Um dia inteiro no Centro Invernal Tierra Mayor, em Ushuaia
Você já ouviu falar sobre os centros invernais (centros invernales) de [link tag=”ushuaia”]Ushuaia[/link]? São complexos localizados a alguns quilômetros da cidade que possuem uma diversidade enorme de esportes, passeios e atividades para serem praticados no inverno. Eles são muito tradicionais na região e compõem a grade de muitos roteiros dos viajantes que chegam à Tierra del Fuego nas épocas mais frias.
Tivemos a oportunidade de conhecer alguns deles tanto para atividades diurnas e norturnas. Nesse artigo falamos um pouco do Tierra Mayor, que ocupou praticamente todo o nosso quarto dia em Ushuaia. O passeio foi realizado em parceria com a All Patagonia e o pacote que pegamos foi o Full Day Nieve, que contava com o transfer do hostel onde estávamos hospedados em Ushuaia, caminhada com raquetes de 2 horas aproximadamente, almoço e pilotagem de snowmobile.
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Onde ficar em Ushuaia
Escrevemos um review completo sobre onde ficamos em Ushuaia, onde deixamos nossa opinião sincera com os prós e contras de nossa opção. Caso queira uma indicação mais direta, você pode dar uma olhada no [bookinglink id=”191446″ text=”Hotel Albatros”] que possui estacionamento gratuito e com uma das localizações mais bem avaliadas em Ushuaia no [bookinglink id=”191446″ text=”Booking”].
O tour
O dia começou na mesma Rota 3 na qual passamos durante a expedição 4×4 no dia anterior. Para “refrescar a memória“, vimos novamente o local de filmagem do filme O Regresso (The Revenant) do Leonardo DiCaprio.
Chegamos então no Centro Invernal Tierra Mayor no dia que mais nevou em toda nossa viagem pela Tierra del Fuego. A quantidade de neve que caiu nesse dia foi fundamental tanto para o tour em que estávamos quanto para os dias seguintes.
A esperança da Gisele era de alugar calça, casaco e luva, já que não estávamos completamente preparados para todo aquele frio. Além da neve, ventava muito e nossas roupas aos poucos estavam começando a molhar. Caso molhassem demais, seria necessário abandonar o tour. Infelizmente eles só alugavam a calça e a bota, mas quebraram um galhão ao alugar para ela um casaco que imaginamos ser de algum funcionário.
Caminhada com raquetes
Subimos então na caçamba de uma espécie de 4×4 adaptada para a neve, e percorremos um percurso de aproximadamente 15 minutos até uma cabana no meio da floresta. Dica: se você não está preparado para o frio, faça essa parte do tour dentro do carro e não nos assentos externos como nós. Mesmo bem agasalhados, o vento estava cortante e se manter aquecido durante esse trajeto foi complicado, especialmente nas extremidades. Os pés mesmo com botas e meias térmicas estavam congelando.
Depois dessa iniciação ao frio, tiramos qualquer temperatura de letra. Na parte de fora da cabana nos equipamos com raquetes na sola da bota. Se você leu o artigo sobre o trekking na Laguna Esmeralda, terá visto que acoplei crampons nos calçados. Raquetes e crampons são coisas diferentes, usadas para terrenos com muita neve acumulada e para gelo, respectivamente. As raquetes – já incluídas no pacote – previnem que afundemos os pés na neve, enquanto os crampons dão estabilidade ao pisar em superfícies congeladas e escorregadias e não foram necessários nesse dia.
Começou então a primeira parte do tour, com uma caminhada cheia de obstáculos pelos arredores de Tierra Mayor. Durante duas horas subimos morros, às vezes com ajuda de cordas, passamos por pontes escorregadias e pudemos conhecer um pouco mais sobre a história e a geografia do lugar. Nosso grupo tinha pouco mais de dez pessoas e a todo momento nos agrupávamos para ouvir sobre a vegetação, fauna, flora e outros elementos que participavam daquele cenário coberto de neve.
Tudo isso pode parecer simples demais, afinal de contas subir morro e passar por pontes é algo trivial, mas fazer isso com raquetes nos pés era um pouco mais complicado. Nossa mobilidade ficava prejudicada e até pegar jeito para não tropeçar em si mesmo leva um tempo. De qualquer forma, elas eram necessárias para fazer o caminho uma vez que se estivéssemos usando só as botas afundaríamos a todo momento na neve, que estava fofa.
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Depois de subir o morro mais alto do trajeto e ter uma vista bem bacana do alto começamos a descida e atravessamos uma castoreira – área onde os castores estão trabalhando para derrubar árvores e construir suas casas em represas feitas com parte da madeira roída. No post sobre o trekking da Laguna Esmeralda falamos um pouco mais sobre os castores.
