Os 9 golpes mais comuns em Cuba e como evitá-los

Cuba é um país seguro, principalmente se comparado a outros da América do Sul e até da Europa, onde batedores de carteiras ficam à espreita escolhendo a próxima vítima. Por mais que algumas ruas estreitas, pouco iluminadas e sujas tragam uma sensação de insegurança, a presença massiva de policiais nos deixa mais aliviados. Como o país vive do turismo, penas severas que são aplicadas em casos de violência contra estrangeiros, o que desencoraja crimes à mão armada, assaltos e brigas.

Isso não quer dizer que Cuba seja um mar de rosas. Assim como em qualquer lugar do mundo, há pessoas mal-intencionadas buscando tirar vantagens de visitantes pouco informados. Em Cuba esses malandros são conhecidos como jineteros, pessoas que se aproveitam da inocência de turistas para aplicar golpes.

Depois de falarmos das furadas mais comuns na Europa e das ciladas mais recorrentes na Tailândia, chegou a hora de listarmos os 9 golpes mais comuns em Cuba e como evitá-los. Fique atento!

1 Confusão entre CUC e CUP

Diferenças entre CUP e CUC, as duas moedas vigentes em Cuba

Diferenças entre CUP e CUC, as duas moedas vigentes em Cuba. Créditos: Gisele Rocha

Cuba possui uma economia dupla, na qual duas moedas circulam simultaneamente: o peso cubano (CUP) — conhecido como “moeda nacional”, é usado pelos moradores locais — e o peso conversível (CUC) — pareado com o dólar e usado apenas por estrangeiros. É fácil distingui-los, pois as notas de CUP são estampadas com rostos de heróis nacionais (como Che Guevara e Camilo Cienfuegos), enquanto os CUC são ilustrados com monumentos e pontos turísticos, acompanhados pelo nome “pesos convertibles“.

Alguns espertinhos tentam passar as notas de CUP, que valem 25 vezes menos, no lugar das notas de CUC. Um prejuízo enorme!

Como evitar: é só ficar atento às notas recebidas. Procure pelo nome “pesos convertibles” na frente ou no verso das cédulas, não tem como errar.

2 Troco errado ou falta de troco

É preciso estar sempre atento ao troco. Se você leu o post sobre qual moeda levar para Cuba, deve ter visto que nem na casa de câmbio fomos poupados da esperteza alheia.

Também nos ocorreu de ouvir do caixa que no momento não havia troco. Como na maioria das vezes a diferença era pequena, entre 5 e 10 centavos de CUC, deixamos passar. Em um único caso a diferença ultrapassava 1 CUC, então preferimos cancelar a compra.

O Edson Amorina e a Viviane do blog Ligado em Viagem também tiveram uma experiência desagradável por causa da má-fé de um taxista:

Nós passamos por um aperto com taxi em Havana. Saímos de um passeio, do tiro de canhões, e vários taxistas estavam na saída pegando os turistas. Acompanhamos um, mas assim que vimos o carro percebemos que era “não oficial”. O preço cobrado era o mesmo que tínhamos pesquisado, passamos reto pela fiscalização, o cara demorou para achar a rua certo, mas na hora de pagar, ele tentou passar um golpe.

Eu dei a nota de 10 e ele fez um movimento na mão dizendo que dei uma nota de 1. Mas como já estava esperando confusão, eu só paguei depois que saí do carro. Levantei a voz que tinha pago correto e vi ele fazendo o truque, pedindo para a Viviane já se afastar do carro. Ele ainda comentou algo, mas viu pessoas chegando perto e disparou embora reclamando.

Como evitar: além de perguntar o preço antes de adquirir o produto ou serviço, pague com notas pequenas sempre que possível e confira o troco imediatamente.

3 Pegadinha do cardápio

Aconteceu com a gente no restaurante Orishas, em Havana. Começou a cair um temporal e nos abrigamos ali, o atendente era muito simpático e como não tinha cardápio impresso, ele se prontificou a listar de cabeça todas as bebidas e comidas que o estabelecimento oferecia, bem como seus respectivos preços.

