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De Bike Pela Estrada Real – Dia #9: Pernas pra que te quero

Dia 09 – São Lourenço (MG) – Pouso Alto (MG) – Itamonte (MG) – Itanhandu (MG) – Passa Quatro (MG)

Total: 53 km

A cidade de São Lourenço possui um belo cartão-postal que só me deixou com mais vontade de voltar: o Parque das Águas, com suas fontes medicinais a vontade para quem quiser provar… Uma pena não ter pegado o parque aberto. Durante todo o trajeto, preocupei em sair próximo das 08h30min. Não muito cedo nem muito tarde, pois estava pedalando no inverno e faz frio. Muuuuito frio!

Concentração na Estrada Real
Concentração na Estrada Real. Créditos: Rafael Barletta

Uma forte neblina me acompanhou até a saída da cidade. Foi a primeira vez que pedalei usando um agasalho mais reforçado. A Estrada Real inicia na zona rural de São Lourenço, margeando um rio, aumentando ainda mais o frio!

Uma estrada de sobe e desce com várias casinhas ao longo dos primeiros quilômetros e junto delas os cachorros. Nunca vi tanto cachorro e TODOS eles correm atrás de você! De vira-latas à raça Fila! Todas as vezes que encontrei com os cães eu estava ou em uma reta ou em descida, por minha sorte.

Durante o percurso de São Lourenço para Pouso Alto (16 km) errei a entrada em uma encruzilhada. Os totens da Estrada Real desapareceram, mas os cachorros não…

Ponte ao longo da Estrada Real
Ponte ao longo da Estrada Real. Créditos: Rafael Barletta

Encontrei com funcionários da CEMIG e perguntei sobre esta estrada. Eles me informaram que se eu continuasse eu chegaria ao meu destino e que não precisaria se preocupar porque tinha placas indicando. Então assim fui, desconfiado, até chegar à primeira placa que me fez relaxar. Por causa do meu erro, o trajeto aumentou em 6 km.

Ao chegar a Pouso Alto parei em uma quitanda para comer duas bananas e ao conversar com a atendente, percebi a forte influência de São Paulo em seu sotaque. Perceber a diversidade nos faz pensar o quão interessante e pouco explorado é o nosso Brasil.

Saindo de Pouso Alto, rumo a Itamonte, você passa por duas cidadezinhas. São Sebastião do Rio Verde e Capivari. Nesta parei para almoçar.

No final do almoço me informei com um guarda rodoviário sobre os próximos percursos: Itamonte, Itanhandu e Passa Quatro. Lógico que ele me indicou a rota pelo asfalto, mas expliquei minha situação e no final suas informações foram de grande valia.

De volta ao asfalto, Estrada Real
De volta ao asfalto, Estrada Real. Créditos: Rafael Barletta

Resolvi seguir direto, pelo asfalto, até Itanhandu e não passar por Itamonte. Segundo o site da Estrada Real não existe marcação com totens nesse trecho e não estava nem um pouco animado a me perder novamente.

Por apenas 5 km de asfalto, chego a Itanhandu. Me informo sobre a ER e logo estou nela, para minha alegria!

Linha do Trem ao longo da Estrada Real
Linha do Trem ao longo da Estrada Real. Créditos: Rafael Barletta

De Itanhandu a Passa Quatro a estrada é plana com muitas granjas. A bela Mantiqueira vai acompanhando todo percurso. Idas e vindas de pessoas das mais variadas formas e de repente, Passa Quatro!

Estação de Trem de Passa Quatro, Estrada Real
Estação de Trem de Passa Quatro, Estrada Real. Créditos: Rafael Barletta

Uma bela cidade com grande valor histórico. Seus trilhos interligavam Minas e Rio trazendo grande impulso à economia durante o final do século XIX. Hoje se transformou em um grande atrativo turístico.

Repouso satisfeito em Passa Quatro, pois estou ciente que ali é minha última cidade mineira. Logo estarei no Estado de São Paulo e de bicicleta!

Bons Sonhos.


Rafael Barletta

Possui bacharel e licenciatura em Geografia. Leciona para os ensinos médio e fundamental de escolas públicas e particulares. Gasta todo seu salário no mundo duas rodas e em viagens. Não dispensa um feriado.

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