Almoço
O fim da caminhada foi celebrado com um almoço quente e muito saboroso. Chegamos até uma outra cabana, desta vez próxima da estrada que pegamos no início do dia. Tomamos então sopa de cordeiro, vinho e pudemos reaquecer o corpo que havia passado horas no frio sendo varrido pelos ventos fortes.
De barriguinha cheia, ganhamos alguns minutos para descansar antes do passeio da tarde. Nem eu nem Gisele queríamos descanso: estávamos como crianças em meio a toda aquela neve. Pulamos a siesta para descer uma ladeira congelada escorregando em boias e em uns assento de plástico que jamais saberemos o nome!
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Por fim praticamente todo o grupo se juntou na brincadeira e o guia precisou ir buscar o pessoal como se fossa uma professora chamando a criançada para sala de aula depois do recreio.
Mas essa não foi a melhor parte do passeio!
Snowmobiles
Voltamos então para a recepção da Tierra Mayor e fomos separados em dois grupos para pilotar as snowmobiles. Com guidão e controles semelhantes aos de uma motocicleta, as snowmobiles são como motos de neve. Cada uma tinha espaço para duas pessoas que se revezavam na metade do passeio caso a garupa também quisesse pilotar. Teoricamente no circuito são proibidas ultrapassagens, mas na prática não foi bem assim, mesmo com os alertas do instrutor durante o treinamento.
A ideia era seguir em fila, na velocidade que ele determinaria, já que comandava o primeiro veículo. Acontece que estávamos na quarta posição e os ocupantes da terceira simplesmente andavam quase parando. Não havia nenhum trecho de ultrapassagem: era apenas uma estreita estrada de neve prensada. Quando o instrutor e as duas primeiras snowmobiles sumiram de nossas vistas, resolvi ultrapassar quem estava em nossa frente… pra que a pressa, né? Em uma longa reta que aparentemente tinha duas pistas, acelerei a moto e joguei pra esquerda. E não é que nessa hora a pessoa também resolve acelerar? Resultado, a reta acabou, nossa snowmobile pegou a neve fofa, fechou quem estávamos ultrapassando e morreu! O olhar de reprovação de quem vinha atrás ainda dói em meu peito e acredito que ainda me assombrará pelos próximos oito anos. Tiveram que descer para nos ajudar a ligar a moto. Vida que segue…
Quando alcançamos o instrutor que havia parado há alguns metros depois da mata fechada, ele mesmo nos trocou de lugar para que pudéssemos ter mais liberdade. E aí o passeio seguiu bem por alguns minutos. Aliás… chegou a hora de trocar e eu acho que a Gisele não ouviu muito bem quando ainda no treinamento nos foi avisado para não acelerar nas curvas. Independente do que vinha, Gisele acelerava! E eu, assustado, sem poder pedir pra que ela andasse devagar por conta do barulho e na função de filmar o trajeto, só me restava usar a outra mão pra procurar na internet cuecas em promoção, de preferência com frete grátis pra Tierra Mayor.
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O fim do passeio chegou e ali sim nossos corpos estavam congelados. Voltamos para a recepção enquanto o segundo grupo assumia as snowmobiles. Pedimos bebidas quentes que desceram quebrando as finas camadas de gelo que se formavam em nossos esôfagos e só depois de uns 10 minutos começávamos a tirar luvas e roupas em excesso.
Todo aquele frio e as atividades intensas praticamente pregaram nossos olhos e foi sentar na van para começarmos a dormir. É o tipo de passeio que te mantem alerta o tempo todo e te deixa cansado, mas com uma sensação boa de adrenalina e de satisfação por poder presenciar tamanha beleza em que se localiza o centro invernal Tierra Mayor.
Informações úteis sobre o Full Day Nieve Tierra Mayor
Duração: 8 horas
O que inclui: transfers, guia, passeio em trenó de huskies por 2,5 km, conforme opção, passeios 4×4 com rodas especias, passeio de 5 km em moto de neve com trenós deslizadores à disposição e almoço com bebidas. Particularmente nós não gostamos de atrações que envolvam animais, assim optamos por ficar de fora do trenó com cães, mesmo após vermos muita coisa a respeito e entender que aparentemente eles são muito bem tratados não só em Tierra Mayor, mas também nos demais centros invernais de Ushuaia.
Voo panorâmico de helicóptero
Uma alternativa interessante à visita ao centro invernal é poder ver do alto o Vale Tierra Mayor em um voo panorâmico de helicóptero que inclui a cidade de Ushuaia, a Montanha Olivia, o Monte Cinco Hermanos, as turfeiras do Vale de Carbajal e a Lagoa Esmeralda.
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Você pode dar uma olhada também nos tours oferecidos pela [vb_product_link code=”BRASILEIROSEMUSHUAIA”] e pesquisar a respeito de voos panorâmicos que incluam os pontos turísticos que estão em seu roteiro.
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Mto bom relato! Pretendo fazer o mesmo passeio. Obs: As pranchas de plástico eles chamam de trineos.