Punta del Diablo: a outra “Punta” do Uruguai
Quando se fala em Punta, não há quem não pense em Punta del Este. Mas é quase na divisa do Brasil, a 50km km do Chuí (RS), que o [link tag=”uruguai”]Uruguai[/link] revela uma outra Punta, muito diferente do ambiente sofisticado do balneário uruguaio. Foi em Punta del Diablo, vila de pescadores simples e pacata, que encontramos um belo refúgio para encerrar nossa viagem pelo país. É clichê dizer que fechamos com chave de ouro, mas foi assim que nos sentimos nos quatro dias que passamos por lá antes de voltar para o Brasil.
O nome sinistro nada tem a ver com o que encontramos em Punta del Diablo – que recebe essa nomenclatura por conta do formato de tridente formado pela costa das suas três praias. Foram dias de paz e tranquilidade, daqueles em que a gente não se preocupa com as horas. A cidade tem 650 habitantes e um clima muito convidativo. As ruas de terra batida combinam com a arquitetura rústica das cabanas de madeira.
À noite, uma feira de artesanatos se forma na rua principal e os restaurantes, todos simples na concepção, servem pratos para todos os bolsos e gostos, inclusive os mais sofisticados.

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Três praias e um parque
São as principais atrações. Quem tem vontade de conhecer as praias do [link tag=”uruguai”]Uruguai[/link] tem em Punta del Diablo uma ótima opção. As três estão a poucos passos uma da outra, com acesso fácil. A principal, a Playa de los Pescadores, é de onde partem os barcos de pesca. Gostamos por conta das águas tranquilas. Até mesmo por isso, é muito frequentada por famílias com crianças.
No fim de tarde e à noite, há um movimento na orla. À meia luz, os barquinhos na areia formaram cenário ideal para tomar uma cerveja por lá mesmo.
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À esquerda, depois das rochas, está a praia Rivero. Bem maior e bem menos frequentada, foi ótima opção no dia em que estávamos afim de relaxar e ficar um pouco longe da badalação do verão litorâneo.
Do outro lado da costa, a Playa de Las Viudas tem águas revoltas e, até mesmo por isso, é o reduto dos surfistas. Tem longa extensão de areia e se tornou um ótimo lugar para nossas caminhadas de fim de tarde. Nos pareceu ser o local escolhido pelos mais jovens para as festas ao longo da madrugada. Como estávamos hospedados por lá, à noite ouvimos alguns sons musicais estilo luau vindos da praia, além do barulho das ondas.
Para quem quer dar um tempo na praia, Punta del Diablo ainda oferece como opção o Parque Nacional de Santa Teresa. Tiramos um dia inteiro para conhecer o local e, como estávamos de carro (emprestado pela dona da cabana em que estávamos hospedados. Yey!), deu para ver um pouco de tudo.
O local é parque, é praia, é reduto histórico, é mini zoológico, é jardim de inverno, é camping… Nunca vimos uma área verde tão completa em atrações. São 60 quilômetros de trilhas e estradas. E o melhor: a entrada é gratuita.
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Logo na portaria, fomos recebidos pelo exército uruguaio, reponsável pela segurança e conservação da área. Recebemos um mapa e seguimos meio sem rumo apreciando a natureza até chegar a um local totalmente focado na flora. Lado a lado estão Invernáculo e Sombráculo – uma espécie de jardim botânico voltado para a exposição e conservação de espécies de todo o continente e plantas subtropicais, e o Rosedal – com mais de 300 espécies da flor. Passamos mais de uma hora circulando por entre as plantas, algumas bem exóticas.
Depois da visita optamos por aproveitar o sol na praia. Escolhemos a La Moza, a mais disputada e com melhor infraestrutura, mas no parque há ainda outras três: Las Achiras, Cerro Chato e Praia Grande – que possui algumas estruturas para observação de baleias. Também sentamos por lá alguns minutos sentindo o vento no rosto, mas nada de vermos baleias.
Mas o ponto escolhido por nós, um geógrafo e uma jornalista, como o melhor de todo o passeio foi a Fortaleza de Santa Teresa. O forte é enorme e foi construído em meados do século 18 em decorrência da disputa travada por espanhóis e portugueses pelo domínio da região. Em formato pentagonal, a visita permite percorrer todas as áreas, como a Casa de Pólvora, a enfermaria, a cozinha e até mesmo uma capela. Difícil não tentar imaginar como era a vida naquela época por dentro dos muros, como era viver naquele local e conviver com os conflitos. Único passeio pago do parque, o valor simbólico de 30 pesos (R$ 4) é usado na conservação do monumento histórico.
Todas essas atrações estão a 9 quilômetros do centro de Punta de Diablo e alguns ônibus deixam o viajante na porta. Quem não vai de carro precisa caminhar longas distâncias entre uma atração e outra ou esperar na portaria e pedir carona. Não nos hospedamos no camping, mas para conhecer o parque com calma e visitar um atrativo por dia a pé, achamos que pode ser uma boa opção. O local ainda conta com a infraestrutura de restaurantes e até caixa eletrônico. O Parque Nacional Santa Teresa abre para o público no verão de quarta a domingo das 13h às 19h e no inverno de sexta a domingo de 10h às 17h.
Onde ficar em Punta del Diablo
Apesar de pequena, a cidade oferece muitas opções. Alugamos uma cabana pelo [vb_product_link code=”BOOKING”] e foi uma ótima opção. A anfitriã, Silvana, não podia ser melhor e nos deixou bastante à vontade. Tínhamos à disposição a cozinha e o banheiro do primeiro andar, além do mezanino onde estão três camas de solteiro e que garantiu nossa privacidade. No quintal da casa ainda pudemos aproveitar a churrasqueira.
Já havíamos pesquisado sobre a cidade e estávamos preparados com dinheiro no bolso. Nem todo local aceita cartão e o câmbio em Punta del Diablo não é dos melhores. Ter pesos uruguaios em mãos é a melhor opção.