O que fazer em Congonhas, a Cidade dos Profetas em Minas Gerais

Todo mundo já ouviu falar de Congonhas. E não estamos falando do aeroporto que fica em São Paulo, mas da cidadezinha mineira que faz parte do Caminho Velho da Estrada Real e tem como principal cartão postal o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos e seus 12 profetas, esculpidos em pedra sabão pelas mãos do artista barroco Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho.

Quem visitou Congonhas há muitos anos, infelizmente deve ter na memória imagens de um lugar descuidado, bagunçado e sem muitos atrativos. Esse foi o motivo pelo qual o Adriano mostrou certa resistência em voltar depois de décadas sem passar por ali. Chegando lá ele acabou dando o braço a torcer. A cidade foi revitalizada, o santuário e as igrejas foram restaurados, praças e canteiros foram reconstruídos, além de dois museus que foram criados para recontar a história desse município que foi (e ainda é) tão importante para o crescimento de Minas Gerais.

Quer saber o que fazer em Congonhas? O Viajei Bonito te mostra!

Complexo do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos

Sem dúvida, quando falamos de Congonhas, a primeira coisa que nos vem à mente são as obras do Aleijadinho. Certamente ele é responsável pelo principal ponto turístico da cidade. Foi no Complexo do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos – situado no alto de uma colina – no adro da Basílica, que ele esculpiu em pedra-sabão as famosas imagens dos 12 profetas em tamanho real. Dentro da igreja você verá pinturas de Mestre Ataíde, que estavam sendo restauradas quando estivemos lá.

Visite também o salão de ex-votos (ou Sala dos Milagres), localizado no pátio da basílica. Nele você vai ver uma infinidade de fotos, quadros, peças de roupas, esculturas de cera e madeira no formato de partes do corpo humano, entre outras formas variadas de expressão de agradecimento por graças alcançadas pelos fiéis. É muito interessante!

Além disso, em frente à basílica, as seis capelas compõem o Jardim dos Passos, representando a via Sacra com belíssimas esculturas feitas em cedro, também por Aleijadinho e seus assistentes entre os anos de 1796 e 1799. Essas esculturas despertam nos visitantes a emoção da devoção, além da admiração pelo aspecto artístico. Não à toa, por toda sua riqueza e grandiosidade, esse complexo foi tombado pela UNESCO em 1985, como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Horário de funcionamento do complexo: de terça a domingo, das 9h às 17h, com exceção das quartas, quando funciona das 13h às 21h. A visita é gratuita.

Romaria

Seguimos o passeio até a Romaria, local que servia de abrigo aos pobres que iam a Congonhas para os festejos religiosos. Era uma espécie de pousada formada por um conjunto de casas organizadas em semicírculo ao redor de um imenso pátio. Foi desativada no início da década de 1960, vendida e demolida pelos compradores que pretendiam construir um hotel no terreno, mas a obra jamais foi realizada. Da construção original, que foi implodida em 1968, só restaram duas torres ligadas por um arco que compõem o pórtico de entrada.

Romaria, antiga hospedagem de romeiros em Congonhas, Minas Gerais
Romaria, antiga hospedagem de romeiros em Congonhas, Minas Gerais. Créditos: Gisele Rocha

Há quase 25 anos, em 1993, a Prefeitura recuperou o terreno. O pórtico foi restaurado em 1994 e a Romaria foi reconstruída, com uma área de mais de 53 mil metros quadrados. As características arquitetônicas da antiga pousada foram mantidas e a reinauguração aconteceu em 30 de julho de 1995. O espaço já não é mais usado para hospedar romeiros, que hoje chegam à cidade em grande quantidade. Atualmente a estrutura é destinada à preservação da história, cultura, artes, lazer e turismo em Congonhas. Foi lá que nós pegamos um livro sobre as cidades históricas de Minas que norteou todas as nossas viagens pelo Estado em 2017. E foi de graça!

Horário de funcionamento: de segunda à sexta, de 7h às 18h. Aos sábados e domingo, funciona de 8h às 17h. A entrada é livre.

Museu de Congonhas

Se você precisar escolher um único lugar para visitar na cidade além do Santuário, escolha o Museu de Congonhas. Ele fica bem ao lado do Jardim dos Passos, na rua que leva para a Romaria.

Inaugurado em 2015, o Museu de Congonhas nasceu da necessidade de explicar de maneira visual e didática os significados embutidos em cada detalhe da construção do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, desde a sua história, dos materiais escolhidos, das imagens e esculturas até a repercussão posterior.

Os painéis interativos deixam o passeio ainda mais interessante, até mesmo para as crianças. Nós recomendamos também a visita guiada, que deve ser agendada com antecedência.

