O que fazer na Ilha de Marajó: roteiro para 3 dias
Não falta o que fazer na Ilha de Marajó, o que falta é tempo para conhecer tudo! A maior ilha fluviomarítima do mundo guarda praias exuberantes, igarapés de águas cristalinas, natureza virgem e muitas manifestações culturais. Certamente três dias não são suficientes para conhecer tudo que esse santuário ecológico tem a oferecer, mas se o roteiro for bem planejado, é possível ao menos ter um bom panorama.
Depois de publicar o guia completo da Ilha de Marajó e oferecer sugestões de onde se hospedar, minha missão é ajudá-lo a organizar um cronograma de 72 horas que abarque as principais praias e passeios de Soure, Salvaterra e o povoado de Joanes.
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Como ir de Belém à Ilha de Marajó
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Antes de escolher o que fazer na Ilha de Marajó, você precisa se informar sobre o deslocamento de Belém até lá. Os horários mudam com frequência e as embarcações disponíveis em setembro de 2019 (data de minha viagem), já podem ter mudado de horário quando você estiver indo pra lá. Por isso, a dica que eu dou é que você vá pessoalmente no Terminal Hidroviário de Belém na antevéspera do seu embarque e informe-se sobre os horários e preços atualizados.
Avião
Não é muito comum fazer o percurso entre Belém e a Ilha de Marajó de avião, mas é possível. O voo dura aproximadamente 25 minutos e parte do hangar da capital.
Para reservas e informações, ligue: (91) 3246-6691, (91) 3246-9301 ou (91) 3086-3964.
Navio
A maneira mais barata de viajar de Belém para a Ilha de Marajó é a bordo de um navio. O deslocamento leva aproximadamente 4 horas entre o terminal de Belém até o porto de Camará. De lá é necessário pegar uma van que leve até Salvaterra e depois fazer a travessia de barco até Soure, caso você tenha escolhido se hospedar lá.
Horários das saídas de Belém: de segunda a sábado, às 06h30 e 14h30. Domingo, somente às 10h.
Horários das saídas de Camará: de segunda a sábado, às 6h30 e 15h. Domingo, apenas às 15h.
Preço: R$ 25,83
Lancha rápida
Se você prioriza velocidade a preço, a lancha rápida é a melhor opção para viajar de Belém para a Ilha de Marajó. A empresa que faz o percurso é a Golfinho Expresso I e foi nela que embarquei. A embarcação sai do Terminal Hidroviário de Belém e vai direto para o porto de Salvaterra, economizando tempo e trabalho no deslocamento.
O único problema é que muitas pessoas passam mal no percurso. Se você costuma enjoar, é melhor ir de navio, que balança menos.
Horários das saídas de Belém: segunda, terça, quinta e sexta, às 8h15. Quarta e sábado, às 8h40. Não há viagem aos domingos.
Horários das saídas de Salvaterra: de segunda a sábado, às 5h30. Não há viagem aos domingos.
Preço: R$ 48
Carro + Balsa
Quem vai de carro para a Ilha de Marajó deve se dirigir ao porto de Icoaraci, a 20 km do centro de Belém, e de lá seguir de balsa até o terminal de Camará. A empresa que opera nesse trajeto é a Henvil.
Horários das saídas de Belém: todos os dias, às 6h e às 7h.
Horários das saídas de Salvaterra: de segunda a sábado, às 15h e 16h. Domingo, às 16h e 17h.
Preço: R$ 138,90 por veículo
💡 Alugar um carro é uma mão na roda!
As praias e pontos turísticos da Ilha de Marajó ficam distantes dos centros de suas respectivas cidades. Minha sugestão é que você alugue um carro em Belém e vá com ele para a ilha, podendo flexibilizar o seu roteiro e poupar tempo de deslocamento.
Eu uso e recomendo a Rentcars, que compara preços nas melhores locadoras do país e ainda divide o valor final em até 12 vezes no cartão de crédito.
O que fazer na Ilha de Marajó: roteiro para três dias
Cortei do meu roteiro toda e qualquer atividade que me sugerisse maus-tratos contra animais. Não tirei fotos com animais dopados, também não quis andar em veículos de tração animal e tampouco montei em búfalos. Preferi ver os animais andando e voando livremente, como tem que ser.
Aqui você descobrirá o que fazer na Ilha de Marajó sem agredir a natureza e sem explorar as comunidades que vivem do turismo. Espero que gostem das minhas sugestões!
