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Navegação pelo Canal de Beagle, em Ushuaia

Resolvi participar da navegação pelo Canal de Beagle com destino ao Farol do Fim do Mundo em cima da hora. Li poucas coisas a respeito desse passeio, só sabia que era um “must do in Ushuaia” e fui no impulso, no estilo “maria-vai-com-as-outras”. 

Pois bem, lembra daquela história de que expectativas podem destruir uma viagem? Eu não estava botando fé no rolê e de repente as boas surpresas começaram a acontecer. À medida em que o catamarã ia se afastando da costa, dava para ter uma visão panorâmica da cidade de Ushuaia. Nenhum registro que eu fazia retratava com fidelidade a beleza daquela vista, então preferi parar e ficar só admirando. Essa vibe de contemplação se manteve até a guia começar as explicações sobre o Canal de Beagle.

Conflito no Canal de Beagle

Eu me lembrava vagamente de ter estudado sobre o Canal de Beagle na escola. Sabia que Argentina e Chile disputaram território naquelas bandas, pela posição estratégica e pela presença de recursos naturais valiosos, como petróleo e urânio. Nada mais que isso.

A guia trouxe informações enriquecedoras que para mim eram novas, como, por exemplo, que o Canal de Beagle recebeu esse nome em homenagem ao navio britânico HSM Beagle, que em sua segunda expedição trouxe a bordo o naturalista Charles Darwin.

São 240km de extensão na área limítrofe entre Argentina e do Chile. É ali que as águas dos oceanos Atlântico e Pacífico se misturam, mas não espere um fenômeno tão impressionante quanto o encontro das Águas em Manaus. São belezas completamente distintas.

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Fauna fueguina no Canal de Beagle

Embora o destino final seja o Farol do Fim do Mundo, durante a navegação no Canal de Beagle o catamarã passa pela Isla de los Lobos e Isla de los Pájaros, pequenas ilhotas onde podemos observar leões marinhos, cormorões, albatrozes, patos e gaivotas.

Durante os meses mais quentes, entre outubro e abril, o catamarã passa também pela Isla Martillo, a famigerada Pinguinera, habitat de pinguins-de-magalhães e pinguins-gentoo em fase de reprodução. Com sorte, também é possível avistar alguns pinguins-rei.

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💡 Contrariando o senso-comum de que não é possível ver pinguins no inverno, as excursões para desembarcar na Pinguinera estavam funcionando a todo vapor em agosto, mês em que estivemos em Ushuaia.

Islas Bridge

O dia estava bonito, embora ventasse muito, então pudemos fazer uma brevíssima caminhada pelas Islas Bridge, onde viviam os povos indígenas Yámanas antes da chegada dos colonizadores. Nossa guia explicou que a vegetação ali é típica dos bosques subpolares magalânicos, mas que os fortes ventos e a baixa temperatura impediam o desenvolvimento das plantas. Pude identificar ali a planta calafate – que já conhecia de outros passeios – e algumas orquídeas.

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Entre a vegetação, encontrei estas frutinhas na beirada da trilha e como não tinha nenhum guia por perto para me explicar o que era, peguei um exemplar para mostrar quando chegasse ao barco. Mandei mal! Levei uma bronca porque “a ilha recebe milhares de visitantes por mês e se cada um resolver pegar uma frutinha para descobrir do que se trata, não sobrará nenhuma para contar a história“. Curta e grossa, mas cheia de razão.

Posteriormente descobri que a fruta se chama “chaura”.

Chaura, o fruto proibido das Islas Bridge, em Ushuaia
Chaura, o fruto proibido das Islas Bridge, em Ushuaia. Créditos: Gisele Rocha

Faro Les Eclaireurs

Chegamos ao destino final da navegação no Canal de Beagle com o sol se pondo timidamente atrás das nuvens. O Faro Les Eclaireurs, mais conhecido como Farol do Fim do Mundo, foi construído em 1919 e mede 11 metros de altura. Hoje em dia ele é controlado remotamente, mas não é possível descer para uma visita. Vê-lo à curta distância já é suficientemente belo.

Fiz algumas fotos desse cartão postal do Ushuaia e voltei para dentro do barco para me aquecer. Nessa hora a guia passou carimbando o “Certificado de Buen Navegante”, uma lembrança que todos ganham no começo do passeio. Depois disso, rumamos de volta à cidade e acabou-se o que era doce.

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Dicas imprescindíveis para a navegação no Canal de Beagle

  • Além do ticket do passeio, é preciso pagar uma taxa de 20 pesos no porto. Não aceitam cartões, então leve a grana trocada.
  • Chegue cedo se você quiser pegar um bom lugar. A navegação começava às 15h, eu cheguei ao porto às 14h40 e 10 minutos depois já tinha uma fila quilométrica.
  • Garanta o seu lugar na janela antes do catamarã sair. Deixe para ir para o deck quando a embarcação estiver se aproximando das ilhotas, pois venta muito e você logo logo vai querer voltar para o seu lugar quentinho dentro do barco.
  • Um fotógrafo profissional fica a bordo para tirar fotos dos passageiros interessados em um “recuerdo” bonitinho, que é pago à parte.
  • O barco dá voltas em torno das ilhas para que todos possam usufruir igualmente de todas as vistas, mas acho quem se senta do lado direito leva uma pequena vantagem.
  • Não monopolize o espaço externo. Todo mundo quer fotografar os animais e o espaço externo é restrito. Então, faça alguns cliques e se distancie da grade para que outros viajantes também possam registrar o passeio.
  • Agasalhe-se com casaco corta-vento impermeável, pois a ventania faz a gente sentir bastante frio. Se chover a coisa piora ainda mais.
  • Use uma touca que se prenda ao queixo, pois o vento pode arrancá-la e jogá-la ao mar facilmente.
  • Existe uma lanchonete a bordo, que vende cafés, sanduíches, tortas e outros quitutes, mas não são baratos (paguei 100 pesos em um misto). Se quiser economizar, leve um lanchinho na bolsa.

Informações úteis

Horários: 9h (apenas entre novembro e abril) e 15h.
Duração: aproximadamente 3 horas

Onde se hospedar em Ushuaia

Recomendamos que você se hospede no Centro, onde estão concentrados os melhores restaurantes, mercados e agências de turismo. Como as ruas se distribuem em ladeiras acentuadas que podem ser escorregadias quando estão cobertas de gelo, é aconselhável escolher estadia nas proximidades das Avenida San Martín, Maipú e Gobernador Deloqui.

Nossas sugestões são o Hostel Yakush (para os mochileiros) e Hotel Albatros (para quem não abre mão de conforto e sofisticação).

Seguro viagem para Ushuaia

E por falar em ladeiras íngremes que se tornam verdadeiros tobogãs quando estão molhadas ou congeladas, nem pense em abrir mão do seguro viagem! Uma simples consulta com exame de raio-x pode custar uma verdadeira fortuna. Leia sobre seguro viagem para a América do Sul ou faça um orçamento usando o banner abaixo.

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Gisele Rocha

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.

7 pensou em “Navegação pelo Canal de Beagle, em Ushuaia

  1. Adorei conhecer mais sobre esse passeio. Esse é um dos lugares que tenho muita vontade de conhecer. Beleza e natureza únicas no fim do mundo. Amei as imagens e as dicas desse post. Parabéns!

  2. Essa navegação no canal de Beagle é um passeio belíssimo! Eu amei fazer! As paisagens são inacreditáveis e poder ver a vida selvagem tão de perto é um privilégio. Fora o tanto de foto linda que a gente tira no caminho.

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