Golpes mais comuns no Marrocos e como sair deles

Falar sobre os golpes mais comuns no Marrocos é uma forma de trazer informação para que você se antevenha aos espertalhões em busca de dinheiro fácil e saiba como reagir quando (ou se) eles aparecerem.

Infelizmente, em qualquer destino turístico, há indivíduos que agem de má-fé, e o Marrocos não é exceção, apesar de sua tradição religiosa.

Eu tive minha mala roubada no Marrocos com todos os meus pertences e ainda estou me recuperando, financeira e emocionalmente, desse baque.

Para que nada parecido aconteça contigo, vou te contar a minha experiência e a de outros tantos turistas para evitar que você passe pelos mesmos traumas.

Portanto, a partir de agora, fuja de todas as distrações e concentre-se na leitura de cada parágrafo deste texto, pois ele pode te livrar de muitos contratempos, estresse e gastos desnecessários durante sua estadia neste fascinante país.

Os golpes mais comuns no Marrocos

Roubos e atitudes violentas deveriam ser severamente punidos pela polícia marroquina. Porém, agir de má-fé, extorquindo e intimidando turistas, infelizmente não é uma prática incomum no país e você vai conhecer ao menos meia dúzia de estrangeiros que caíram em algum papo furado. Que você não faça parte desse grupo!

Conheça os golpes mais comuns no Marrocos e não caia nestas ciladas!

⚠️ ATENÇÃO!

Se estiver se sentindo coagido, ameaçado ou intimidado, não hesite em chamar a polícia. Disque o número 19 se estiver em cidades turísticas ou 177 para outras regiões.

1. Apenas uma pessoa prestativa

Este é um clássico e acontece principalmente com quem se hospeda nas medinas do Marrocos.

Para quem não sabe, a medina é a parte antiga das cidades. São verdadeiros labirintos de ruas estreitas, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, um monte de gente passando para cima e para baixo, vendedores tentando chamar a sua atenção e tantas mercadorias expostas que dificilmente se vê algum letreiro indicando os nomes das vielas.

É fácil se perder quando você não tem um mapa mostrando o caminho. E ao ver turistas com suas malas ou mochilas e aquela cara de John Travolta confuso, os golpistas encontram uma ótima oportunidade para conseguir um dinheiro rápido.

Quando você pede uma informação (ou quando percebem que você precisa de uma orientação), eles respondem com muita simpatia e vão andando com você até a porta do seu hotel. Chegando lá, vão cobrar pela gentileza. E não pense que eles se contentarão com algumas moedinhas. Se você não der a quantia que eles pedem, eles ficarão agressivos e farão um escândalo para te deixar apavorado.

Como evitar: tenha sempre acesso à internet para usar o mapa, seja adquirindo um eSim antes de sair do Brasil ou comprando um chip no aeroporto. Se alguém oferecer ajuda, não faça contato visual e ignore.

Golpes são comuns nas medinas do Marroco
Golpes são comuns nas medinas do Marrocos. Créditos: Gisele Rocha

2. Falso guia

Fazer passeios guiados é uma ótima decisão, principalmente para quem tem pouco tempo para conhecer cada cidade e não pode se dar ao luxo de planejar um roteiro próprio, negociar com taxistas e se perder pelas ruelas.

Entretanto, muita gente mal intencionada se apresenta como guia turístico credenciado, inclusive apresentando carteirinha falsa.

Essas pessoas não vão te levar para os lugares do seu interesse, eles farão o possível para te arrastar para lojas nas quais ganham comissão, dizendo que mostrarão o processo de fabricação das cerâmicas, artigos de couro, tapetes, bebidas, etc. E o assédio para que você compre algo é pesado, uma insistência cansativa.

Saiba que para exercer a atividade de guia, o profissional precisa ser credenciado pelo Ministério do Turismo. Aqueles que forem pegos praticando a função de forma ilegal, poderão sofrer punições que vão de multa a prisão por dois dias.

