgo. Por dentro, ela é feita em mármore cinza e vários objetos decorativos moldados em alumínio estão cravados no alto de cada coluna. Ao fundo do corredor principal, o busto de Lênin com um olhar que faria qualquer criança chorar de medo.

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O tema escolhido para a decoração foi o desenvolvimento da industrialização socialista. O nome da estação foi escolhido, inclusive, pela proximidade com a fábrica Kirov uma empresa que existe até hoje e produz tratores e máquinas agrícolas, além de equipamentos para a indústria nuclear.

Cada pilastra apresenta um adorno de alumínio fundido com um emblema ligado à industrialização da cidade. São quatro desenhos diferente que se repetem ao longo do corredor: indústria metalúrgica, elétrica, petroleira e carvoeira. O piso xadrez também merece ser observado, pois até hoje permanece intacto.

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Dizem que na construção original, havia planos de deixar um espaço nas colunas para escrever a frase “Pai dos povos”, título dado a Stalin. No entanto, tudo que estava ligado à figura dele foi modificado após a sua morte e reestrutura política do país.

[su_dropcap]3[/su_dropcap] Narvskaya / На́рвская – Linha 1 (vermelha)

O nome dessa estação foi mudado diversas vezes. A princípio, iria se chamar Ploshchad Stachek (algo que nós entendemos como “praça de ataque”), depois mudaria para Stalinskaya, em homenagem a Stalin, mas, como aconteceu em outros lugares, as referências ao líder político foram apagadas após a sua morte. Sendo assim, o nome Narvskaya prevaleceu e é usado desde a inauguração da primeira linha do metrô.

Narvskaya foi o nome escolhido pela proximidade da estação com o Arco do Triunfo de Narva, construído entre 1827 e 1834 para celebrar a vitória do exército russo sobre as tropas de Napoleão.

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Ela é, de fato, uma estação bonita, mas sem a pompa das duas anteriores. As escadas rolantes são iluminadas por luminárias cilíndricas, enfeitadas com uma coroa de bronze. Nos corredores cobertos por mármore branco, também existem adornos de bronze, todos com motivos soviéticos, como a estrela de cinco pontas, a foice e o machado.

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O tema da estação tem a ver com os trabalhadores soviéticos. Sendo assim, em cada pilastra há uma representação feita de mármore em alto-relevo. São 12 ilustrações diferentes, entre: estudantes, médicos, artistas, vendedores, construtores navais, marinheiros, agricultores, tecelões, pedreiros, trabalhadores do metrô e, como não poderia deixar de faltar, os soldados soviéticos.

Em uma das paredes principais do salão subterrâneo, havia originalmente um grande mosaico intitulado “Stalin em uma tribuna”. Em 1961, após o XXII Congresso do Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), o painel foi tirado e no lugar construíram uma parede de mármore. Ali atrás fizeram uma sala de conferência, que mais tarde foi transformada em uma sala-depósito para os motoristas da linha. Este mosaico de Stalin não foi exposto no Museu do Metrô e não há informação sobre o seu paradeiro. Não se sabe nem se ele ainda existe.

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No salão subterrâneo, há uma faixa decorativa de pedra vermelha na parte superior das paredes e o piso do corredor central também foi feito em granito vermelho. Entre as pilastras que separam o corredor central da plataforma de embarque, foram colocados granitos pretos e brancos formando um belíssimo desenho geométrico.

A Narvskaya está sempre lotada, sobretudo nos horários de pico. Nos dias de semana pela manhã, a entrada na estação pode ser limitada, então, não faça passeios pelo metrô nesse horário.

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[su_dropcap]4[/su_dropcap] Baltiyskaya / Балти́йская – Linha 1 (vermelha)

Há um terminal rodoviário a poucos metros da entrada da estação e foi ali que desembarcamos vindo de Helsinque, na [link tag=”finlandia”]Finlândia[/link]. Sendo assim, essa foi a primeira estação que vimos ao chegarmos em São Petersburgo, mas era 5h40 da manhã e estávamos cansados, com frio, carregando malas e equipamentos fotográficos, então não fotografamos o salão de entrada.