1º dia: Chegada à Ilha + Praia da Barra Velha + Praia do Araruna + Passeio em Soure + Carimbó
8h15: Saída de Belém com a lancha rápida, que demorou cerca de 2h para atracar em Salvaterra depois de muitos solavancos.
11h: Chegada à Pousada Boto, em Salvaterra, onde me hospedei. Fiz o check-in, deixei minhas coisas, troquei de roupa e saí para almoçar. Fui ao restaurante Zé do Arroz, em frente à pousada. Paguei R$ 13 em um prato gigantesco de comida.
12h: Peguei a câmera e me dirigi ao porto. Como cometi a insanidade de viajar sem carro, precisei de um mototáxi, cujo preço fixo em Salvaterra é de R$ 7 por corrida.
12h30: A essa hora já tinha cruzado o rio Paracauari de rabeta. O percurso não leva nem 10 minutos e passagem custa R$ 2,50.
13h: Precisei de outro mototáxi para me levar até a Praia da Barra Velha e combinei com ele a hora de voltar. Lá não pega telefone, então é importante deixar um horário estabelecido com o piloto para que depois não haja apuros.
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14h30: Peguei carona num barquinho de pescador e fui conhecer a Praia do Araruna. Às 16h o mototaxista já estava me esperando no lugar combinado. Eles são muito pontuais!
16h30: Aproveitei para conhecer o M’barayó, onde aprendi sobre a história da tradicional cerâmica marajoara. Foi um passeio rápido, mas muito proveitoso.
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17h: Tive tempo de vagar pelo centro de Soure – tida como a capital da ilha – e conhecer lojas de artesanatos, observar pessoas e tomar suco de bacuri, o meu favorito.
18h: Depois de bater perna, me sentei no trapiche e fiquei observando o entardecer. Foi o pôr do sol mais lindo que vi nos meus três dias na Ilha do Marajó. Uma bela recepção! Terminado o espetáculo, voltei para Salvaterra de rabeta, mais R$ 2,50. Depois ainda tive que pagar mais R$ 7 de mototáxi até a pousada.
18h30: Exausta, fui tomar banho e jantar o que sobrou do meu almoço. Descansei um pouquinho e me arrumei para sair novamente.
21h: Era sexta-feira e tinha apresentação de carimbó na Praia Grande de Salvaterra. Da pousada fui e voltei a pé, com a rua movimentada. Cidade pequena tem essa vantagem, todo mundo vai para o mesmo lugar e não há perigo em andar sozinha, pois a rua não fica deserta.
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23h: Fim da farra. Hora de dormir. Até que para um dia que começou tarde, meu dia foi cheio.
💡 Dica para economizar!
No primeiro dia eu não sabia, mas descobri que há um pequeno porto em frente à Igreja de Nossa Senhora das Dores de onde partem barquinhos carinhosamente apelidados de popopô, pelo barulho que fazem.
O valor do transporte até Soure é R$ 4 e você não vai precisar de mototáxi para ir até o pier. O popopô passa a cada meia-hora.
2º dia: Passeio de barco + Praia do Pesqueiro + Praia do Céu e Caju-Una + Comilança
8h: Com baterias recarregadas e tudo pronto para sair, tomei café na pousada e me dirigi ao porto da prainha, em frente à igreja.
9h: O barqueiro já nos esperava para o passeio pelo rio Paracauari, que incluía a Praia do Garrote (onde está o Farol de Soure) e o Furo do Miguelão, com áreas de mangue amazônico, onde avistamos guarás vermelhos, garças e macacos. Dizem que botos também passam por ali, mas não os vi. A duração do passeio é de duas horas e custa R$ 50. Telefone para agendamento: (91) 98498-4670.
11h30: Fui direto para a Praia do Pesqueiro e lá almocei. Essa praia fica a 12 km do centro de Soure e o deslocamento custa R$ 30 ida e volta. É necessário agendar o retorno, uma vez que o sinal de telefone é inexistente ali.
Havia a possibilidade atravessar até a Comunidade do Céu e de Caju-Una para conhecer as praias de lá, mas eu estava curtindo a Praia do Pesqueiro e preferi ficar por lá mesmo comendo o meu peixinho e tomando meus refrescos. De qualquer forma, fica como opção para a sua lista com o que fazer na Ilha de Marajó. O nome do barqueiro que faz a travessia é Seu Catita.