Horário de funcionamento: terça, quinta, sábado e domingo, das 9h às 17h; quarta-feira, das 13h às 21h.
Preço: R$10, entrada gratuita às quartas-feiras.
Visitas guiadas: são gratuitas, basta agendar através do telefone (31) 3731-3056

Museu da Imagem e Memória

Museu da Imagem e Memória em Congonhas, Minas Gerais
Museu da Imagem e Memória em Congonhas, Minas Gerais. Créditos: Gisele Rocha

Saindo do Museu de Congonhas, paramos na praça, tiramos mais algumas fotos e seguimos para o Museu da Imagem e Memória de Congonhas. Ele está localizado na histórica Rua da Ladeira, que também rende fotos muitos bonitas, sobretudo durante o entardecer.

O museu apresenta a história de personalidades que se destacaram e fizeram grandes feitos em Congonhas. São médicos, juízes, jornalistas, professores, padres e até um médium, Zé Arigó, que se denominava Dr. Fritz (um médico alemão falecido em 1918 na Primeira Guerra Mundial) e desenvolveu atividades espirituais na cidade por cerca de 20 anos.

O acervo é composto por fotos, documentos e objetos antigos, distribuídos em dois pavimentos. O casarão é equipado com elevador que atende aos visitantes com dificuldade de locomoção. Vale a pena dedicar ao menos meia hora ao passeio.

Horário de funcionamento: todos os dias (incluindo feriados), das 9h às 17h. Entrada é gratuita.

Igreja de São José

Igreja de São José, em Congonhas, Minas Gerais
Igreja de São José, em Congonhas, Minas Gerais. Créditos: Gisele Rocha

Tá achando que não há mais nada o que fazer em Congonhas além das atrações da praça principal? Engano seu! Ainda na Rua da Ladeira, a poucos passos do museu, você vai se deparar com a igreja de São José. É a única igreja e Congonhas com torres arredondadas e entalhes em estilo neoclássico. Seu interior é bem modesto, com algumas poucas pinturas e imagens de santos, destacando-se aquele que deu nome à igreja. Você vai passar por ela de qualquer jeito, então vale a pena parar um pouco e admirá-la.

Horário de funcionamento: todos os dias, das 8h às 18h.

Igreja do Rosário

A Igreja do Rosário é a mais antiga da cidade. Foi construída por escravos no século XVII para que eles mesmos pudessem ir a celebrações religiosas, já que naquele tempo os negros eram impedidos de frequentar os mesmos espaços sociais que as pessoas brancas.

Por falta de recursos, ela foi construída de maneira muito singela. Na sacristia, ainda podemos ver as antiquíssimas imagens esculpidas primitivamente em madeira. O conjunto de sineira fica do lado de fora, como é típico do período Barroco.

Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 8h às 18h.

Outras igrejas em Congonhas

Congonhas não é apenas a “Cidade dos Profetas”, é também a cidade das igrejas. A influência cultural europeia trouxe para Minas uma forte religiosidade, que se expressava na construção de igrejas, por mais singelas que fossem.

Além da Igreja de São José e do Rosário que nós visitamos, faltou tempo para conhecer a A Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Igreja de Nossa Senhora da Soledade e a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, que está no distrito de Alto Maranhão.

Parque Ecológico da Cachoeira

Você tem muito o que fazer em Congonhas, além das experiências e passeios religiosos. A cidade também oferece alternativas naturais para quem gosta. É o caso do Parque Ecológico das Cachoeiras, ideal para trilhas, caminhadas, piqueniques e passeios ao ar livre. Ele fica localizado a 5km do centro de Congonhas, em uma área rodeada por natureza exuberante. Possui completa infraestrutura de lazer, que inclui quadras, piscinas de água natural para adultos e crianças, campo de futebol, quadra poliesportiva, área de camping, churrasqueiras e lanchonetes.

Recomendamos também uma visita à Cachoeira da Água Limpa, o Horto Florestal e a Lagoa da Água Preta, que estão fora da área do parque.

Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 8h às 18h.
Preços: R$8 de terça a sexta; R$10 aos sábados; R$20 aos domingos e feriados. Menores de 12 anos e visitantes com idade superior a 60 anos têm direito a entrada gratuita. Estudantes pagam meia entrada.

Artesanato e artigos regionais

Beco dos Canudos e suas casas de artesanatos
Beco dos Canudos e suas casas de artesanatos. Créditos: Gisele Rocha

Fica difícil passar pelas cidades históricas do interior de Minas e sem se render aos produtos artesanais e doces caseiros. Em Congonhas há uma sequência de lojas com esses artefatos bem ao lado do Santuário, em uma ladeira conhecida como Beco dos Canudos. Nelas você vai encontrar tapetes, redes, panos de prato, banquinhos de madeira, esculturas, caixas, camisas, ímãs, toalhas bordadas, roupas de cama e claro, artigos esculpidos em pedra sabão.