Devido a algumas rachaduras na fachada, o hall de entrada existente irá fechar em breve e passará por grandes obras de restauração. Se a reforma seguir o ritmo das outras, é provável que moradores e visitantes fiquem aaaanos sem acesso à entrada do metrô.

Sobre a estação, deduzimos que o nome dela estivesse relacionado ao mar Báltico, até porque as pedras de Ural e as ondas azuis no teto passam a ideia de água. Não acertamos em cheio, mas passamos perto.

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Além da proximidade com a Baltic Station (a de ônibus), o espaço é dedicado à honra, poder e glória da União Soviética como uma potência naval. É por isso que há uma âncora de ferro fundido decorando as plataformas de embarque e desembarque.

A âncora é uma referência à honra, poder e glória da União Soviética como uma potência naval
A âncora é uma referência à honra, poder e glória da União Soviética como uma potência naval. Créditos: Gisele Rocha

Como de praxe, há um mosaico no final do corredor central e, nesse caso, trata-se da obra “1917”, que mostra marinheiros revolucionários no mar Báltico, juntos com soldados e operários, prontos para invadir o Palácio de Inverno. Ao fundo dá pra ver o Aurora, de onde saiu o disparo de canhão que sinalizou a invasão e por isso virou símbolo da Revolução de Outubro de 1917. Mais uma vez, o projeto inicial pretendia retratar Stalin cercado por marinheiros, mas foi modificado após a sua morte.

Mosaico da estação de metrô Baltiyskaya, em São Petersburgo, retratando marinheiros juntos a soldados e operários, prontos para invadir o Palácio de Inverno
Mosaico da estação de metrô Baltiyskaya, em São Petersburgo, retratando marinheiros juntos a soldados e operários, prontos para invadir o Palácio de Inverno. Créditos: Gisele Rocha

[su_dropcap]5[/su_dropcap] Tekhnologichesky Institut / Технологи́ческий институ́т – Linha 1 (vermelha)

Não está dentre as mais suntuosas estações de metrô de São Petersburgo, mas vale a pena visitar. Ela está colada ao Instituto de Tecnologia da cidade e busca valorizar as conquistas russas e soviéticas no campo da ciência, entre eles, Karl Marx. No hall principal, que foi coberto por mármore, foram colocados 24 retratos de cientistas importantes. Os de Friedrich Engels (autor do Manifesto Comunista) e Stalin foram removidos.

Ala mais antiga da estação de metrô Tekhnologichesky Institut, com imagens de importantes cientistas na história da Rússia
Ala mais antiga da estação de metrô Tekhnologichesky Institut, com imagens de importantes cientistas na história da Rússia. Créditos: Gisele Rocha

Um segundo hall foi inaugurado em 1961 e não segue os padrões luxuosos das primeiras estações. Ao contrário, ele foi feito de forma bastante simples, conforme o plano de enxugar gastos praticado por Nikita Khrushchev.

Segundo hall da estação Tekhnologichesky Institut, inaugurado em 1961 sem a pompa do período anterior
Segundo hall da estação Tekhnologichesky Institut, inaugurado em 1961 sem a pompa do período anterior. Créditos: A. Savin / Fonte: Wikimedia Commons

[su_dropcap]6[/su_dropcap] Ploshchad Vosstaniya / Плóщадь Восстáния – Linha 1 (vermelha)

Foi a primeira estação que vimos ao pisar em São Petersburgo, pois era a mais próxima de nosso hostel. Não é a mais bonita, mas como ainda não tínhamos visto nenhuma, ficamos “de cara” com ela. O hall de entrada é digno de um salão de festas de qualquer palácio antigo. Estávamos cansados e com sono, mas podemos dizer que isso não nos impediu de observar o ambiente.

