Viajei Bonito

Planejamento de viagens e nomadismo digital

Singapura: um roteiro nada convencional

Sempre ouvimos dizer que era possível conhecer Singapura em uma tarde. Que não havia muita coisa para ver além da famosa Marina Bay. Foram tantas pessoas falando isso e tantos blogs reforçando esse discurso que separamos apenas 36 horas para a cidade. E que arrependimento! Descobrimos tantas coisas legais para fazer que a nossa vontade era ficar lá mais uns 10 dias. Mas as passagens para [link tag=”krabi”]Krabi[/link], na [link tag=”tailandia”]Tailândia[/link], já estavam compradas. Só nos restou sonhar com uma próxima viagem à cidade-estado.

Como só tínhamos um dia inteiro, fizemos um roteiro enxuto para um passeio bem corrido, a contragosto, já que a nossa praia é andar, parar nos parques, ler as placas, tirar fotos e puxar papo com os moradores locais, coisas que exigem um ritmo mais lento. Mas já que não tinha outra solução, começamos exatamente por Marina Bay, supostamente “a única atração da cidade” e parte do roteiro convencional.

[vb_gmap mid=”1RDIznoIWXPCDLaThld9DwjbczJQ”]

Começando o nosso roteiro em Singapura naquele que supostamente era o único ponto interessante da cidade
Começando o nosso roteiro em Singapura naquele que supostamente era o único ponto interessante da cidade. Créditos: Gisele Rocha

O gigantesco complexo, que mais parece um bairro moderno, foi construído sobre as águas do mar e reúne boa parte das atrações turísticas de Singapura, assim como bares e restaurantes. Dá para ficar um dia todo por lá, mas não tínhamos esse tempo. Nossa primeira parada foi no Teatro Esplanada, centro de eventos que tem uma importância local semelhante à da Opera House para Sydney.

[vb_gallery ids=”7801,7802,7803″]

O edifício foi construído para atender à demanda cultural da cidade – até então alocada apenas no Victoria Theatre, considerado de médio porte. Além do tamanho, impressiona a arquitetura inspirada na durian, fruta tropical só encontrada na região (e cheira muito mal, inclusive). A estrutura do Esplanade é composta por duas grandes cúpulas cobertas por mais de 7 mil triângulos de vidro. Modernismo que impressiona e forma um conjunto que complementa as demais estruturas do complexo, como o Marina Bay Sands e a Singapore Flyer.

De lá, partimos para o Merlion Park, que fica na 1 Fullerton Road, a apenas 500 metros do teatro. O parque é aberto ao público, 24 horas, e tem esse nome por conta da estátua chafariz de mais de 8 metros do Merlion – uma figura mitológica, metade leão metade peixe, considerada o símbolo turístico de Singapura. Além da estátua, no parque há um píer, uma vista panorâmica do complexo Marina Bay e um show de luzes – que acontece apenas às 20h e às 21h30.

Quanto custou o nosso mochilão pelo Sudeste Asiático

[vb_gallery ids=”7806,7805″]

Mais uns minutos de caminhada e estávamos no Grand Prix de Singapura, na Marina Bay Street Circuit, o local onde anualmente ocorre uma das etapas do Grande Prêmio de Fórmula 1. Para os amantes do esporte, vale a visita. A pista é a mais sinuosa e lenta de todo o campeonato e foi a primeira corrida noturna da história do GP. A estrutura é moderna e é possível ver o prédio dos boxes. E o melhor, a entrada é livre, já que se trata de uma sequência de ruas, usada normalmente durante o ano.

Grand Prix de Singapura, onde anualmente ocorre uma das etapas do Grande Prêmio de Fórmula 1
Grand Prix de Singapura, onde anualmente ocorre uma das etapas do Grande Prêmio de Fórmula 1. Créditos: Adriano Castro

Dentro do complexo do Marina Bay, ainda passamos pelo Youth Olympic Park, o primeiro parque de arte da cidade-estado. Construído em 2010, em comemoração aos primeiros Jogos Olímpicos da Juventude ocorridos em Singapura, todo o acervo está ao ar livre. Há ainda um labirinto paisagístico, a Helix Bridge e diversas instalações interativas. Funciona 24 horas, a entrada é livre e está a apenas 5 minutos de caminhada da estação Promenade, na junção da Raffles Avenue com a Ponte Bayfront.

