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Desbravando o Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros

Nosso terceiro dia na Chapada dos Veadeiros foi parcialmente dedicado ao Vale da Lua. Para fugir das multidões e evitar que o incidente da Cachoeira Santa Bárbara se repetisse, acordamos cedo e às 8h da manhã já estávamos na portaria do lugar. Éramos os únicos, não havia nenhum carro no estacionamento, um bom presságio de que dessa vez não precisaríamos disputar espaço com ninguém.

O porteiro nem havia sentado em seu banquinho quando chegamos para pagar os ingressos, que em agosto de 2018 custavam R$20. Ele nos passou algumas informações sobre a trilha, pediu para não ultrapassarmos as áreas demarcadas com cordas, falou para trazermos o nosso lixo de volta, não levar bebidas alcoólicas e não fumar, pois isso poderia causar um incêndio desastroso. Depois deu um sorriso e nos desejou um bom passeio.

Como chegar ao Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros

Pelo menos até a data da nossa viagem, em agosto de 2018, não havia ônibus que levasse até o Vale da Lua, então só é possível chegar lá de carro, seja com um veículo alugado, carona ou contratando um motorista/taxista/guia.

Saindo de Alto Paraíso

São 35 km seguindo pelo rodovia GO-239 em sentido a São Jorge. Fique atento às placas para saber quando entrar numa estradinha de terra que o levará até a portaria. No caminho estará o lindo Jardim de Maytrea, vale a pena parar na volta.

Saindo de São Jorge

Para quem estiver hospedado em São Jorge, a distância a ser percorrida é de 9 km, sendo 5 km em rodovia asfaltada e 4 km em estrada de terra. O trajeto é bem sinalizado, basta ficar atento para não se perder.

Como chegar ao Vale da Lua, Chapada dos Veadeiros, Goiás
Como chegar ao Vale da Lua, Chapada dos Veadeiros, Goiás. Créditos: Viajei Bonito

Sobre o Vale da Lua

Ao longo de 600 milhões de anos ações da natureza esculpiram com perfeição as rochas do vale, criando poços e cavidades que à primeira vista nos remete às crateras lunares.

As diferenças logo começam a aparecer quando avistamos as primeiras piscinas naturais. Mais alguns passos e podemos ver pequenas quedas d’água escoando entre os cânions. Siga as placas que apontam para a prainha e um verdadeiro parque aquático se revelará diante dos dos seus olhos, com direito a toboáguas, cascatas, piscinas e hidromassagens. Uma obra impecável da Mãe Natureza!

As trilhas e segredos do Vale da Lua

Qualquer pessoa sedentária consegue fazer a trilha do Vale da Lua sem terminar ofegante. A distância que liga a portaria às pedras é de apenas 600 metros, sendo que há banquinhos de madeira disponíveis para quem quiser parar e descansar.

No meio do caminho há um pequeno mirante com vista para as serras da Chapada dos Veadeiros, onde nós paramos por apenas alguns minutos, tempo suficiente para tomar um pouco de água, contemplar a paisagem e tirar algumas fotos.

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Ao fim de 15 minutos, estávamos lá, pisando na Lua. Pisando cuidadosamente, diga-se de passagem, porque a superfície irregular é propícia a tombos e tropeços.

Aproveitamos que o lugar era todo nosso e apreciamos cada detalhe, depois seguimos as placas e fomos direto para a piscina, que para nós se parece mais uma prainha. Nem o salva-vidas tinha chegado ainda!

Se você pensa que a água é gelada, acertou! Foi difícil entrar, mas foi mais difícil sair. E nesse momento o esforço de levantar cedo fez todo sentido. Nenhum barulho de pessoas, apenas o som da água, do vento e dos pássaros.

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Depois de mais ou menos meia hora o primeiro grupo de turistas chegou. Eram apenas três meninas e com elas o salva-vidas. Se não fosse por ele, jamais teríamos descoberto das cachoeiras escondidas em meio às pedras. O acesso é um pouco difícil, mas com a ajuda dele consegui entrar sem perrengues. Adriano é claustrofóbico e preferiu ficar do lado de fora.

Lá dentro a água bate na cintura, porém, apesar de ser raso, é bom ficar atento às pedras, que são muito escorregadias. Vá segurando nas paredes e firme bem os pés a cada passo. PARA A SUA SEGURANÇA, NÃO ENTRE ALI SOZINHO.