Como evitar: contrate guias cadastrados, seja pedindo referências no seu hotel ou reservando através da GetYourGuide e Civitatis, duas empresas com credibilidade internacional.

3. Ruas fechadas

Mais um para fechar a sequência de “pessoas simpáticas e prestativas”.

É comum ouvir de gente que nem sabe para onde você está indo que a rua está fechada. Pode acontecer, mas é raro.

Eles dizem isso para que você pare, peça informações sobre rotas alternativas e acabe caindo nos golpes que foram detalhados anteriormente.

Como evitar: siga o seu caminho e descubra por si mesmo se a rua está fechada ou não. A essa altura do campeonato você já sabe que precisa ter internet no celular para usar o Google Maps e não se perder.

4. Chip de internet

É triste não poder confiar nas pessoas nem mesmo para comprar um mísero chip de celular!

Depois que o meu eSim da Viaje Conectado expirou, achei que seria mais prático e barato comprar um chip local. Me inteirei sobre as principais operadoras do país, os preços e fui a um quiosque na medina de Marrakech para fazer a compra.

A título de informação, 1GB de internet custa 10 dirhams (R$ 5). No primeiro quiosque, queriam me cobrar 50 dirhams por 1GB. No segundo, disseram 30 dirhams por 1GB, válido por 30 dias.

Três vezes mais que o preço justo, mas como o próprio vendedor faria a instalação e eu precisaria do chip para usar durante a minha road trip pelo Marrocos que começaria no dia seguinte, acabei aceitando.

Não é que o cara recarregou o chip com 500MB válidos por 24 horas, só porque custava menos e o lucro dele seria maior?!

Eu paguei por uma quantidade de dados para usar por um mês e recebi a metade para usar em um dia. É muita necessidade de se sentir esperto passando a perna em turistas estrangeiros!

Como evitar: pedindo para que algum cidadão marroquino faça a recarga para você, ou comprando pela internet!

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5. Tatuagem de henna

Esse é um dos golpes mais comuns no Marrocos, mas é até difícil acreditar que tanta gente ainda caia nele.

Basicamente, a pessoa oferece para fazer a tatuagem no turista por um valor razoável, mas na hora de receber o pagamento, inventa que o desenho foi mais complexo, ou que o valor combinado não havia sido aquele.

Muitas vezes fazem um escândalo até conseguirem a quantia desejada. Acredito que os brasileiros não caiam nessa tão fácil. Afinal, a gente também sabe rodar a baiana!

Como evitar: combine o valor antes, mostre o preço por escrito e se recuse a pagar qualquer quantia além da que foi combinada. Se for necessário, ameace chamar a polícia.

6. Encantadores de serpentes

Existe um lugar em Marrakech onde “encantadores de serpentes” fazem as cobras dançarem ao som da flauta. Um ajudante fica à espreita para garantir que ninguém filme ou fotografe sem pagar.

Outros ajudantes colocam os animais nos ombros dos turistas para que possam fazer fotos. Depois, cobram um valor absurdo pelo registro. A brincadeira pode sair ainda mais cara se você der o seu celular ou câmera para que o golpista faça a foto, porque ele só devolverá se você pagar o valor que ele estipular.

Eu me recuso a dizer o nome do local para garantir que nenhum leitor do Viajei Bonito contribua com turismo exploratório. Porém, se acontecer de você passar por lá, já sabe, mantenha distância e nem olhe pra eles.

Mas o que há de errado com essa atividade?

Bem, as najas são serpentes peçonhentas, cujo veneno gera uma intoxicação rápida e mortal. Para evitar incidentes, essas pessoas perfuram as glândulas que carregam o veneno com agulha quente, cortam os dentes inoculadores e às vezes chegam ao ponto de costurar a boca do pobre animal. Não compactue com essa crueldade!

Como evitar: não tire fotos de animais que são vítimas de exploração. Qualquer doação dada a esses abusadores não ajuda os animais, mas apenas apoia a desgraça deles.