Para passar o tempo, Adriano pediu uma cerveja, já que o preço estava ok. Depois dessa veio outra, mais outra e quando fomos fechar a conta, o garçom nos disse que havia mencionado os valores em CUP, não em CUC. Aquela chuva custou caro para nós dois.

Como evitar: pergunte os preços antes de comprar qualquer coisa e pague antes de consumir. Não deixe acumular para pagar tudo quando estiver indo embora.

4 Charuto falsificado

Cuidado com charutos falsificados em Cuba

Cuidado com charutos falsificados em Cuba. Créditos: Joris V / Fonte: Unsplash

Os charutos cubanos são mundialmente famosos por sua pureza e qualidade. Isso faz com que sejam caros, mesmo nas lojas cubanas. Se alguma pessoa na rua lhe abordar oferecendo opções baratas, pode saber que são falsificadas. Uma unidade de charuto original custa de 5 CUC até o infinito, enquanto o fajuto sai por 1 CUC em média. Apenas nas fábricas de Viñales é possível comprar um maço de 10 charutos por 10 CUC, pois são artesanais.

Em Trinidad era comum ver pessoas nas janelas de casas vendendo caixas de Cohiba, uma marca famosa, mas nada garantia que se tratava do produto original.

Tem uma história de que funcionários conseguem comprar com descontos e por isso vendem mais barato, mas fomos advertidos de que as coisas não são bem assim. Os charutos originais e de qualidade são vendidos apenas nas lojas do Estado, nos hotéis do Estado e nas fábricas de charutos. Cada caixa tem um certificado e um selo holográfico.

Como evitar: compre diretamente das fábricas ou em lojas estatais, nunca das mãos de cambistas.

5 Amigo guia

Cubanos são hospitaleiros e falantes por natureza. Conversar com eles é fundamental para tornar a experiência de viagem mais rica, mas é preciso saber distinguir entre quem está sendo gentil e quem está pronto para te passar a perna.

Alguns anfitriões nos disseram para não dar papo para qualquer um na rua, pois pessoas má índole envolvem os turistas nas conversas e começam a explorá-los sem que eles percebam.

Um exemplo: você está fotografando um ponto turístico e o sujeito aparece contando algumas curiosidades sobre o lugar. Papo vai, papo vem, ele se apresenta, depois pergunta o seu nome e de onde você veio. Ele se mostra entusiasmado por você ser brasileiro, fala do futebol, das novelas e do que mais ele souber sobre o nosso país e continua te dando algumas dicas de lugares para visitar. Pergunta se você já foi ao museu tal ou monumento tal e se oferece para te acompanhar, sempre cheio de explicações sobre cada um desses lugares na ponta da língua.

Depois de um tempo de passeio, ele se propõe a te levar para tomar o melhor mojito da cidade ou comer algum prato imperdível da gastronomia local. Se você topar, terá que pagar o que for consumido pelo seu novo amigo. Se negar o pedido, terá ao menos que recompensá-lo pelos serviços prestados como guia turístico.

Como evitar: se você quiser passeios guiados, procure uma agência local. As mais conhecidas são: Cubatur, Havanatur, Infotur e San Cristóbal. Além dos escritórios físicos, há balcões dessas agências em qualquer hotel em Habana Vieja e Vedado.

6 Ônibus lotado

Esse golpe é comum em terminais de ônibus, que ficam lotados de taxistas nas portas. Na tentativa de conseguir clientes para os taxis compartilhados, alguns motoristas gritavam que os ônibus estavam lotados ou até que já haviam partido antecipadamente.

Como evitar: não dê ouvidos a eles. Chegue no terminal com antecedência mínima de 30 minutos do embarque, troque seu voucher se você comprou a passagem pela internet e fique atento à chegada dos ônibus, que costumam atrasar. Leia mais sobre como se deslocar de ônibus em Cuba.