Certamente você passará por essa estação ao fazer um passeio pelos lugares históricos mais relevantes da cidade, pois quase todos eles ficam na avenida Nevsky Prospekt e ela está na praça Vosstaniya, perto do obelisco. À noite ela fica ainda mais bonita e quem não sabe sobre o que se trata, pode até pensar que ela é uma igreja, devido ao formato da “cúpula”.

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No interior, ela é toda decorada com motivos que remetem à Revolução Russa de outubro de 1917. Nos chamou atenção, entre tantas outras coisas, o relevo em bronze de Lênin falando aos revolucionários no Palácio Tauride. Já tínhamos essa imagem na lembrança devido aos livros de História da época do colégio. Cabe dizer que esta é a única imagem de Stalin em São Petersburgo liberada para o público. Outra ilustração bastante interessante é a da tomada do Palácio de Inverno pelos Bolcheviques, o marco da Revolução de Outubro de 1917. Se você não prestar atenção nos detalhes, irá pensar que as imagens são iguais. Existem ainda outras duas ilustrações, a de Lênin no abrigo em Razliv e do Cruzador Aurora, que, repetindo, foi de onde saiu o tiro de canhão que deu sinal para a invasão ao Palácio de Inverno, antiga moradia do czar.

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O símbolo da União Soviética está por todas as partes, inclusive nos detalhes, como nos lustres e luminárias, onde se pode observar a foice e o martelo, como também as estrelas de cinco pontas.

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A Ploshchad Vosstaniya tem uma passagem interna para a estação Mayakovskaya, da linha 5 e uma saída para o terminal ferroviário Moskovsky, onde nós pegamos o trem noturno para Moscou. Apesar de não termos visto elevador, há escada rolante e isso já é uma mão na roda na hora de carregar a mala. Sem contar que só de não precisar de andar de taxi, já dá pra economizar bastante.

Bem, nós não fotografamos o terminal rodoviário porque havia policiais e soldados para todos os cantos (pois à época estavam bombardeando a Síria, então os cuidados contra possíveis ataques terroristas foram redobrados) e se a câmera eventualmente apontasse para eles e eles pensassem que estavam sendo fotografados, isso nos traria sérios problemas. Enfim, apesar de não ter foto, podem acreditar, o lugar é muito bonito!

[su_dropcap]7[/su_dropcap] Pushkinskaya / Пушкинская – Linha 1 (vermelha)

Apesar de pertencer à primeira linha, sua inauguração sofreu alguns atrasos e só aconteceu em abril de 1956, embora tenha o ano de 1955 indicado em alguns letreiros decorativos. O primeiro nome que recebeu foi Vitebskiy vokza, devido à proximidade com a estação de trem Vitebsk, que levava à cidade de Pushkin, poeta russo que posteriormente foi homenageado dando nome à estação.

Curiosamente, Pushkinskaya é a única estação da linha mais antiga que não foi projetada por arquitetos da então cidade de Leningrado. E foi a primeira a receber um memorial homenageando alguma personalidade importante.

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Sobre o acabamento, as colunas são de mármore branco, enquanto o piso é revestido com granito vermelho escuro. Aliás, é no chão que estão as indicações para a passagem até a estação Zvenigorodskaya, da linha 5.

Nos corredores as luminárias são maravilhosas, decoradas com escudos dourados, estilizados com lanças e outros detalhes muito bem feitos. As lâmpadas são fluorescentes, o que acaba incomodando os olhos de quem quer ver os detalhes bem de pertinho.

Estátua do poeta Pushkin e atrás dela um mosaico da Tsarskoye Selo, antiga residência da família imperial da Rússia. Estação de metrô Pushkinskaya, em São Petersburgo
Estátua do poeta Pushkin e atrás dela um mosaico da Tsarskoye Selo, antiga residência da família imperial da Rússia. Estação de metrô Pushkinskaya, em São Petersburgo. Créditos: Gisele Rocha

Por fim, ao final do salão principal, existe uma estátua do Pushkin e atrás dela um mosaico da Tsarskoye Selo, antiga residência da família imperial da Rússia. Ficamos impressionados com como tudo permanece intacto. Em nenhum lugar vimos qualquer sinal de vandalismo.