Encantadores de serpentes em Marrakech
Encantadores de serpentes em Marrakech. Créditos: Raúl Cacho Oses / Fonte: Unsplash

7. Cardápio mágico

Você chega ao restaurante e um funcionário lhe entrega o cardápio para escolher o que comer e dar aquela olhada nos preços. Pedido feito, barriguinha cheia, chega a hora de pagar.

Nesse momento, você leva um susto com o valor da conta, pede para conferir o cardápio e ele traz uma segunda versão, com valores exorbitantes.

De fato, é um golpe bem planejado, pois deixa a vítima confusa, duvidando de sua própria memória.

Como evitá-lo: tire fotos do cardápio enquanto pede a comida, ou consulte a página do estabelecimento no Google para ver fotos do menu e comentários de outros clientes. No mais, se você tiver absoluta certeza de que os preços foram alterados, chame a polícia, pois ela já conhece esse golpe.

8. Ônibus esgotado

Os motoristas de táxi ficam à espreita nos terminais de ônibus, apenas esperando que um turista passe para avisar: “o ônibus está cheio”!

Eles fazem isso e depois tentam vender um lugar no táxi para fazer a mesma rota que o ônibus faria. Não preciso dizer que vai sair mais caro.

Provavelmente ainda há muitas poltronas disponíveis. Caso não haja, a empresa de ônibus avisará sobre o próximo horário com lugares vagos. Além disso, você tem a opção de procurar outras empresas.

Se ainda assim achar mais vantajoso viajar de táxi compartilhado, negocie o preço e faça o possível para ter dinheiro trocado, pois eu já dancei em muitos dirhams por falta de troco.

Como evitar: diga a eles que você já tem a passagem e siga a sua vida.

Relato pessoal: como tive todos os meus pertences roubados no Marrocos

Talvez nem todos os leitores que passam por aqui saibam, mas eu sou uma nômade digital desde 2015. Portanto, minha mala é minha casa! Nela carrego roupas, sapatos, joias, livros, equipamentos para me exercitar e para cozinhar, além de muitas memórias em forma de objetos, cartas e postais.

Como é de se imaginar, minha mala era imensa e tinha aproximadamente 25kg!

Em março de 2024, ao embarcar em um trem de Fez para Marrakech tive minha casa-mala roubada, com tudo o que eu tinha! Só me sobrou a roupa do corpo!

Para embarcar, precisei deixar a mala em um bagageiro, já que ela não caberia no compartimento superior do trem e bloquearia o corredor se eu tentasse mantê-la ao meu lado.

Como fui uma das primeiras a embarcar, me acomodei em uma das poltronas em frente ao bagageiro. No entanto, como os assentos eram numerados, quando as pessoas que compraram aquele lugar chegaram, eu precisei me retirar.

Do meu assento, eu não conseguia ver a mala, mas tinha uma visão do bagageiro e da movimentação de pessoas.

Isso até chegar a Rabat, a capital do Marrocos. A partir desse ponto, o trem estava parando a cada 5 minutos, a cada estação. Pessoas subiam e desciam sem parar e os vagões ficavam lotados, como se fosse um metrô. Nesse momento, já comecei a ficar preocupada, mas não conseguia chegar até a minha mala.

Ao passar por Casablanca as coisas se acalmaram, o fluxo de passageiros diminuiu e eu finalmente pude conferir a situação da minha bagagem, que confirmando o meu pressentimento, não estava mais lá!

Resumindo o que aconteceu depois, comecei a fazer um escândalo que mobilizou (ou despertou a curiosidade) os passageiros que estavam nos vagões próximos aos meus. Três fiscais prontamente apareceram para saber o que tinha acontecido, pediram foto da bagagem e um relato do que estava dentro dela.

Tentaram me tranquilizar, dizendo que as equipes de segurança assistiriam às imagens e localizariam os criminosos. Me disseram que a polícia localizaria essas pessoas e que no final da viagem, em aproximadamente 5 horas, eu teria informações sobre os meus pertences.

