Dirigir na Jamaica: como me adaptei à mão inglesa
Dirigir na Jamaica pode soar desafiador por conta da mão inglesa mas é mais fácil do que parece. Os primeiros passos, realmente, são um baita exercício para se acostumar com alguns controles e treinar a percepção do espaço em volta do carro. Mas nada pelo que se desesperar.
Neste artigo vou contar a você sobre minha experiência no país não tendo nunca dirigido no lado oposto ao qual estamos acostumados no Brasil. Nossa viagem começou e terminou em [link tag=”montego-bay”]Montego Bay[/link] e chega a ser curioso comparar a forma como saí da locadora e como cheguei alguns depois.
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Sobre a mão inglesa na Jamaica
Um pouco de história ajuda a contextualizar as coisas. A [link tag=”jamaica”]Jamaica[/link] foi colônia britânica por três séculos e muito de sua cultura e costumes sofreram influências permanentes. A gastronomia, arquitetura e o sistema de governo são exemplos claros nos quais os ingleses deixaram sua marca.
E não foi diferente na forma de organização do trânsito. Ao dirigir na Jamaica você precisará exercitar o seu cérebro. Eu diria que você no fim das contas irá reaprender a dirigir, obviamente numa curva de aprendizado muito mais rápida.
Para ficar por dentro de outros fatos curiosos sobre como a cultura inglesa ainda é presente na Jamaica, recomendo ler este artigo do Jamaica Experience.
“Aprendendo” a dirigir na Jamaica
Vamos lá, hora de contar a você como foi aprender a dirigir na Jamaica.
Tudo começou quando desembarcamos no Aeroporto Internacional Sangster, em Montego Bay. De reserva feita, apresentei nosso voucher no balcão da National e em alguns minutos estávamos colocando as bagagens no porta-malas.
E aí você me pergunta: se lá é tudo ao contrário, significa que o bagageiro do carro fica na frente? Não. E eu sei que você não me perguntaria isso. Só incluí este parágrafo para você ter noção de como minhas piadas são ruins.
O funcionário da locadora pegou então alguns dados da minha CNH e ao ver que eu era do Brasil, me perguntou se estava pronto para dirigir um carro na mão oposta. Respondi que sim, enquanto minha alma chorava por dentro tamanho era o medo de sapecar aquele veículo no primeiro barranco que aparecesse. Ao olhar para o portão no qual sairíamos, a primeira coisa que notei foram as rotatórias que precisariam ser feitas. Isto é, o pior desafio para quem nunca dirigiu na mão inglesa.
Ao ligar o carro, um pouco desse medo foi passando. Talvez a expectativa estivesse muito acima da realidade e tirando o fato de que liguei o limpador de parabrisa com um sol de quase 40 graus no lugar da seta, tudo correu bem até a saída e as rotatórias não apresentaram tanto desafio assim.
Nosso destino era Negril e para nossa sorte o trânsito estava muito carregado naquela hora do dia. Com isso, eu tive a oportunidade de me acostumar com os controles em baixa velocidade, sem risco de acidentes.
Alguns minutos depois o fluxo de carros foi diminuindo à medida que pegávamos as ruas que convergem para a saída de Montego Bay. O motivo daquele trânsito todo era um acidente em uma das avenidas principais e ao passar pelas viaturas da polícia é que o bicho pegou. Nesse momento o “instinto” nos leva a dirigir na faixa da direita para que os carros mais velozes o cortem. Mas estávamos na mão inglesa, e assim precisei mudar de faixa em meio a um monte de gente apressada.
O cérebro bugou e eu fiz a mudança de faixa mais longa da minha vida, provavelmente com a seta para o lado contrário e o limpador de parabrisa traseiro arranhando o vidro áspero a todo vapor. No fim deu tudo certo. Fui tanto para a esquerda que me vi pegando o acostamento. Aproveitei para parar o carro, descer, espreguiçar e fingir normalidade.