7 Leitinho das crianças

De todos os golpes mais comuns em Cuba, esse é o mais engenhoso. Eu li sobre ele em algum guia e fiquei e receosa quanto a sua veracidade, só acreditei quando minha anfitriã de Trinidad recomendou que eu tivesse cuidado ao praticar caridade na rua, pois algumas pessoas eram muito oportunistas.

O golpe do leite funciona da seguinte forma: uma mãe com criança de colo se aproxima do turista e relata de forma bem dramática sobre as dificuldades de criar filhos em Cuba. Diz que a família é grande e que estão passando fome, depois pede um saquinho de leite. Sensibilizado, o viajante aceita fazer a doação e a mulher o acompanha até uma vendinha. O atendente coloca o produto no balcão, a mulher pega, agradece e vai embora. Quando o turista solidário vai pagar, descobre que o leite custa muito caro, em torno de 5 dólares, mas não tem outra saída senão pagar. Depois de um tempo a mulher volta, devolve o leite e os dois dividem o lucro.

Como evitar: não há nada de errado em se compadecer com pelo sofrimento alheio e fazer caridade, mas aqui vale a máxima de perguntar os preços antes de receber o produto.

8 Buena Vista Social Club

O Buena Vista Social Club ainda lota casas noturnas em Havana, Cuba

O Buena Vista Social Club ainda lota casas noturnas em Havana, Cuba. Créditos: Miguel Discart / Fonte: Flickr

Buena Vista Social Club é um grupo musical mundialmente conhecido, criado por grandes músicos que tocavam em uma casa de show que tinha esse nome e foi fechada na década de 1950.

A maioria desses músicos já faleceu, então foram contratados novos integrantes e assim a banda continua praticamente como uma forma de tributo, fazendo um sucesso estrondoso entre moradores locais e turistas. Embora ainda façam turnê mundial, a banda tem residência em casas noturnas próximas ao Capitólio de Havana, como Legendarios de Guajirito, Havana Café e Café Taberna.

Em Habana Vieja é comum ver gente anunciando o show e até se oferecendo para levar até o bar onde o grupo se apresentará. Pode saber que é golpe! Os ingressos para as apresentações da banda são muito concorridos e devem ser comprados com dias de antecedência. Os jineteros cobram o valor do ingresso e encaminham os turistas para qualquer bar onde há salsa ao vivo, já que eles nem vão se tocar de que não se trata da banda verdadeira.

Como evitar: não compre de cambistas. Os ingressos podem ser adquiridos com antecedência em agências de turismo de Havana ou diretamente na bilheteria das casas de shows durante o dia. Custam a partir de 30 CUC.

9 Dia de festival

Eu perdi as contas de quantas vezes tentaram nos aplicar esse golpe nos dias que passamos em Havana. Um cidadão cubano se aproxima querendo puxar assunto: “que horas são?“, “tem fogo?“, “de onde você é?“, “quando chegou aqui?” e é com essa última frase que ele pega a deixa para te falar de um festival imperdível de charutos/rum que termina justamente naquele dia.

Segundo eles, nesse dia você pode comprar charutos e garrafas de rum mais baratas em determinadas lojas e o gente boa até se oferece para te levar a uma delas. Só que chegando lá você vai pagar caro por produtos falsificados, assim como comentei no item 4.

Como evitar: eu não acho legal ignorar pessoas nas ruas, prefiro ser gentil e recusar a proposta. Diga que não tem interesse e siga em frente.

Policiais dentro de uma viatura em Havana, Cuba

Policiais dentro de uma viatura em Havana, Cuba. Créditos: James Offer / Fonte: Flickr

Para finalizar, é importante reiterar que Cuba é um país bastante seguro e que o convívio com os moradores locais é parte importante da experiência, portanto, não os evite, apenas tenha atenção ao que destacamos para que sua viagem seja tranquila.

Se houver qualquer problema, entre em contato com a Polícia Diplomática e Turística através do número 7202-8419 ou com a Polícia Civil no número 106. Caso não consiga solucionar os seus problemas, peça ajuda à Embaixada do Brasil em Havana pelo telefone 7214-4713.

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Gisele Rocha

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.

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