De Bike Pela Estrada Real – Dia #10: Ultrapassando fronteiras
Dia 10 – Passa Quatro (MG) – Vila do Embaú (SP) – Guaratinguetá (SP)
Total: 78 km
Amanheceu lindamente em Passa Quatro. Um belo café com muitas frutas e logo saio do hotel ansioso para “ultrapassar fronteiras”.
A partir de agora subirei a Mantiqueira, entrarei no Estado de SP, visitarei o famoso “túnel da Mantiqueira” e espero chegar cedo a Guaratinguetá, pois será o trajeto mais longo de toda viagem.
A cidade de Passa Quatro vai ficando para trás e vou seguindo por uma estrada de terra que por vez ou outra, corta os trilhos do trem.
Majestosa Mantiqueira! Uma calmaria dentro dos vales com rios, animais pastando, pequenos agricultores… tudo isso em um enorme relevo!
Praticamente na metade do percurso, a estrada de terra finaliza e entramos no asfalto. Asfalto este que não possui acostamento! Sobe, sobe, sobe…
Nas minhas anotações, estava bem demarcado que ao chegar ao totem 1226, este estaria ao lado do histórico Túnel da Mantiqueira. Vou sempre verificando os limites do relevo só pra ter uma ideia de que a qualquer momento o túnel pode aparecer…
Ao entrar no asfalto sem acostamento, a tensão aumenta. Todas as vezes que pedalei no asfalto me senti fora daquela atmosfera que envolvia esses 10 dias de pedal. Parece que o objetivo fugiu! Andar no asfalto, ouvindo barulho de carros, radiação solar refletida… Minha satisfação por estar ali caía. Só queria sair o mais rápido do asfalto e voltar para a estrada de terra.
Mas foi no asfalto uma das maiores alegrias de toda a viagem. Ao avistar a placa da divisa dos estados, fiquei eufórico! A divisa é bem no ponto mais alto daquela estrada. Bem no alto da Mantiqueira! Feliz por estar ali. De bike em outro estado e ainda mais com aquela imagem impressionante do Vale do Paraíba.
Existe um mirante na divisa em homenagem a Nossa Senhora da Conceição. Fiz uma pausa e segui, agora, por estrada de terra e comecei a descer até entrar em uma das trilhas mais loucas que percorri! Você apenas desce por dentro da mata até chegar ao asfalto novamente, mas já bem abaixo da divisa. Foi aí que me lembrei do Túnel da Mantiqueira e do totem 1226! Oh não! Empolguei-me na descida e passou despercebido… Paciência. Isso será mais um motivo para voltar aqui.
Essa parte do asfalto já é feita pelo acostamento me deixando ligar os fones de ouvidos, bloqueando o barulho dos carros. Sigo por asfalto até meu primeiro ponto estratégico que foi na Vila Do Embaú, distrito de Cachoeira Paulista.
Almocei na Vila e segui por asfalto até Guaratinguetá. Um asfalto muito bom, com acostamento. O único trecho de terra foi em Lorena. Uma estrada de terra com bastante trânsito de caminhões. Voltei para o asfalto com uma bela planície à esquerda e a Mantiqueira à direita, ficando para trás. Faltando aproximadamente 05 km para chegar a Guaratinguetá, entro na estrada de terra. Já é fim de tarde, o sol está fraco e eu também. Como disse, foi o trecho mais longo de todos e esse final de asfalto tirou meu humor…
Ao entrar em Guaratinguetá, você se depara com uma gigantesca subida! Quase desci da bike, mas insisti e fui lentamente vencendo-a…
Começa uma nova dor de cabeça. Os grandes centros urbanos. Argh! Como é ruim pedalar neles. Abri minha planilha e localizei o ponto inicial de amanhã e fui buscar um hotel o mais próximo possível para que não perdesse tempo ao sair para Cunha, minha próxima cidade.
Por incrível que pareça, achei um hotel em frente à Catedral de Santo Antônio de Guaratinguetá. Muito linda que dava pra ver da janela do quarto. Visitei a Catedral, achei um restaurante bom por ali mesmo, ao lado dela e depois de jantar fui dormir já pensando no próximo estágio. O penúltimo! Já estou quase lá!
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