Felizmente a partir dali o processo de aprendizado foi se tornando cada vez mais rápido e no fim das contas, dirigir na Jamaica não é um bicho de sete cabeças. Nesse dia não fiz uma ultrapassagem sequer, até porque a estrada que liga Montego a Negril não era tão segura por ser mão dupla e com poucos pontos de ultrapassagem. Eu é que não iria me arriscar pegar a mão contrária e depois esquecer como se volta pra minha. A paciência se mostrou muito valiosa naquela tarde e chegamos vivos em Negril.
Com o passar dos dias, eu não percebia mais que estava dirigindo na mão inglesa, nem errava mais o lado na hora de entrar no carro. O problema dessa confiança que a gente ganha é que uma hora ou outra ela pode acabar em sustos e nós quase tomamos um rombo no orçamento da viagem por andar acima da velocidade.
A quase multa por excesso de velocidade
A três dias de pegarmos nosso voo de volta, estávamos a caminho de [link tag=”port-antonio”]Port Antonio[/link] a partir de [link tag=”ocho-rios”]Ocho Rios[/link] e numa pista dupla muito bem conservada, sem buracos e com duas faixas para cada lado. Sol na cara, vento na janela, música e praias paradisíacas à nossa esquerda. Você então presta atenção em tudo de belo que há em sua volta e por alguns minutos se esquece de olhar para o limite da pista.
De repente após uma curva me deparo com dois policiais apontando secadores de cabelo para meu carro e um deles fazendo sinal para que eu parasse. Naquele momento eu achei que pudesse ser uma revista de praxe, afinal de contas eu não estava em alta velocidade. Aliás, eu estava sim, pelo menos o dobro da velocidade da pista, que era de 50 km/h.
A parte boa disso tudo é que eu descobri ali que a CNH brasileira é aceita na Jamaica. Apresentei a Permissão Internacional para Dirigir (PID) que, a propósito, estava vencida, mas o policial não fez muito caso dela. Juntamente com meu passaporte ele me disse que nos daria uma multa por excesso de velocidade. Ao perguntar a ele se tinha noção de quanto ela custava, ele disse como se fosse a coisa mais boba do mundo: $ 70.000 dólares jamaicanos, o que na época dava algo em torno de R$ 2.000,00.
Não sei até que ponto ele estava falando sério ou se nós entendemos errado. Ao consultar este site que lista os preços de multas no país, me deparei com o valor de $ 15.000. Todavia ainda não sei se essas informações são reais e atualizadas.
Entre idas e vindas do policial (ao todo foram umas quatro) para perguntas, documentos, etc, ele nos disse que no fim das contas resolveu apenas registrar um aviso e chamar nossa atenção. Já que estávamos de saída do país, ele pediu que nós respeitássemos o limite de velocidade e que se caíssemos em uma nova blitz pelo mesmo motivo, não haveria perdão.
A partir daí, até as horas que antecederam nossa viagem de volta, eu passei a andar exatamente no limite de velocidade que o Waze me alertava ou que as placas indicavam. Sabe aquela pessoa que cria uma fila de carros atrás dela? Essa pessoa se chamava Adriano e até caminhão pesado tava participando do meu comboio.
No fim das contas, carro entregue sem um arranhão, mais uma região do cérebro destravada e mais histórias para contar. Se você tiver oportunidade de dirigir na Jamaica, sabendo que por lá eles dirigem na mão inglesa, não se desespere.
Como alugar um carro na Jamaica
Recomendo alugar um carro por lá sem pensar duas vezes. Dirigir na Jamaica colocará você em contato com praias paradisíacas em quase todas as principais estradas que circulam a ilha. Seria um desperdício se você estivesse em um ônibus e não pudesse parar para vê-las de perto ou até mesmo dar um mergulho.