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A caverna parece uma casa de três cômodos: você entra na sala, passa por um corredor de cachoeiras, entra em um quarto e depois sai no quintal, ao qual você chega através de um tobogã natural. A saída é bem mais fácil que a entrada.

Você pode ficar no Vale da Lua quanto tempo quiser, mas recomendo que saia na hora do almoço para que consiga combinar com outro passeio. No caso, nós escolhemos as cachoeiras de Almécegas I, Almécegas II e São Bento.

O caminho de volta até a portaria é um pouco mais curto, já que não passa pelo mirante.

Dicas de segurança:

  • Cancele o passeio se estiver se o dia estiver chuvoso. Há chances de trombas d’água, um fenômeno natural muito perigoso que acontece quando chove na cabeceira dos rios, subindo seu volume de água repentinamente, aumentando também a força da correnteza, que arrasta tudo o que encontra pela frente.
  • Use botas de trekking ou tênis para evitar torções. Chinelos nem pensar!
  • Respeite a sinalização e não ultrapasse as áreas demarcadas por cordas.
  • Não vá até as margens dos cânions. Em 2014 um homem morreu afogado no Vale da Lua após o chinelo arrebentar, fazendo com que ele escorregasse e caísse dentro do rio.
  • Cuidado com os buracos! Na portaria fomos informados que algumas crateras chegam a mais de 5 metros de profundidade, levando a lugares inundados de difícil acesso. Uma queda pode ser fatal!
  • Não entre nas cavernas inundadas sem a companhia de um salva-vidas ou guia experiente. Só eles conhecem os lugares seguros, assim como a melhor forma de entrar e sair sem colocar em risco a sua integridade física.
  • Olhe as pedras antes de se sentar e chacoalhe bem as roupas, pois é comum encontrar aranhas ali. Nós mesmos vimos algumas.
Dicas de segurança para o Vale da Lua, Chapada dos Veadeiros
Dicas de segurança para o Vale da Lua, Chapada dos Veadeiros. Créditos: Gisele Rocha

Onde se hospedar próximo ao Vale da Lua

A cidade mais próxima ao Vale da Lua é São Jorge, onde recomendamos a [bookinglink id=”3261668″ text=”Pousada Coité”]. Porém, se esse for seu único dia de passeio nos arredores, recomendo que você use Alto Paraíso, já que ela possui mais estrutura para receber turistas. Ali recomendamos a excêntrica [bookinglink id=”586833″ text=”Pousada Espaço Naves Lunazen”], a nada-convencional [bookinglink id=”2258588″ text=”Vila Toá”], ou o inusitado castelo [bookinglink id=”341945″ text=”Camelot Inn”].

Informações úteis

Horário de funcionamento: das 7h às 17h

Preço: R$20 por pessoa

Necessidade de guia: Não

Nível de dificuldade: Fácil, mas é necessário ter atenção aos desníveis das rochas.

Infraestrutura: Possui banheiros, estacionamento gratuito e lanchonete

Para onde ir depois: O passeio pode ser combinado com o Jardim de Maytrea; cachoeiras Almécegas I, Almécegas II e São Bento, ou com as termas da Fazenda Morro Vermelho, Éden e Jequitibá, que estão localizadas na cidade de [link tag=”sao-jorge”]São Jorge[/link].

Gisele se despedindo do Vale da Lua, Chapada dos Veadeiros
Gisele se despedindo do Vale da Lua, Chapada dos Veadeiros. Créditos: Adriano Castro

Leia mais sobre a Chapada dos Veadeiros

Gisele Rocha

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Andou meio mundo tentando descobrir o que queria fazer, até descobrir que queria mesmo era andar pelo mundo.

7 pensou em “Desbravando o Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros

  1. Adorei as dicas sobre o Vale da Lua. Eu ainda não conheço a Chapada dos Veadeiros. Deve ser um passeio incrível, quero muito quando for possível! Abraços.

  2. O Vale da Lua é um dos lugares mais incríveis da Chapada dos Veadeiros. Quando estive por lá não cheguei a descer porque era época de chuvas e estava bem perigoso. Fiquei morrendo de vontade de conhecer essa cachoeira escondida.

  3. Nossa, o Vale da Lua é um lugar que não dá para deixar de fora do roteiro na Chapada dos Veadeiros, né?!

    Infelizmente ainda não tive a oportunidade de fazer essa viagem, mas já vi tantas fotos lindas de lá que morro de vontade de conhecer.

    Quando for, vou me programar para chegar bem cedinho nos lugares.

    Obrigado pelas dicas!

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