Não foi nem de perto o que aconteceu!

Fiscal anotando superficialmente os pertences que estavam na mala, ignorando os detalhes importantes que eu dava
Fiscal anotando superficialmente os pertences que estavam na mala, ignorando os detalhes importantes que eu dava. Créditos: Gisele Rocha

Chegando a Marrakech, o plano era pedir de volta o valor da minha passagem para que eu pudesse, ao menos, comprar produtos de higiene pessoal e algumas calcinhas para passar os dias seguintes até “a mala chegar”.

Os fiscais no trem, no entanto, me levaram direto ao posto policial, onde eu deveria fazer um boletim de ocorrência. Fiquei mais de uma hora esperando e nada. Tive que ir até uma outra delegacia. Não tomaram o meu depoimento lá também, queriam que eu voltasse a Casablanca, onde percebi que a mala tinha sido roubada.

Foram 72 horas de peregrinação por 5 delegacias até conseguir, finalmente, fazer um boletim de ocorrência. Fui tratada com total desdém pela polícia marroquina!

A essa altura eu já sabia que jamais veria nada que estava dentro daquela mala. Precisei arcar com todos os prejuízos sozinha e a ONCF, companhia de trem, nem sequer respondeu às minhas reclamações, que fiz tanto pelo site quanto pessoalmente, no guichê da estação de Marrakech.

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Um mês se passou desde que me roubaram tudo o que eu tinha. Estou me reconstruindo aos poucos, porque não imaginava ter tantos gastos de uma só vez!

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Leia mais sobre o Marrocos

Espero que a lista de golpes no Marrocos não tire a sua empolgação para conhecer esse país fascinante. Agora que você já sabe como sair das ciladas, que tal planejar o seu roteiro com base nas dicas de uma moradora local?

Golpes mais comuns no Marrocos e como sair deles

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Gisele Rocha

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.

8 pensou em “Golpes mais comuns no Marrocos e como sair deles

    1. Apesar dos pesares, eu voltaria ao país, mas não como nômade digital.
      Voltaria sem equipamentos e objetos de valor, com pouquíssima bagagem, para poder manter tudo perto de mim.
      Mas um lugar que eu jamais voltaria e não recomendo a ninguém é Marrakech. Mas isso é uma conversa longa. Heheh

  1. Gisele, que perrengue gigante ter a mala roubada! Por isso tenho uma certa preguiça de viajar para lugares com fama de dar golpe nos turistas, fico pensando se o stress e a preocupação constantes não acabam estragando o prazer do passeio…

    1. E você está certa, Cintia.

      Meu plano ao viajar para lá, era justamente tentar desfazer esse estigma de que o Marrocos e outros países muçulmanos não são perigosos para mulheres que viajam sozinha. Infelizmente, o estigma é verdadeiro.

      O roubo da mala foi só a ponta o iceberg, outras coisas aconteceram durante os meus três meses no país. Um dia falo mais sobre isso.

    1. É, infelizmente todos os estereótipos sobre o Marrocos se confirmaram.

      O país tem praias lindas, a arquitetura é fantástica e as comidas típicas são de lamber o prato, mas os turistas são vistos apenas como sacos de dinheiro ambulantes. Você nunca tem a sensação de estar seguro ou de estar fazendo um bom negócio.

  2. Nossa, que horrível isso que aconteceu com vc no trem. Como você e os brasileiros, eu tb fico bolada de deixar minha mala solta no bagageiro dos trens, mas fazer o que? Sinto muito por isso.
    Fiquei horrorizada com o golpe no cardápio adulterado

    1. Esse golpe do cardápio é muito comum na praça de Jamma el Fna, em Marrakech, mas também tentaram me aplicar em Fez.
      E tudo isso aconteceu em pleno Ramadã, a época em que as pessoas estão boazinhas. Hahahah

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