[su_dropcap]8[/su_dropcap] Mayakovskaya / Маяко́вская – Linha 3 (verde)

Esta nós descobrimos por acaso algumas horas antes do passeio pelas estações de metrô de São Petersburgo, quando ainda estávamos conhecendo os pontos turísticos na superfície da cidade.

Ela foi inaugurada em setembro de 1967 e seu nome foi escolhido em homenagem ao poeta russo Vladimir Mayakovsky, ilustrado em uma das paredes do corredor principal. O hall de entrada e saída localiza-se na avenida Nevsky Prospekt, perto de diversos pontos turísticos.

Homenagem ao poeta russo Vladimir Mayakovsky na estação de metrô Mayakovskaya, em São Petersburgo, Rússia
Homenagem ao poeta russo Vladimir Mayakovsky na estação de metrô Mayakovskaya, em São Petersburgo, Rússia. Créditos: Gisele Rocha

Uma coisa interessante que vimos aqui é que existem portas que só se abrem quando o trem chega. Assim, não há o risco de alguém cair na linha e se acidentar.

A estação Mayakovskaya serve ainda de transferência para a estação de metrô Ploshchad Vosstaniya e para a estação de trem Moskovsky, de onde saímos com destino a Moscou.

[su_dropcap]9[/su_dropcap] Zvenigorodskaya / Звенигородская – Linha 5 (roxa)

A estação Zvenigorodskaya foi inaugurada em dezembro de 2008, ano de abertura da linha 5 e a princípio não tinha uma saída para a superfície, que só ficou pronta um ano depois. Até então, a saída era feita através da estação Pushkinskaya, da linha 1, a qual se chega por meio de corredores internos.

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A decoração do espaço é dedicada à guarda de Semenovsky, cujo quartel estava nesta área de São Petersburgo. É possível observar um mosaico que ilustra os soldados do regimento que lutavam durante o reinado de Pedro, o Grande. Há também um lindo desenho do panorama da cidade no corredor de embarque e desembarque.

O chão, que pouca gente repara, é feito com granito da Índia nas cores verde e vermelho. Nele estão as sinalizações para passagem até a estação Pushkinskaya, da linha 1. É mais fácil se guiar por elas do que pelas placas do teto.

[su_dropcap]10[/su_dropcap] Admiralteyskaya / Адмиралте́йская – Linha 5 (roxa)

Admiralteyskaya é uma das principais estações de metrô de São Petersburgo, pois está localizada bem perto do Hermitage e de outros monumentos da cidade. Sua entrada é feita por uma edificação histórica localizada na esquina entre a Kirpichniy Lane e a Malaya Morskaya, a poucos metros da avenida principal, a Nevsky Prospekt.

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Esta é uma das estações mais novas e a mais profunda da cidade. Ah! É a única no mundo construída em um ângulo de 30°. Ela está a aproximadamente 120 metros abaixo da superfície, divididos entre dois lances de escadas rolantes. No maior deles, que tem mais de 85 metros, nós demoramos 3 minutos para descer de uma extremidade a outra, o que é muito em se tratando de escada rolante.

A maior escada rolante da Rússia, que percorre 85 metros em 3 minutos na estação Admiralteyskaya, São Petersburgo, Rússia
A maior escada rolante da Rússia, que percorre 85 metros em 3 minutos na estação Admiralteyskaya, São Petersburgo, Rússia. Créditos: Gisele Rocha

Uma curiosidade é que ela foi uma “estação fantasma” durante 15 anos. Isso porque sua construção teve início nos anos 90, mas devido a textura do solo, falta de dinheiro e divergências sobre a localização da entrada, ela só foi inaugurada em dezembro de 2011. Até então, os trens passavam por ela, mas não paravam.