Apesar de termos alugado o carro pela National, nossa reserva foi feita no site da [vb_product_link code=”RENTCARS”]. Pelo que entendemos, essa reserva já inclui o seguro, mas os atendentes do balcão poderão “tocar o terror” com você dizendo que ele não cobre perda total e que para isso será necessário pagar uma taxa extra. No calor do momento eu acabei pagando, algo em torno de $ 180 dólares americanos, mas depois ao fazer uma reclamação formal à National, eles me estornaram quase que instantaneamente com um pedido de desculpas. Nos disseram ainda que a empresa não orienta os funcionários a forçar os clientes e que tomariam as providências necessárias para que isso não aconteça mais.
Ou seja, tudo resolvido e nós pagamos exatamente o preço da reserva.
A [vb_product_link code=”RENTCARS”] é a empresa que sempre utilizamos em nossas viagens para alugar carro e uma vez ou outra eles disponibilizam promoções que valem muito a pena, especialmente porque o aluguel de carros na Jamaica é um pouco caro, na minha opinião. Na caixinha abaixo você confere se há ou não algum cupom válido. Se não houver, acompanhe nossa página de cupons de desconto que é atualizada constantemente.
[vb_product_coupon code=”RENTCARS” return_type=”box”]
Dicas rápidas sobre dirigir na Jamaica
Vou tentar sumarizar de forma rápida o que eu pude aprender sobre dirigir na Jamaica e que talvez lhe seja útil.
- Se você também alugar o carro através da Rentcars, recomendo entrar em contato com eles pelo chat ou pelo telefone para garantir que as coberturas do seguro incluem perda total e roubo;
- Alugue um veículo automático! Ter um câmbio manual na mão esquerda vai aumentar o grau de complexidade durante seu período de adaptação;
- Evite deixar o carro na rua durante a noite. Ao fazer suas reservas de hospedagem, dê preferência às que incluem estacionamento privativo. Pelo que ouvimos dos moradores, os índices de roubos de veículos por lá são altos. Você pode ler mais em nosso blog sobre onde ficamos em Montego Bay, Negril, Ocho Rios e Port Antonio, visto que selecionamos estabelecimentos que garantiam estacionamento;
- Mesmo com limites baixos de velocidade, procure não ignorá-los. Além de termos sidos parados pela polícia, vimos muitas operações semelhantes por lá;
- Na Jamaica é muito comum aos motoristas segurar a buzina ao invés de dar apenas aqueles toquinhos. Não se sinta ofendido o tempo todo como se alguém estivesse reclamando com você (confesso que não segui essa dica por estar desavisado);
- Apesar de nossa PID estar vencida e do policial ter dado preferência pela CNH, certifique-se de estar com ambos os documentos atualizados;
- Se o seu percurso inclui estradas de chão, dê preferência a [vb_product_link code=”GETYOURGUIDE” text=”tours”]. Havia uma cláusula destacada em nosso contrato com a locadora de que não poderíamos conduzir o carro por elas. Acredito que daria uma baita dor de cabeça se precisássemos acionar o seguro se fosse o caso.
Leia mais sobre nossa viagem pela Jamaica
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Montego Bay
Negril
- Negril, Jamaica: o que fazer, onde ficar e onde comer
- Hospedagem em Negril, Jamaica: como escolher a melhor
Boa tarde Adriano! Belo relato…tenho duas dúvidas: somente a CNH, pelo que eu entendi, basta para dirigir na Jamaica, confere? E a segunda é se lá eles são rígidos com álcool e direção, tipo, beber uma cerveja no almoço para ir a uma praia dirigindo, tem problema?
Oi, William! Ficamos felizes por ajudá-lo com nossos relatos.
Quanto ao documento, somente a CNH é suficiente sim. Até levamos a PID, mas os guardas nem deram ideia pra ela.
Em relação à bebida, não conseguimos nenhuma informação a respeito da tolerância máxima, por isso preferimos não arriscar.
Esperamos que sua viagem seja inesquecível!
Abraços,
Gisele e Adriano