16h: Mais uma vez o mototaxista chegou pontualmente e me levou de volta ao centro de Soure. Passei no restaurante Delícias da Nalva para experimentar o famoso pudim de cupuaçu. Custou R$ 15,90.
17h: Voltei para o trapiche e de lá peguei o popopô que me levaria a Salvaterra. Fui andando até a Praia Grande e ali assisti a mais um pôr do sol espetacular.
19h: Fui para a pousada tomar banho e deixar algumas coisas adiantadas para o dia seguinte até dar a hora de sair para uma voltinha noturna.
20h30: Fui ao Espaço Cultural de Salvaterra ver artesanatos locais e aprender sobre a lenda da Matinta Perera, depois fui ao restaurante Sabor do Marajó para ir ao comer o tão falado caldo de turu, uma espécie de molusco que tiram das raízes dos mangues. Não vou dizer se foi bom ou ruim. Experimente e tire suas conclusões, depois venha me contar se gostou.
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3º dia: Salvaterra + Jubim + Joanes + Volta a Belém
7h: Como de costume, acordei cedo para tomar um café da manhã reforçado. Uma das sócias da Pousada Boto seria a minha guia no passeio a Joanes. O preço cobrado por ela é o mesmo dos taxistas: R$ 120 por carro. Eu poderia ter dividido com mais 3 pessoas, mas por falta de interessados, precisei arcar com tudo sozinha.
8h: Começamos o dia passeando por Salvaterra. Essa parte é possível fazer por conta própria, já que a cidade é bem pequena e tranquila. Reserve ao menos 1h30 para passear pelas ruas, observar as intervenções artísticas e fazer algumas fotos.
9h30: A caminho de Joanes, passamos pela praia de Jubim e paramos apenas para fazer algumas fotos, já que a água estava agitada, perigosa para banho. A paisagem é linda, vale a pausa parar e admirar.
10h: Na entrada de Joanes, paramos na Associação Educativa Rural e Artesanal da Vila de Joanes – AERAJ para que eu pudesse conhecer o trabalho dos artesãos locais, que transformam materiais recolhidos na praia e plantas secas em obras-primas. Eles também produzem peças em cerâmica e as vendem por preços mais acessíveis.
10h20: Chegamos às ruínas da igreja construída por ordem dos jesuítas que ali se estabeleceram no século 17 com o propósito de catequizar os índios que viviam naquela região. Um atrativo que não pode ficar de fora da lista com o que fazer na Ilha de Marajó, já que o pequeno vilarejo tem grande importância histórica.
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10h45: A Praia de Joanes não podia ficar de fora do roteiro. Ela tem ares de praia deserta, com areia clara e cercada por árvores. E mesmo com pouco movimento de turistas, há boa estrutura, com restaurantes, banheiros e estacionamento. Vale a pena conhecer!
11h15: Se eu tivesse alugado um carro, teria ido conhecer as ruínas de Monsarás também. De qualquer forma, o roteiro proposto pela guia estava interessante e ouvir os comentários dela enriqueceu o passeio.
Para fechar o tour, fomos ao Igarapé Olho D’Água, um lugar simples, mas de grande beleza. Lá pedimos uma porção de camarão que custou apenas R$ 10 e estava um delícia!
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13h: Cheguei apressada para tomar banho e esperar a van que me levaria ao porto de Camará. Se tivesse sido mais esperta, teria colocado a mala no carro da guia e pedido para ela me deixar no terminal hidroviário, que era caminho. Fica a dica para você!
13h30: O motorista da van chegou e aqui terminou o meu roteiro de 3 dias na Ilha de Marajó. O deslocamento entre Salvaterra e o Terminal Hidroviário de Camará custou R$ 10, mas poderia ter custado menos se eu esperasse a van na estrada. Paguei pela comodidade.
15h: Hora de entrar no navio e relaxar olhando a imensidão do rio. Foram quatro horas de viagem entre a Ilha de Marajó e Belém, com direito a um pôr do sol deslumbrante, fechando com chave de ouro uma viagem que ficará para sempre em minha memória.