Quando ir a Congonhas

Não tem tempo ruim para visitar Congonhas. Ela é convidativa o ano inteiro! No entanto, se você procura por festas e eventos especiais, saiba que todos os anos, sempre no terceiro domingo de maio, acontece o Festival da Quitanda, um evento que promove a culinária mineira, com todos os tipos de quitutes e iguarias que você pode imaginar. São bolos, biscoitos, pães, doces, caldos e bebidas de dar água na boca. Não dá nem para pensar em dieta!

Em setembro é a vez do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, uma das festas religiosas mais tradicionais do Brasil que acontece há mais de 260 anos, resgatando aspectos culturais e históricos do povo mineiro. Não dava para ficar de fora da nossa lista sobre o que fazer em Congonhas.

Anualmente, mais de 100 mil pessoas vindas de todos os cantos do país comparecem ao evento, movimentando a economia local e regional. Muitas barraquinhas vendem comidas, artesanatos e artigos religiosos, mas custam um pouco mais caro durante as festividades.

Ainda hoje muitos romeiros comparecem ao evento para pedir graças e cumprir promessas, caminhando muitos quilômetros a pé, quando não sobem toda a ladeira de joelhos como forma de penitência. O salão de ex-votos do santuário ganha novos objetos e fica lotada de gente. Mesmo para quem foge de aglomerações essa é uma experiência interessante.

Onde se hospedar em Congonhas

Onde se hospedar em Congonhas, Minas Gerais
Onde se hospedar em Congonhas, Minas Gerais. Créditos: Gisele Rocha

Agora que você já sabe o que fazer em Congonhas, é hora de conhecer algumas opções de hospedagens. Ficar perto do Santuário é a melhor opção, assim você evita subir e descer ladeiras para visitar os principais pontos turísticos.

O Hotel Colonial* fica em um prédio histórico bem ao lado das capelas da Via Sacra, a poucos passos do Santuário. Suas instalações são simples, o atendimento nem sempre corresponde a de um hotel luxuoso, mas a localização é a melhor possível e você ainda terá café da manhã garantido com quitutes da culinária mineira.

Atualização: em 18 de outubro de 2018 identificamos que o Hotel Colonial não estava mais disponível no Booking. Você pode ver outras opções de hospedagem em Congonhas aqui ou então conferir nossa indicação, que é pela Pousada Circuito dos Inconfidentes.

Dicas rápidas sobre Congonhas

  • As ladeiras são ladrilhadas com pedras, portanto, escolha um calçado de solado plano e antiderrapante.
  • O melhor lugar para assistir ao pôr do sol é ao lado dos 12 profetas, em frente à Basílica (do lado esquerdo se você estiver virado para as capelas e do lado direito se você estiver voltado para a igreja).
  • Poucos estabelecimentos aceitam cartões de crédito e débito. Leve dinheiro em espécie.
  • Congonhas fica lotada durante os feriados religiosos. Se a intenção da viagem for apenas conhecer os pontos turísticos, é melhor escolher outro período.
  • Se você coleciona lembranças de viagens, solicite o seu Passaporte da Estrada Real gratuitamente pela internet e carimbe na loja Artesanato Mineiro, que fica na Praça da Basílica, nº 17.
O que fazer em Congonhas, a Cidade dos Profetas em Minas Gerais

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12 pensou em “O que fazer em Congonhas, a Cidade dos Profetas em Minas Gerais

  1. Que cidade encantadora. Cheia de locais interessantes pra conhecer, muita história e religiosidade. E ainda para sair do mesmo tema, os parques. Gostei!

  2. Minas Gerais é um estado muito lindo. São tantos lugares pra conhecer!! Queria ter mais tempos nas minhas idas ao Brasil para poder passar um tempo mineirando!rs

  3. Roteiro completinho, muito bom. Minas já está nos nossos planos há algum tempo, que bom que já temos as informações reunidas aqui. Obrigada.

  4. Visitei Ouro Preto e Mariana, mas nunca cheguei a ir a Congonhas. As obras do Aleijadinho são memoráveis.
    Sabe, as seis capelas do Jardim dos Passos são iguaizinhas às da Igreja do Bom Jesus em Braga, aqui pertinho de mim.
    Que bom que recuperaram o património da cidade.

  5. Estive em Congonhas no final do século 20 ahaha, bom saber que a cidade está em boa forma. Mas não fiz esse roteiro todo, só visitei os Passos e as esculturas, mesmo.

  6. Estive em Congonhas no ano passado e achei muito interessante. A Igreja dos Profetas é uma verdadeira obra de arte. O Brasil é muito rico em cultura e arte.

  7. Que lindo! Morei em Congonhas a 42 anos atrás, quero corria entre essas capelas dos passos tentando alcançar. Quero muito voltar esse ano, se a pandemia permitir.

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