[vb_gallery ids=”7809,7810,7811,7812″]

No Suntec City, passamos pela Fonte da Riqueza e aproveitamos para nos refrescar porque o calor beirava o insuportável. É nada mais, nada menos, que a maior fonte do mundo. E sua forma ainda foi inspirada numa mandala, seguindo os preceitos do Feng Shui. Definitivamente não é uma fonte qualquer. A dinâmica das águas é única. Impressiona qualquer um.

Todas essas atrações, que visitamos rapidamente, ficam no entorno do Singapore River, cujas margens são repletas de esculturas de bronze que contam a história da Singapura colonial. Dá para gastar um dia inteirinho em um roteiro exclusivo para a região. Por isso, repito, um dia é muito pouco para conhecer um lugar tão rico culturalmente quanto Singapura.

[vb_gallery ids=”7813,7814″]

Roteiro nada convencional em Singapura

Continuamos andando pelas ruas, apreciando as construções, e enfim chegamos à Masjid Sultan ou Mesquita do Sultão. É um dos edifícios religiosos mais importantes da cidade. Por fora, a enorme cúpula dourada chama a atenção. No interior, a mesma cúpula foi cravejada com fundos de garrafas doados pelos devotos mais pobres durante a construção. Dessa forma, todos puderam contribuir à sua maneira para erguer o templo. Localizada na 3 Muscat Street, abre de segunda à domingo de 9h30 às 12h e de 14h às 16h (às sextas das 14h30-16h). Para entrar é preciso tirar os sapatos e os turistas têm acesso limitado.

[vb_gallery ids=”7815,7817,7816″]

Muito próximo à mesquita, fica o Malay Heritage Centre, instituição dedicada à cultura malaia que ocupa um edifício histórico na 85 Sultan Gate. Além de exposições, tem galerias e programas especiais que contam um pouco da história e da contribuição desse povo para o crescimento de Singapura por meio de fotografias, artefatos e audiovisuais. Funciona de terça à domingo, de 10h às 18h, e a entrada custa SGD$4 (R$9).

Depois de visitar o museu, fomos dar uma volta na Arab Street, principal rua do bairro muçulmano de Singapura, o Kampong Glam. A rua é repleta de lojinhas que vendem tecidos, tapetes, saris, couro, joias e perfumes. Ótimo rolê para absorver a atmosfera do lugar. Ainda deu tempo de dar um pulo na Haji Lane, a rua descolada com casas, bares e lojinhas coloridas. Lá ainda tem um museu vintage que não passava de uma loja de lembrancinhas. Não é um ponto turístico, mas se o leitor gostar de peças antigas e tiver uma grana para desembolsar, pode valer a pena.

O bom é que em Singapura os vendedores não são tão insistentes quanto na [link tag=”tailandia”]Tailândia[/link], no [link tag=”vietna”]Vietnã[/link]e em alguns lugares de [link tag=”kuala-lumpur”]Kuala Lumpur[/link]. Lá, “não” é “não”, e se o cliente não quer comprar, paciência.

Paramos para comer em um restaurante árabe e, ao contrário do que muitos dizem, não foi caro. Aliás, quebramos muitos mitos referentes a Singapura. O primeiro foi sobre não precisar ficar mais que um dia. O segundo foi sobre tudo ser caríssimo. Com exceção da hospedagem, os gastos com deslocamento e alimentação foram parecidos aos que tivemos em outros países do sudeste asiático.

[vb_gallery ids=”7820,7821,7819″]

À noite, voltamos para Marina Bay e lá comemos um sorvete com biscoito que foi a melhor coisa da vida. Tiramos algumas fotos noturnas, andamos na Helix Bridge, que estava lotada de cosplayers, e ainda deu tempo de conhecer o Gardens by the Bay, na 18 Marina Gardens. O lugar tem vocação para encantar até quem não tem afinidade com plantas e flores. E o melhor: não é preciso ingresso para conhecer nenhuma das áreas ao ar livre. Para explicar o quanto o jardim é incrível, só mesmo com fotos. Das superárvores, estruturas de metal com lateral coberta por plantas, aos espaços temáticos – indiano, malaio, chinês, colonial… tudo é incrível. Iluminado à noite, então, é um espetáculo à parte. Os jardins abrem diariamente de 5h às 2h. Com o ingresso no valor de SGD $12 (R$ 28) é possível visitar as estufas e andar pelas passarelas, que abrem de 9h às 21h.

Finalizamos o nosso passeio por ali e voltamos para o hostel, com muito pesar por termos deixado tantas coisas maneiras para trás.