Seu encanto está na decoração feita em motivos navais, com belos mosaicos e peças esculpidas em alto-relevo nas paredes de mármore.

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[su_dropcap]11[/su_dropcap] Mezhdunarodnaya / Международная – Linha 5 (roxa)

A tradução da palavra Mezhdunarodnaya para o português é “Internacional” e isso se explica pelo fato de a estação ficar em um local onde as ruas receberam nomes de várias cidades da Europa, como Sofia e Bucareste, por exemplo.

Ao fundo do corredor de embarque é possível ver um mosaico ilustrando Atlas, um personagem da mitologia grega que carrega a Terra (ou os céus) nas costas. Curiosamente, ele é símbolo da cidade. As pilastras douradas e o piso impecável feito de granito nos mostram que cidade tenta recuperar a grandiosidade das primeiras estações. É uma das mais bonitas que nós vimos.

Mosaico de Atlas, deus da guerra na mitologia grega. Estação Mezhdunarodnaya em São Petersburgo, Rússia
Mosaico de Atlas, deus da guerra na mitologia grega. Estação Mezhdunarodnaya em São Petersburgo, Rússia. Créditos: Gisele Rocha

Entre as estações de metrô de São Petersburgo que conhecemos, esta é a mais nova. Começou a ser construída em 1986, no período de decadência da União Soviética e por conta de diversos problemas, principalmente financeiros, ela só foi inaugurada em dezembro de 2012. Para quem estiver interessado em compras, ela tem saída no shopping Mezhdunarodniy.

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Nosso roteiro

Por conveniência, começamos pela linha mais nova, a roxa. Estávamos na Nevsky Prospekt visitando o Hermitage e decidimos começar nosso tour pelas estações de metrô de São Petersburgo. A partir da Zvenigorodskaya, que faz integração com a Pushkinskaya, nós passamos para a linha vermelha, isto é, a mais antiga. Percorridas as 8 estações, terminamos na estação Mayakovskaya, da linha verde, que está ligada à Ploshchad Vosstaniya, da linha vermelha, as mais próximas ao nosso hostel.

Admiralteyskaya → Mezhdunarodnaya → Zvenigorodskaya → Pushkinskaya → Tekhnologicheskiy Institut → Baltiyskaya → Narvskaya → Kirovsky Zavod → Avtovo → Ploshchad Vosstaniya → Mayakovskaya

E você, conhece outra estação de metrô de São Petersburgo que mereça ser visitada? Tem alguma dica ou recomendação? Compartilhe com os nossos leitores através dos comentários.

Viajei Bonito

Somos duas pessoas apaixonadas por movimento. Para nós, cair na estrada é mais importante do que um projeto futuro de estabilidade e quaisquer oportunidades de novas viagens, por mais remotas e loucas que pareçam ser, a gente tá pegando!

9 pensou em “Desvendando significados ocultos no metrô de São Petersburgo

  1. Quando comecei a ler o post, achei que era um exagero. Mas ao ver as fotos da primeira linha, percebi que estávamos falando de praticamente um castelo. adorei tô muito curiosa para conhecer pessoalmente

  2. Essas estações são incríveis!!! A cada foto que vejo fico com mais vontade de conhecer. Acho que eu não ia sair do metrô! Hehehehehhee.

  3. Que interessante! Como aqui em BH o metrô é algo quase nulo, eu amo cidades com esse meio de transporte. Com estações tão belas assim e cheias de história, acho que ia querer andar de metrô o dia inteiro.

  4. Nossa, que coisa mais linda! Ah se todos os transportes públicos por aí fosse assim, né, uma atração à parte. Amei o post. Muito completo. Só um problema: agora, estou morrendo de vontade de conhecer…

  5. Eita que baita saudade que deu! Confesso que não fizemos um “tour” pelos metros de Piter como fizemos em Moscou, mas ainda assim, visitamos várias estações conforme nos locomovíamos. São lindas! Achamos a Автово a mais linda! Adoramos!!!

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