Cuidados na Ilha de Marajó
O pior IDH do país é o da Ilha de Marajó. As condições de saúde são muito precárias e ser atendido em um posto médico leva dias, quiçá meses. Não saia de casa sem a cobertura de um seguro viagem nacional, que custa apenas R$ 4 por dia e oferece transfer para clínicas particulares credenciadas, cobertura médica para gestantes, atendimento odontológico e cobertura farmacêutica, reembolsando gastos com remédios prescritos após a consulta. O seguro também oferece cobertura para bagagens extraviadas ou danificadas, além de assistência jurídica em caso de acidente de trânsito.
Use um dos nossos cupons e pague mais barato!
[vb_post_list tag=”para” limit=”15″ title=”Leia mais sobre a Ilha de Marajó e outros destinos no Pará”]
Bom dia,
Gostei bastante de seus posts… Em setembro desse ano vou conhecer a Ilha juntamente com minha esposa… Só fiquei na dúvida se vale a pena mesmo ir com carro alugado…
O resto, tenho certeza de que iremos gostar…
Mais uma vez parabéns !!!
Argus, eu não aluguei carro e me arrependi, porque acabei dependendo de mototaxista para tudo.
Como não há sinal de telefone nas praias, é necessário marcar horário e às vezes queremos ficar mais e não podemos porque o motorista está esperando.
Outra vantagem do carro é poder parar pelo caminho, observar a natureza, conhecer restaurantes, lojinhas, etc.
No Marajó não tem locadora de veículos, então você precisa alugar um em Belém e fazer a travessia de balsa com ele. A Rentcars é o site que uso para fazer cotações e reservas.
Se aparecer mais alguma dúvida, estou à disposição.
Abraços!
Um dos meus grandes arrependimentos foi ter ido para Belém e não planejado alguns dias na Ilha de Marajó… adorei o seu roteiro, que lugar lindo!
Você ia adorar, Gabriela! Mas nunca é tarde para se planejar.
Abraços!
Eu visitei a Ilha do Marajó quando estive em Belém, mas foi só um bate-volta, devo ter ficado umas 5 horas só. Uma pena pois é um lugar único e eu pretendo muito voltar e seu post com o que fazer na Ilha do Marajó só me deixou mais vontade.
Rapaz, você passou mais tempo no barco do que na Ilha! Mas que bom que deu pra ter ao menos uma prévia.
Quando voltar, fique ao menos três dias para curtir as praias.
Adorei o roteiro de 3 dias de vocês pela Ilha de Marajó. Incrível como aproveitaram bem e conheceram tanta coisa em tão pouco tempo. Fiquei com vontade de conhecer
O segredo é sair de casa com um roteiro esquematizado, pensando em mais ou menos quanto tempo dedicar a cada lugar.
Dificilmente seguimos tudo à risca, também nos rendemos ao inesperado, mas ter um cronograma ajuda a escolher o que fazer sem perder tempo procurando.
Abração!
Bem legal teu post com roteiro do que fazer na Ilha de Marajó em 3 dias. É um lugar que eu não conheço mais deve ser incrível! As fotos estão lindas!
Esse post caiu como uma luva! Faz anos q quero conhecer a Ilha de Marajó e sempre adiei nos primeiros anos por falta de informação e depois por preguiça + por ter que fazer passeios sozinha (como no seu caso q teve q pagar um deles sozinha…). Mas com toda essa história de pandemia, cheguei a conclusão q não posso ficar adiando as coisas q quero não… Pelo menos fico mais tranquila q vc foi sem carro alugado e sozinha então sei q consigo ir tb!
Cheguei para morar em Belém pouco antes da Pandemia e justamente o que sinto falta aqui é o pouco de informações a respeito da infinidade de destinos turísticos ainda mal explorados em nossa região. E mesmo sem muitas informações, consegui desbravar e conhecer alguns lugares com minha esposa, na cara e coragem. Agradeço muito a Gisele pelas informações a respeito da ilha do Marajó, que está na minha lista de lugares para conhecer aqui no Pará. Com certeza foi fundamental para que eu me planeje. Desejo tudo de bom a você e que continue contribuindo para o turismo ecológico no nosso Brasil. Fique com Deus
Que alegria ler isso, Saulo!
Tenho imensa vontade de retornar ao Pará para desbravar outros destinos.
Torcendo para que logo a vacina seja distribuída em larga escala para que eu possa colocar os planos em prática.
Abração!
“O pior IDH do país é o da Ilha de Marajó.” Você fala generalizando todo o Marajó, alguns dos 16 municípios possui um dos piores IDH do Brasil, mas Soure e Salvaterra não fazem parte da lista.