[bookinglink id=”1522663″ return_type=”button” text=”Hospedar em Singapura sem gastar muito”]

[vb_gallery ids=”7824,7825,7823″]

Roteiro para mais de um dia em Singapura

Do nosso roteiro ideal ainda ficaram faltando algumas (muitas) atrações. Então, se quiser inclui-las na sua programação, reserve ao menos 3 dias para esse roteiro nada convencional em Singapura.

National Museum

Lugar ideal para conhecer um pouco mais sobre a história de Singapura, o Museu Nacional fica na 93 Stanford Road. É o mais antigo da cidade-estado e, apesar disso, adotou tecnologia de ponta e interativa em cada uma das salas de exibição. Funciona diariamente de 10h às 19h e a entrada custa entre SGD$ 8 e 18 (R$ 18 e 42), de acordo com as galerias visitadas.

Museu Nacional de Singapura
Museu Nacional de Singapura. Créditos: National Museum of Singapore

Victoria Theatre

Anexo ao Concert Hall por meio de uma torre, o mais antigo teatro da cidade-estado foi projetado com arquitetura neoclássica e possui um gramado enorme. Localizado na região do distrito colonial, fica na 11 Empress Place. É bom ficar de olho também na programação musical. Vira e mexe acontecem concertos gratuitos.

Museu Peranakan

Dedicado à cultura Peranakan, possui uma das melhores e abrangentes coleções com o tema do mundo. Três andares ilustram as tradições desse povo, descendente dos primeiros mercadores chineses que chegaram à região e correram risco de extinção. Fica na 39 Armenian Street e a entrada custa $10 (R$23).

Dica: o museu oferece 50% de desconto nas visitas às sextas-feiras, das 7h às 9h.

Masjid Abdul Gafoor

Mosteiro localizado na 41 Dunlop Street, o que mais chama atenção nesse edifício é a arquitetura, rica em detalhes e cravada por símbolos como a lua crescente e estrelas. Na entrada está o único relógio de sol do mundo islâmico. É possível visitar o pátio, mas é preciso se cobrir adequadamente com as vestimentas oferecidas. O mosteiro fecha todos os dias de 12h30 às 16h.

[vb_gallery ids=”7798,7799″]

Chijmes

Sigla que, traduzida, significa Convento do Menino Jesus, o Chijmes já foi uma igreja e internato de meninas. Porém, há mais de 30 anos, é um local que abriga bares, restaurantes e clubes noturnos, mesmo tendo seu formato arquitetônico mantido. Se tornou ponto de encontro de jovens e amantes da gastronomia. Inclusive com mesas ao ar livre no jardim.

[vb_gallery ids=”7827,7828″]

Central Fire Station

Pode parecer estranho, mas o local que abrigou o corpo de bombeiros de Singapura é um ponto turístico. O prédio clássico virou um museu que conta a história da corporação desde o século 19 e tem uma torre que permite ver boa parte da cidade. Fica na 62 Hill Street e funciona de terça a domingo, das 10h às 17h. A entrada é gratuita.

O edifício que abrigou o corpo de bombeiros de Singapura se tornou um museu
O edifício que abrigou o corpo de bombeiros de Singapura se tornou um museu. Créditos: Bertrand Duperrin / Fonte: Flickr

Haw Par Villa

O parque temático chinês possui mais de mil estátuas e 150 maquetes gigantes com cenas do folclore chinês. Vale a pena gastar algumas horas do dia para visitar. Fica na 262 Pasir Panjang Road, tem metrô na porta e é gratuito!

Jurong Bird Park

É um dos santuários de pássaros mais famosos do mundo – com 5 mil aves de mais de 600 espécies. E, pasmem, foi inspirado no aviário do Jardim Botânico carioca. Embora esteja localizado em área mais afastada do centro (2 Jurong Hill). As principais atrações são a costa dos pinguins, a piscina de flamingos e o Centro de Reprodução e Pesquisa. A entrada custa SG$ 29 (cerca de R$ 68).

Flamingos no Jurong Bird Park, em Singapura
Flamingos no Jurong Bird Park, em Singapura. Créditos: _paVan_ / Fonte: Flickr

Chinatown e Little India

Ainda vale dar um pulo em dois bairros peculiares de Singapura. Em Chinatown (Pagoda Street), no sul da ilha, barraquinhas típicas dividem espaço com o museu Chinatown Heritage Center, que conta a história do povo chinês na cidade, e com o Buddha Tooth Relic Temple, cuja arquitetura segue a linha da Dinastia Tang. Com telhados em curva, o templo tem cinco andares e um museu anexo. Já no bairro indiano Little India (Serangun Road), com seus belos templos, cores e cheiros marcantes, o turista pode comprar itens como narguilé e artigos em ouro. Junto com a região de Arab Street, esses bairros permitem viajar por outras grandes culturas em um único país, enriquecendo o passeio.

