De Bike Pela Estrada Real – Dia 11: Quase lá
Acordei em Guaratinguetá com aquela sensação boa de dia sem pressa, sem metas heroicas, só o prazer de seguir adiante.
Eu ainda não sabia, mas esse trecho até Cunha acabaria virando um daqueles capítulos que a gente revisita mentalmente depois da viagem.
Entre acostamentos, decisões improvisadas e uma subida que parecia não ter fim, fui descobrindo novas paisagens, novos encontros e até umas verdades sobre a minha própria rota.
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Dia 11: Guaratinguetá (SP) / Cunha (SP)
Total: 50 km
Hoje foi um dia “sem pressa”. Até que a cidade de Guaratinguetá é simpática! Pelo menos nesse lado da cidade, próximo a Catedral… Já tinha estudado a planilha e toquei para a Dutra! Ai, ai, já vai começar a dor de cabeça…
Bem no trevo para a Dutra, o totem marca para entrarmos a esquerda na SP-171. Que ótimo! E por aqui um belo acostamento.
Durante o pedal, cruzei com vários ciclistas de estrada. Indo e vindo assim como os carros. Para não me incomodar com o barulho, música nos ouvidos!
Comecei a refletir sobre a viagem. Vários trechos da Estrada Real mesclam com o asfalto e chegam ao mesmo objetivo.
Ao estudar a planilha de hoje, percebi que esse trajeto não fugiria desse padrão e pensei. “Será que vale a pena ficar ‘entrando’ na estrada de terra e sair logo à frente no asfalto?”
Com essa interrogativa, fui observando a paisagem e percebi nada diferente que me atraísse a conhecer e evitei a primeira “entrada”, continuando pelo asfalto.
Totens da Estrada Real vão ficando para trás e realmente eu estava certo. TODAS as estradas de terra retornam ao asfalto.
Para melhorar minhas informações, parei na Polícia Rodoviária e perguntei sobre a região, sobre a SP-171 e meu destino até Cunha.
Os policiais foram super gentis e após uns cinco minutos de conversa eu tive certeza. Irei até Cunha por asfalto.
Durante uma forte subida o corpo começa a esquentar. O tempo está seco e bem ensolarado. Poucos carros e de repente, acabe-se o acostamento! Hora de desligar o som e prestar atenção na estrada.
Acelero o pedal pensando que a subida ia terminar numa curva lá em cima e para meu desespero, não! Resolvo diminuir o ritmo e curtir aquele visual deslumbrante na Serra do Quebra-Cangalha.
Durante a subida encontro com dois ciclistas que estão vindos de Guará e pedalamos juntos até o ponto mais alto aonde localiza uma biquinha. Ponto estratégico para descansar daquele subidão! Eu continuo e eles retornam para Guaratinguetá.
Como era um trajeto só por asfalto, comecei a reparar a bike. Até então não tinha enfrentado nenhum tipo de problema mecânico, mas comecei a perceber que o seu desempenho estava a desejar e lembrei: fazem 11 dias que estou pedalando e não calibrei nenhuma vez os pneus! Não teve outra.
Achei um posto de gasolina e conferi. Nove PSI a menos desde o dia que parti! As descidas ficaram mais interessantes a partir de agora.
Até Cunha a estrada segue alternando em subidas e descidas. Chego cedo à cidade. Na primeira pousada que pesquiso o preço já encontro um restaurante e almoço por ali. São 13h30min.
Resolvo explorar mais a cidade e após o almoço saio à procura de alguma pousada mais acessível. Pergunto ali, acolá e consigo achar uma estalagem por 30 reais mais café da manhã! Tudo certo.
Roupas lavadas e ao sair do quarto aparecem dois ciclo turistas paulistas. Vão ficar hospedados também por ali e na manha seguinte partem para Paraty!
Após uma breve apresentação, resolvemos ir para a rua tomar um açaí e conversar um pouco sobre a viagem.
Acredito que a estrada e toda sua atmosfera nos conectam uns aos outros fazendo cruzar os mesmos caminhos. Galera gente boa. Resolvemos partir juntos, no dia seguinte, para Paraty.
Essa é minha última noite de bike pela Estrada Real. Tenho uma mistura de sensações: Cansaço, plenitude, curiosidade, prazer e felicidade!
Foram 11 dias sendo cada um diferente do outro. Indescritível!
Estou louco para tomar um banho de mar.
Leia todos os posts da série 'De bike pela Estrada Real'
- Dia 1: Alto Maranhão (MG) / São Brás do Suaçuí (MG) / Entre Rios de Minas / Casa Grande (MG)
- Dia 2: Casa Grande (MG) / Lagoa Dourada (MG) / Prados (MG)
- Dias 3 e 4: Prados (MG) / Tiradentes (MG) / São João Del Rei (MG) / São Sebastião da Vitória (MG) / Caquende (MG)
- Dia 5: Capela Do Saco (MG) / Carrancas (MG)
- Dias 6 e 7: Carrancas (MG) / Traituba (MG) / Cruzília (MG)
- Dia 8: Cruzília (MG) / Caxambu (MG) / São Lourenço (MG)
- Dia 9: São Lourenço (MG) / Pouso Alto (MG) / Itamonte (MG) / Itanhandu (MG) / Passa Quatro (MG)
- Dia 10: Passa Quatro (MG) / Vila do Embaú (SP) / Guaratinguetá (SP)
- Dia 11: Guaratinguetá (SP) / Cunha (SP)
- Dia 12: Cunha (SP) / Paraty (RJ)
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Rafael Barletta
Possui bacharel e licenciatura em Geografia. Leciona para os ensinos médio e fundamental de escolas públicas e particulares. Gasta todo seu salário no mundo duas rodas e em viagens. Não dispensa um feriado.