[vb_gallery ids=”7831,7832″]

The Substation

É um centro de artes experimentais que dá espaço para novos e jovens artistas contemporâneos mostrarem seu trabalho. As obras envolvem arte visual, dança, literatura, música, teatro e, a qualquer hora do dia, uma intervenção não programada pode invadir a galeria. No jardim ao ar livre ainda funciona o Timbre@substation, bar com shows alternativos todas as noites.

Ele ficou ainda mais famoso no ano passado, quando a empresa de robótica Infinium Robotics criou os “drones garçons” que cooperam com os garçons humanos, levando os pedidos para a cozinha enquanto estes têm mais tempo de atender e interagir com os clientes.

Esses ciborgues contam com sensores para evitar colisões contra os clientes e outras máquinas. Até onde sabemos, esse serviço ainda está em teste. Mas quem sabe quando você for a Singapura ele já estará em funcionamento?

O Substation fica na 45 Armenian Street e a galeria funciona diariamente, de 12h às 21h.

Sentosa

A Angela do blog Apure Guria fez um passeio de um dia inteiro na ilha de Sentosa. O roteiro é altamente indicado para em quer sair do óbvio em Singapura.

Civic District e Orchard Road

Já o Edson do blog Ligado em Viagem criou um itinerário completo visitar essas duas áreas de Singapura, repleto de pontos turísticos.

É ou não é um roteiro diferenciado, com muita coisa para ver e fazer? Por isso, quando pensar em visitar o sudeste asiático e passar por Singapura, reserve ao menos 3 dias. E anote: para saber o que tem de melhor rolando na cidade durante sua visita ou pegar dicas de outros pontos turísticos e meios de transporte, seu melhor amigo será o Singapore Center, que fica na Orchard Road.

Gisele desolada com o fim do passeio
Gisele desolada com o fim do passeio. Créditos: Adriano Castro

Como se locomover em Singapura

A cidade é extremamente organizada, por isso a locomoção acaba não sendo um problema. Quem tem disposição pode andar a pé, seguir uma rota linear e usar os meios de transporte apenas para voltar ao hostel. Quem prefere usar metrô, táxi, ônibus ou trens, basta escolher. Tudo funciona muito bem e os preços são razoáveis.

Onde comer em Singapura

Gostamos muito da proposta do Bollywood Veggies, mas estava um pouco longe de onde estávamos, na zona rural, e perderíamos o pouco tempo que já tínhamos para ir até lá. Mas o restaurante é altamente recomendado para quem curte natureza porque frutas e produtos agrícolas são produzidos no próprio local.

Onde ficar em Singapura

Em plena Little India, próximo ao metrô e ao aeroporto, está localizado o [bookinglink id=”1522663″ text=”Clifden Hostel”], um dos poucos que oferece café da manhã gratuito. Os preços estão muito abaixo daqueles praticados por outros hotéis e albergues em Singapura, mas para garantir a sua cama é preciso reservar com antecedência. As vagas são preenchidas em um instante!

Gostou do nosso roteiro? Vai usá-lo em sua viagem? Nos diga o que você achou na caixa de comentários.

Ler mais sobre o nosso Mochilão Asiático

Se você gostou deste artigo e gostaria de ler outros sobre o nosso mochilão pela Ásia, veja abaixo por onde passamos e boa leitura.

Estados Unidos

Tailândia

Outras notícias sobre a Tailândia

Vietnã

Malásia

Singapura

Viajei Bonito

Somos duas pessoas apaixonadas por movimento. Para nós, cair na estrada é mais importante do que um projeto futuro de estabilidade e quaisquer oportunidades de novas viagens, por mais remotas e loucas que pareçam ser, a gente tá pegando!

2 pensou em “Singapura: um roteiro nada convencional

  1. Vou te falar: detesto quando dizem que só tem uma coisa legal no lugar.

    Adorei que vocês reservaram mais tempo e puderam explorar outras coisas bacanas e contar aqui. :)

    Vou seguir a sua dica e reservar uns 10 dias para Singapura!!! hahaha

    1. Faça isso, Dayana! Se reservar 20 é bem capaz de encontrar coisas inéditas para fazer. Hehehe
      Aproveite a viagem. Depois venha nos contar se gostou. :D

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para o topo